O texto apresenta a ideia de tradução como metamorfose, que foi formulada por John Dryden, poeta neoclássico inglês, tradutor de Ovídio. Dryden jogou com o duplo sentido da palavra "translate" e assimilou átomos e palavras, vendo os corpos como textos que vivem e crescem, transplantando em si os elementos mortos dos textos do passado. A tradução é vista como um "lugar mítico", "mítica hospedagem da escritura". Essa ideia influenciou as concepções de tradução de Goethe, Benjamin e Valéry, e ajuda a fundamentar o conceito operatório de tradução utilizado no trabalho. O contraponto com as "poéticas da voz", de matriz zumthoriana, visa alargar o conceito de signo para além do texto escrito, abarcando o rico universo da linguagem e suas sugestivas gamas de elementos gestuais, acústicos, vocais etc.
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