H.L.A. Hart, em seu livro "O Conceito de Direito", conceitua regras como normas que são criadas para regular o comportamento humano, em contraposição aos hábitos sociais que são comportamentos que se repetem sem uma norma específica. Hart distingue as regras em primárias e secundárias. As regras primárias são aquelas que regulam o comportamento direto das pessoas, como as normas de trânsito. Já as regras secundárias são aquelas que regulam as regras primárias, como as normas que estabelecem como as regras primárias devem ser criadas, modificadas ou extintas. Hart classifica as regras secundárias em três tipos: regras de mudança, regras de adjudicação e regras de reconhecimento. As regras de mudança estabelecem como as regras primárias podem ser criadas, modificadas ou extintas. As regras de adjudicação estabelecem como as regras primárias devem ser aplicadas em casos concretos. Já as regras de reconhecimento estabelecem quais são as regras válidas em uma determinada sociedade. A regra de reconhecimento é a mais importante das regras secundárias, pois é ela que estabelece quais são as regras válidas em uma determinada sociedade. Segundo Hart, a regra de reconhecimento é uma norma social que é aceita como critério para identificar as outras normas jurídicas válidas em uma sociedade. Essa regra pode ser explícita ou implícita e pode variar de sociedade para sociedade. A norma fundamental de Kelsen, por sua vez, é a norma que estabelece a validade de todas as outras normas jurídicas em uma determinada ordem jurídica. Ela é uma norma hipotética que pressupõe a existência de uma autoridade suprema que cria e aplica as normas jurídicas. Diferentemente da regra de reconhecimento de Hart, a norma fundamental de Kelsen não é uma norma social, mas sim uma construção teórica que serve como fundamento para a validade das normas jurídicas.
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História do Direito Brasileiro
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