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Na base deste trabalho está, portanto, a idéia de tradução como metamorfose. John Dryden (1631-1700), poeta neoclássico inglês, tradutor de Ovídio,...

Na base deste trabalho está, portanto, a idéia de tradução como metamorfose. John Dryden (1631-1700), poeta neoclássico inglês, tradutor de Ovídio, jogando com o duplo sentido da palavra translate talvez tenha sido o primeiro a formular a idéia de tradução como metamorfose. Assimilando átomos e palavras, os corpos são vistos como textos que vivem e crescem, transplantando em si os elementos mortos dos textos do passado, constituindo-se, portanto, a tradução como um “lugar mítico”, “mítica hospedagem da escritura” (SABBADINNI, 1989, p. 126-127). Segundo roteiro traçado por George Steiner em After Babel, essa idéia fecundou as concepções de tradução de Goethe, Benjamin e Valéry, que, em contraste com as noções semióticas de Peirce e Jakobson, ajudam a explicitar e fundamentar o conceito operatório de tradução utilizado neste trabalho. Em parte, foi o que fiz no ensaio “Bucólicas de Virgilio: Uma Constelação de Traduções”, que acompanha minha tradução da referida obra, como Tese de Doutoramento defendida em 1999 e publicada em 2005. O contraponto com as “poéticas da voz”, de matriz zumthoriana, visa tão somente alargar o conceito de signo para além do texto escrito, abarcando o rico universo da linguagem e suas sugestivas gamas de elementos gestuais, acústicos, vocais etc. É tentativa de trazer o corpo para dentro da linguagem, de onde ele jamais deveria ter sido expulso.

Essa pergunta também está no material:

metamorfosesovidio- aimundocarvalho
158 pág.

Pedagogia Universidade do Estado do Rio de JaneiroUniversidade do Estado do Rio de Janeiro

💡 1 Resposta

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O texto apresenta a ideia de tradução como metamorfose, que foi formulada por John Dryden, poeta neoclássico inglês, tradutor de Ovídio. Dryden jogou com o duplo sentido da palavra "translate" e assimilou átomos e palavras, vendo os corpos como textos que vivem e crescem, transplantando em si os elementos mortos dos textos do passado. A tradução é vista como um "lugar mítico", "mítica hospedagem da escritura". Essa ideia influenciou as concepções de tradução de Goethe, Benjamin e Valéry, e ajuda a fundamentar o conceito operatório de tradução utilizado no trabalho. O contraponto com as "poéticas da voz", de matriz zumthoriana, visa alargar o conceito de signo para além do texto escrito, abarcando o rico universo da linguagem e suas sugestivas gamas de elementos gestuais, acústicos, vocais etc.

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