A obra de Roger Chartier trouxe importantes contribuições para o campo historiográfico, dentre elas, os conceitos de "práticas" e "representações". Esses conceitos são articulados para explicar a realidade histórica, como podemos observar no exemplo citado por José D'Assunção Barros em seu livro "O campo da História". No exemplo apresentado, podemos identificar que a postura medieval em relação aos mendigos gerava práticas culturais, como os modos de vida, as atitudes e as normas de convivência. Essas práticas culturais geravam, eventualmente, produtos culturais no sentido literário e artístico, além de gerar padrões de vida cotidiana. Com a passagem para a Idade Moderna, as práticas e representações em relação aos mendigos se transformaram. O mendigo passou a ser visto como um desocupado, um estorvo que ameaçava a sociedade, não mais como um ser merecedor de caridade. Ele passou a ser assimilado aos marginais e aos criminosos, sendo representado como vagabundo. Novas tecnologias de poder passaram a visar a sua reeducação e, quando isso não era possível, a sua punição exemplar. Novas práticas surgiram, consolidando novos costumes. Dessa forma, podemos entender que as práticas culturais são as formas como as pessoas agem e se comportam em uma determinada sociedade, enquanto as representações culturais são as formas como as pessoas pensam e interpretam a realidade. A aplicação desses conceitos na historiografia permite compreender as mudanças culturais e sociais ao longo do tempo, bem como as relações entre as práticas e as representações em diferentes contextos históricos.
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História do Brasil I
•UNIFAVENI
Abordagens Interdisciplinares no Ensino de Ciências
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