A culpabilidade inclui: 1) Imputabilidade; (2) Potencial Consciência da Ilicitude; (3) Exigibilidade de Conduta Diversa. Entretanto, nem sempre foi...

A culpabilidade inclui: 1) Imputabilidade; (2) Potencial Consciência da Ilicitude; (3) Exigibilidade de Conduta Diversa. Entretanto, nem sempre foi essa a sua configuração, pois antes, o dolo e a culpa não eram averiguados como é feito hoje (na tipicidade), visto que integravam a Culpabilidade. Sim, averiguava se o sujeito praticou o crime com dolo e culpa somente depois de ter verificado que o fato era típico e ilícito. Portanto, em um primeiro momento, a Culpabilidade era composta somente pela (1) Imputabilidade; e (2) dolo normativo e culpa, que eram o vínculo psicológico do sujeito ao fato. Nessa etapa, ainda não eram elementos da culpabilidade a Potencial Consciência da Ilicitude e Exigibilidade de Conduta Diversa. Obs.: esse dolo era normativo, pois o sujeito além de agir com vontade, tinha também que ter consciência que aquilo era ilícito (consciência da ilicitude). Essa era chamada Teoria Psicológica da Culpabilidade. (psicológica, pois o ânimo do sujeito era ali avaliado) Uma das críticas dessa teoria foi que ela não apresentava solução para a inexigibilidade de conduta diversa (coação moral irresistível, obediência hierárquica). Havia uma conduta dolosa, entretanto, mesmo o agente não podendo agir de outra maneira (ex. coagido), ele responderia pelo delito. Posteriormente, em face das críticas, a culpabilidade passou a ser composta pela (1) Imputabilidade; (2) dolo normativo e culpa, que ainda eram o vínculo psicológico; com o acréscimo da (3) Exigibilidade de Conduta Diversa. Essa era a Teoria Psicológica-Normativa com base neokantista (resposta da questão) Era psicológica-normativa, pois deveria haver um juízo de valor se o sujeito poderia ou não agir de outra maneira. Psicológica (o ânimo do sujeito era ali avaliado) e normativa (era também feito o juízo de valor "ele poderia agir de outra forma?") A questão traz: "o juízo de censura que se faz ao autor do fato e, como pressuposto deste, a exigibilidade de conduta conforme à norma." Como dito, foi nessa teoria que foi incrementada a "exigibilidade da conduta diversa".Por fim, houve a migração do dolo e a culpa para tipicidade, deixando a culpabilidade com a seguinte estrutura: (1) Imputabilidade; (2) Potencial conhecimento da ilicitude; e (3) Exigibilidade de Conduta Diversa. Por causa dessa migração do dolo e culpa ela é chamada de culpabilidade vazia. observe que o dolo e culpa saiu da culpabilidade, separando-se do elemento normativo (potencial conhecimento da ilicitude - o qual se torna elemento autônomo da culpabilidade) Com isso, a culpabilidade perde todo aspecto psicológico e passa a ser somente normativa – juízo de reprovabilidade que recai sobre o autor. Dessa forma é conhecida como Teoria Normativa Pura.