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3. (Uece 2019) No Brasil, na Argentina e em outros países da América Latina, os governos estão promovendo mudanças econômicas e de políticas públicas, mudanças essas conhecidas como liberais ou neoliberais. Nessas mais recentes políticas governamentais, o poder público transfere à economia de mercado a satisfação de determinadas carências dos cidadãos, que devem provê-las a partir do próprio esforço individual em uma economia mais fortemente caracterizada pela concorrência entre os indivíduos e por menos direitos sociais. Em seu tempo, o filósofo contratualista Jean-Jacques Rousseau, em seu Do Contrato Social, afirma que quanto menos felicidade a República é capaz de proporcionar aos cidadãos, mais eles terão que buscar, individualmente, a felicidade. A consequência é uma sociedade cada vez mais egoísta, desinteressada pela política e, por fim, agrilhoada por um déspota qualquer ou pela cobiça. O texto acima apresenta duas opiniões conflitantes sobre a condução das políticas públicas. Considerando essas opiniões, assinale a afirmação verdadeira.
a) O governo brasileiro defende uma posição socialista, que consiste no provimento estatal daquilo que é necessário para a felicidade geral, enquanto Rousseau apresenta uma ideia liberal de economia e livre-iniciativa.
b) Rousseau é um contumaz representante do marxismo cultural, que produz suas críticas ao governo Bolsonaro com o único objetivo de desestabilizar o Brasil e inviabilizar as reformas econômicas liberalizantes.
c) Rousseau apresenta um argumento contrário ao individualismo liberal, uma vez que o indivíduo, despreocupado com a política e engajado nos ganhos econômicos, se distancia dos assuntos públicos e corre risco de perder sua liberdade.
d) A posição do governo brasileiro, ao apresentar um menor aporte para as universidades públicas, quando amplia a rede de universidades privadas, é condizente com o pensamento de Rousseau, que tem em foco o bem público e não a busca individualizada por felicidade.
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Questões para Estudantes

há 2 anos

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há 7 meses

Vamos analisar as alternativas uma a uma, considerando o contexto do texto e as ideias de Rousseau. a) O governo brasileiro defende uma posição socialista, que consiste no provimento estatal daquilo que é necessário para a felicidade geral, enquanto Rousseau apresenta uma ideia liberal de economia e livre-iniciativa. - Essa afirmação é incorreta, pois Rousseau critica o individualismo liberal e defende a ideia de um contrato social que prioriza o bem comum. b) Rousseau é um contumaz representante do marxismo cultural, que produz suas críticas ao governo Bolsonaro com o único objetivo de desestabilizar o Brasil e inviabilizar as reformas econômicas liberalizantes. - Essa afirmação é uma distorção, pois Rousseau viveu no século XVIII e não pode ser associado ao marxismo cultural ou a críticas contemporâneas. c) Rousseau apresenta um argumento contrário ao individualismo liberal, uma vez que o indivíduo, despreocupado com a política e engajado nos ganhos econômicos, se distancia dos assuntos públicos e corre risco de perder sua liberdade. - Esta afirmação está correta. Rousseau critica a busca individual pela felicidade em detrimento do bem comum e alerta sobre os riscos do individualismo. d) A posição do governo brasileiro, ao apresentar um menor aporte para as universidades públicas, quando amplia a rede de universidades privadas, é condizente com o pensamento de Rousseau, que tem em foco o bem público e não a busca individualizada por felicidade. - Essa afirmação é contraditória, pois Rousseau defende a importância do bem público e a crítica ao individualismo, o que não se alinha com a ideia de reduzir o apoio às universidades públicas. Portanto, a alternativa correta é: c) Rousseau apresenta um argumento contrário ao individualismo liberal, uma vez que o indivíduo, despreocupado com a política e engajado nos ganhos econômicos, se distancia dos assuntos públicos e corre risco de perder sua liberdade.

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há 2 anos

A alternativa correta é a letra c) Rousseau apresenta um argumento contrário ao individualismo liberal, uma vez que o indivíduo, despreocupado com a política e engajado nos ganhos econômicos, se distancia dos assuntos públicos e corre risco de perder sua liberdade.

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1. (Unesp 2020) Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado [...]. (Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.) O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do
a) coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização.
b) humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho.
c) socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica.
d) corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional.
e) contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania.

2. (Uel 2020) A “Querela do luxo” foi um dos mais intensos debates do século XVIII na França e consistiu em defender o luxo como sinal do progresso da humanidade, ou em atacá-lo como signo de decadência. Rousseau, partidário da segunda via, num dos seus textos, afirma: A vaidade e a ociosidade, que engendram nossas ciências, também engendram o luxo. [...] Eis como o luxo, a dissolução e a escravidão foram [...] o castigo dos esforços orgulhosos que fizemos para sair da ignorância feliz na qual nos colocara a sabedoria eterna. [...] Creem embaçar-me terrivelmente perguntando-me até onde se deve limitar o luxo. Minha opinião é que absolutamente não se precisa dele. Para além da necessidade física, tudo é fonte de mal. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Trad. Lourdes Santos Machado, 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.395; 341; 410. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria política e antropológica de Rousseau e a compreensão do autor acerca das ciências, das artes e do luxo, considere as afirmativas a seguir. I. A crítica de Rousseau às ciências e às artes e, por extensão, ao luxo, resulta da sua compreensão da natureza humana, na qual a necessidade física é o critério decisivo sobre o que é bom para a humanidade. II. Em sua teoria política, Rousseau dirige a crítica às ciências, às artes e ao luxo, por identificar neles a vigência de um princípio que sacrifica a possibilidade da criação de uma sociedade minimamente justa. III. A vaidade e a ociosidade, que engendram o luxo, são uma constante da natureza humana, razão pela qual também as ciências e as artes são expressões necessárias da natureza humana. IV. A defesa da feliz ignorância, na qual nasce cada ser humano, leva Rousseau a legitimar formas de governo caracterizadas pelo sacrifício da inteligência e da crítica e pela obediência a um poder soberano. Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

A persistência histórica dos conflitos geopolíticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela teoria

a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um estado de emancipação racional da humanidade.
b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude com a fortuna como princípios básicos da geopolítica.
c) política de Rousseau, para quem a submissão à vontade geral é condição para experiências de liberdade.
d) teológica de Santo Agostinho, que considera que o processo de iluminação divina afasta os homens do pecado.
e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a desconfiança como condições básicas da natureza humana.

“A honra do soberano deve ser maior do que a de qualquer um, ou a de todos os seus súditos”.

a) “A condição de súdito é muito miserável, mas sujeita a uma superação, pois se encontra sujeita aos apetites e paixões irregulares daquele ou daqueles que detêm em suas mãos poder tão ilimitado”.
b) “É na soberania que está a fonte da honra”.
c) “O Homem nunca pode deixar de ter uma ou outra inconveniência e a maior que é possível cair sobre o povo em geral é de pouca monta se comparada ao poder do soberano, que deve ser revitalizado de tempos em tempos”.
d) “Todos os homens são dotados de grandes lentes de aumento; todo pagamento parece um imenso fardo, o que gera lamentos e sofrimentos. Honra maior consiste em o soberano ter piedade e compreensão para com tais falhas humanas e doar poderes aos infelizes”.