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1-[435551] O aluno Mateus chegou em uma bela segunda-feira, na aula de música da Escola Estadual Maria Clarice Moraes, muito entusiasmado para mostrar ao professor Rogério, um funk carioca que ele conheceu no baile, no final de semana. O professor Rogério aceitou que o aluno mostrasse a todos, por meio do seu celular, a música. Enquanto apreciavam, o professor começou a listar diversos problemas que essa música poderia trazer, em relação à letra, que apresenta, geralmente temáticas diretamente ligadas ao cotidiano da favela ou do subúrbio carioca. Apesar de contraditórias às obras tradicionais e homogeinizadas na cultura, coisas e obras de arte nunca são indivíduos: "elas vêm em famílias, linhagens, tribos, populações inteiras - assim como as pessoas. Elas tem relações umas com as outras assim como as pessoas que as criam e as circulam como objetos individuais" (Gell, 1998:153). (Olsen, 2010: 135 [tradução livre]). Portanto, o professor Rogério teria o que chamamos de "problema pedagógico". De acordo com os estudos do ciclo 2, essa lógica nos diz que: a) A partir do funk que o aluno trouxe, o professor Rogério deveria ignorar o funk que o aluno trouxe, pois ele já permitiu que fosse apresentado á turma, então já valorizou o saber que o aluno quis compartilhar. Caso contrário, ao ja valo o saber que o aluno quis compartilhar. O funk carioca não pode ser considerado um estilo musical, então não deve ser levado em consideração no ensino de música, ainda mais no ambiente tradicional da escola regular. c) A partir do funk que o aluno trouxe, o professor Rogério pode se tornar um mediador de uma comunidade social de aprendizagem colaborativa. Ou seja, se abrir ao que é diferente em uma aula de música, como a apreciação do funk pode ser um despertar para mediar novos processos de aprendizagem histórico musicais, sociais e de criação musical, por exemplo. d) Há de se considerar apenas a rítmica do funk como propulsor de novos conhecimentos musicais, porém o Prof. Rogério terá de conversar com o aluno para não repetir este desejo de compartilhar com os colegas a música que ouviu no baile funk, já que não é cabível de aprendizado musical - apenas trará problemas em relação à disputas de poder, degradação da representatividade feminina e ostentação para dentro da escola. e) A escola regular não está preparada para incorporar as questões sociais e midiáticas que surgem por meio da cultura do funk carioca, portanto o professor Rogério deve ignorar este problema e não permitir apreciações deste tipo em suas aulas de música.