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QUESTIONÁRIO I E II – HISTORIOGRAFIA GERAL I • A discussão sobre se a história é uma ciência, ou não, remonta há séculos. E ela não se encerrará tão cedo, devido à natureza peculiar do trabalho do historiador e de seu objeto de estudo que é o passado. Portanto, os historiadores sempre devem estar prontos para confrontar essa problemática, de forma a se obter avanços sobre o tema. Muitos historiadores utilizam um argumento específico para comprovar a cientificidade da pesquisa histórica, que era justamente algo que faltava na perspectiva historiográfica de Leopold von Ranke. Qual seria esse elemento principal que torna a história uma ciência? Resposta Marcada : As teorias da história, pois é a partir delas que o historiador pode produzir o conhecimento histórico. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Em seu ofício, o historiador deve estar atento para não se tornar apenas um compilador de fatos, os quais ele busca constatar a veracidade ou não. Nesse sentido, é necessário que, ao entrar em contato com o seu objeto de estudo, ou seja, as suas fontes, o historiador esteja disponível para pensar sobre elas. Essa reflexão, que é feita a partir de seu método e da teoria escolhida para o entendimento do objeto, será fundamental para que o historiador possa escrever seu texto e proceder com a comunicação dos resultados. De que forma isso deve ser feito de maneira que o processo inteiro adquira sentido? Resposta Marcada : Elaborar hipóteses sobre os seus objetos, de forma a criar um processo racional e com sentido PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • O século XIX foi um século de grandes transformações. A Revolução Industrial fez com que um novo mundo surgisse, com aumento da população urbana, novas classes sociais, conquista de novos territórios por parte dos europeus em busca de matérias-primas e novos mercados. Dessa forma, toda a sociedade europeia foi afetada em maior ou menor grau. Os avanços científicos do período também tiveram forte impacto no imaginário social e na produção intelectual. O Positivismo foi uma doutrina fortemente influenciada pelas novidades desse contexto histórico. Por sua vez, o Positivismo também influenciou a produção historiográfica do século XIX. Quais são as principais influências do Positivismo sobre os historiadores do século XIX? Resposta Marcada : O paradigma de que o historiador deve se apresentar absolutamente objetivo perante as suas fontes, bem como a defesa de uma total separação entre sujeito e objeto. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • A chamada “terceira geração” da Escola de Annales, surgida na década de 1960, diversificou enormemente os temas de pesquisa dos historiadores. Ao passarem do “porão ao sótão”, isto é, da historiografia materialista para uma história cultural, historiadores como Philippe Ariès descobriram como é importante levarmos em consideração o contexto histórico para descobrirmos as sensibilidades de uma determinada época e como elas são diferentes de outros tempos. Da mesma forma, Jean Delumeau, em trabalho monumental, estudou os medos das pessoas através de vários séculos, demonstrando uma grande variação entre eles. Ariès descobriu que na Idade Média não havia a ideia de infância, com as crianças sendo vistas como adultos em miniatura. Que tipo de conexão Ariès fez para sustentar a sua descoberta? Resposta Marcada : O autor estabeleceu conexões entre fatos naturais (a infância e sociais (o modo que a sociedade lidava com essa fase da vida. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Lucien Febvre afirmou certa vez que o anacronismo, para o historiador, é o “pecado dos pecados”, isto é, o erro mais grave que se pode cometer no estudo e na escrita da história. No âmbito da história, o anacronismo pode ser entendido como o uso de conceitos que fazem sentido na época do historiador, mas que se apresentam completamente estranhos à época sobre a qual o pesquisador dedica a sua investigação. Também poder ser compreendido como o uso de termos que na atualidade têm um determinado sentido e na época estudada não existiam ou tinham sentido diverso. Tendo em vista o exposto, como o historiador pode evitar o anacronismo? Resposta Marcada : Tendo domínio do contexto histórico estudado e dos conceitos utilizados. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Em 1906, François Simiand sistematizou em seu livro Método histórico e ciência social várias críticas à História que já vinham desde fins do século XIX. Basicamente, eram uma crítica ao personalismo (preocupação com grandes nomes) e à busca pelas origens dentro dos trabalhos produzidos pelos historiadores da época. Como a proposta de História. Total de Febvre e Bloch servia como resposta a essas críticas? Resposta Marcada : Preocupando-se, por exemplo, com grandes estruturas de crença e fazendo uma História que privilegiava mais o funcionamento da sociedade do que se preocupava com biografias ou grandes fatos, tentando fazer uma espécie de Psicologia Social. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Ao assumir o comando dos Annales, em 1946, Fernand Braudel veio com uma nova proposta de se analisar a História a partir de grandes intervalos de tempo e estabelecendo diálogos com a geografia, a estatística e a economia. Um bom exemplo é a sua obra O Mediterrâneo e o mundo na época de Filipe II, na qual ele quebra com paradigmas construindo uma história sobre o mar Mediterrâneo focada no século XVI, mas fazendo conexões até com o século XX. Essa nova abordagem foi uma resposta às críticas de Lévi-Strauss que diziam: Resposta Marcada : Que a História era “prisioneira do acontecimento”, sendo, por isso, impossível de se conhecer grandes leis que explicassem o funcionamento da sociedade. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • As manifestações de maio de 1968 representaram um grande impacto na História e nas ciências sociais. A união entre universitários e trabalhadores na França e as diversas manifestações no planeta sinalizaram uma virada de paradigma para a História. Esses acontecimentos demonstraram uma necessidade de: Resposta Marcada : Os historiadores se apropriarem da antropologia e outras ciências sociais para compreender como funcionava a perspectiva e os valores das classes subalternas. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • A década de 1960 também foi famosa em revelar para o mundo os pensadores da New Left Review. Formada por importantes intelectuais de esquerda da Inglaterra e com uma proposta de também ter um olhar diferenciado para as classes populares, a New Left Review nasceu de um acontecimento traumático quando esses intelectuais se desligaram do Partido Comunista inglês e se uniram para criar a revista. Qual foi esse acontecimento? Resposta Marcada : A invasão de Praga pela URSS. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Apesar de o tocante à questão do engajamento político e da influência da teoria marxista serem diametralmente diferentes, a historiografia da Nova Esquerda Inglesa e da Nova História da Terceira Geração dos Annales tinha uma importância. Além de cronologicamente contemporâneas, as duas correntes eram: Resposta Marcada : A busca da compreensão das classes subalternas, ainda que por meio e razões diferentes. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 Total30 / 30 QUESTIONÁRIO II – HISTORIOGRAFIA GERAL I • As discussões sobre o tempo histórico propostas por Fernand Braudel, membro da segunda geração da Escola dos Annales, promoveram transformações na forma como os historiadores entendiam a dimensão de diferentes tempos e sua relação com o ritmo vivenciado em diferentes temporalidades. A influência dessa concepção pode ser entendida na seguinte afirmativa: Resposta Marcada : A existência de três percepções sobre a passagem do tempo numa mesma temporalidade a partir da curta, média e longa duração. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • O tempo não é apenas um dado físico e natural. As distintas leiturassobre a concepção de tempo e em como elas sofreram variações atestam a diversidade na maneira como o tempo foi visto ao longo da história. Desde autores gregos até a contemporaneidade, o tempo foi objeto de estudo de filósofos, historiadores e físicos. Sobre a dimensão do tempo cronológico, marque a alternativa correta: Resposta Marcada : A dificuldade em compreender o tempo de forma objetiva impeliu o uso de acepções que tangenciaram seu vocábulo. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • O historiador francês Marc Bloch, integrante do movimento da Escola dos Annales, foi responsável por importantes contribuições no campo da Teoria da História e na forma como os historiadores compreendem o tempo. Dentre os escritos de Bloch sobre o tempo histórico, podemos destacar: Resposta Marcada : Os tempos passado, presente e futuro estão interligados e influenciam-se mutuamente. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • “Diz-se algumas vezes: “A história é a ciência do passado”. É [no meu modo de ver] falar errado. [Pois, em primeiro lugar,] a própria ideia de que o passado, enquanto tal, possa ser objeto de ciência é absurda. Como, sem uma decantação prévia, poderíamos fazer, de fenômenos que não têm outra característica comum a não ser não terem sido contemporâneos, matéria de conhecimento racional? Será possível imaginar, em contrapartida, uma ciência total do Universo, em seu estado presente?”(BLOCH, 2001) Em sua obra Apologia da História ou Ofício do Historiador, Marc Bloch faz uma série de reflexões a respeito do fazer historiográfico, dentre elas a discussão do objeto de estudo da disciplina e sua relação com o tempo. Sobre a Ciência Histórica e o tempo, pode-se afirmar que: Resposta Marcada : A disciplina organiza seus currículos a partir das relações entre tempo histórico e tempo cronológico. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • “Outro exemplo: o papa Gregório XIII resolveu proceder a uma revisão do calendário juliano, porque, no correr dos séculos, o equinócio da primavera, do qual, no ano de 325, o concílio de Niceia fizera depender a festa de Páscoa, havia- se deslocado paulatinamente de 21 para 11 de março. Uma bula papal suprimiu dez dias do ano de 1552, decidindo que o dia seguinte a 4 de outubro seria 15 de outubro, e não 5. Essa reforma gregoriana da reforma do antigo calendário romano feita por Júlio César constituiu, até hoje, a última tentativa de estabelecer um sistema de calendário em que o ano social não se desviasse demais, no correr dos séculos, do “ano natural”, isto é, do tempo que o Sol — considerado em sua relação com homens espectadores e centros de referência — leva para retornar a um ponto do céu escolhido por eles como ponto de partida.” (ELIAS,1998). Sobre as relações entre tempo histórico e tempo cronológico, é possível afirmar que: Resposta Marcada : Fora do tempo, não é possível explicar os fenômenos sociais. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • A Nova História Cultural (NHC) não é apenas a gradual constituição de um novo repertório conceitual, mas também o deslocamento para novas abordagens. As aberturas apontam na direção de um aumento cada vez maior da percepção da complexidade pertinente aos aspectos culturais. Conforme Burke (2008), a Nova História Cultural (NHC) é hoje um novo paradigma de pesquisa e sua ascensão é conhecida como “teoria cultural”. Por que o autor afirma que a NHC é um novo paradigma de pesquisa? Resposta Marcada : Justamente por causa da aproximação com as outras áreas do conhecimento e com o desenvolvimento da micro-história, chamando atenção para as especificidades locais. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Inicialmente, a Escola de Annales tinha os seus interesses e foco de investigação voltados para as perspectivas de uma história social e econômica, o que acabava contradizendo as teorias da história tradicional baseada nos feitos dos grandes heróis nacionais. Diante disso, qual é a relação entre a Escola de Annales e a Nova História Cultural? Resposta Marcada : A terceira geração da Escola de Annales, caracterizada por pesquisas históricas sistematizadas em assuntos advindos da cultura, possibilitou a base de surgimento da Nova História Cultural. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • Conforme Barros (2011), todo objeto historiográfico se entretece no cruzamento não de um, mas de alguns campos históricos que ajudam a constituí-lo. É nesse sentido que se revela a importância de compreender como se dá as noções de “prática” e de “representação” na vertente historiográfica da Nova História Cultural. Diante do exposto, como podemos definir as noções “prática” e “representação”? Resposta Marcada : As “práticas” e as “representações” são sempre resultantes de determinadas motivações e necessidades sociais, elas têm um caráter de complementariedade, porque, por meio delas, podemos examinar tanto os objetos culturais como os sujeitos produtores e receptores de cultura. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • A Nova História Cultural percebe a cultura ou a diversidade das formações culturais como um processo que pode ser analisado na esfera da relação interativa entre os sujeitos e os objetos culturais, sendo que, tanto os objetos culturais são criados pelas práticas e representações como os sujeitos receptores e produtores de culturas que fazem parte integrante dos dois elementos. Diante do exposto, escolha a alternativa que mais se relaciona com essa afirmação: Resposta Marcada : Todo objeto historiográfico se entretece na relação interativa e no cruzamento não de um, mas de alguns processos e campos históricos que ajudam a constituí-lo. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 • A narrativa na História Cultural, antes ligada à visão tradicional, volta para dar voz às pessoas comuns, histórias de vida, narrativas culturais, suas estruturas e versões que interferem sobre a percepção do leitor. O desafio é fazer isso sem dar à história um enredo triunfalista e enfatizar a crítica e o conflito de visões e de sentido de cada narrativa. Diante disso, qual é o teórico com a sua respectiva linha de pesquisa que corresponde a essa afirmação? Resposta Marcada : Mikhail Bakhtin – conceitos de carnavalização e subversão, penetração da alta cultura pela baixa e as muitas vozes de um texto polifônico. PONTUAÇÃO TOTAL: 3PONTUAÇÃO OBTIDA 3 Total30 / 30
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