dessas reinvindicações políticas fundamentais à luta antirracista e anticapitalista no Brasil, o MNU ressignificou o termo “negro”, até então conce...

dessas reinvindicações políticas fundamentais à luta antirracista e anticapitalista no Brasil, o MNU ressignificou o termo “negro”, até então concebido de forma pejorativa e este passou a ser utilizado como motivo de orgulho pelos/as militantes; modificou a comemoração da data do dia 13 de maio devido à abolição da escravatura, transformando essa data como Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo e estabelecendo a data do dia 20 de novembro para ser comemorada como o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à Zumbi dos Palmares. Outros marcos de importantes da luta antirracista e que precisam ser destacados são: i) a realização da Marcha contra a farsa da abolição, realizada em 1988 na cidade do Rio de Janeiro, quando se completou 100 anos da abolição; ii) a “Marcha Zumbi dos Palmares: contra o racismo, pela cidadania e vida”, realizada em 1995 no ato do tricentenário da morte de Zumbi, em Brasília, onde reuniu cerca de 30mil pessoas e; iii) a Terceira Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, ocorrida em Durban na África do Sul em 2001, em que houve participação de militantes brasileiros/as. Para Ribeiro (2004, p. 158) “essa conferência, bem como a presença articulada dos movimentos negros e poder público brasileiros, trouxe elementos significativos para a elaboração de políticas públicas”. Essa fase do movimento negro também foi marcada: pela intervenção no contexto educacional, cuja principal pauta era a inserção do ensino da história da África nos currículos escolares; pelo fortalecimento das religiões de matriz africana, especialmente o candomblé; e também pela construção de uma campanha política contra a mestiçagem, entendendo que esta era uma “armadilha ideológica” (DOMINGUES, 2007).