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O agroexporta- Custos elevados A ausência de uma matriz de transporte eficiente acarreta prejuízos para os produtores e afeta a economia como um to...

O agroexporta- Custos elevados A ausência de uma matriz de transporte eficiente acarreta prejuízos para os produtores e afeta a economia como um todo. O fato de a soja ter de percorrer uma distância maior encarece o produto e o torna menos competitivo no mercado externo. Um levantamento da Câmara de Logística do Ministério da Agricultura constatou que, em 2014, 4 milhões de toneladas de soja e milho deixaram de ser produzidas devido aos elevados custos logísticos, que inviabilizaram financeiramente o negócio. O problema é que os investimentos em obras de infraestrutura que poderiam minimizar a situação andam em um ritmo menor do que o desejado. Segundo um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) encomendado pelo sindicato da construção (SindusCon-SP), o déficit de infraestrutura no Brasil é da ordem de 500 bilhões de dólares. Para efeito de comparação, em 2015, segundo projeções do setor, os investimentos em infraestrutura alcançaram 106,4 bilhões de reais, uma redução de 19% em relação ao ano anterior. 4 milhões de toneladas de soja e milho não foram produzidas em 2014 devido aos altos custos logísticos dor do café, principalmente na Região Sudeste. A expansão das rodovias foi mantida mesmo após a crise do café, em 1929, nos governos de Getúlio Vargas. Prosseguiu com o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) e sob o regime militar (1964-1985), períodos de expansão da indústria automobilística estrangeira no Brasil. Hoje, qualquer ideia sobre modernização, manutenção e expansão da matriz de transportes se baseia na intermodalidade ou transporte intermodal – a integração das várias opções de transporte. Por exemplo: transportar determinada carga por caminhão até um trem ou barcaça que a levará até um porto para exportação. 137GE ATUALIDADES | 2º semestre 2016 Matriz de transporte CONCEITO Matriz de transporte é o conjunto dos meios de transporte de carga e pessoas, via terrestre, fluvial, aérea e por dutos. Ela indica os volumes transportados e a distribuição, em porcentagem, desses volumes entre as diversas modalidades. RODOVIAS A predominância das rodovias na matriz de transporte brasileira data dos anos 1920, com a exportação de café. Nos anos 1950, as estradas se tornaram prioridade diante da chegada de montadoras estrangeiras. Segundo representantes do setor de transportes, metade delas se encontra em estado de conservação regular, ruim ou péssimo. DESEQUILÍBRIO O Brasil transporta 61,1% de carga por rodovias, 20,7% por ferrovias e 13,6% por hidrovias. A ênfase em rodovias distorce a matriz, já que ferrovias e hidrovias são mais indicadas para grandes volumes e distâncias maiores. A melhoria e o equilíbrio da malha de transportes é fundamental para evitar gargalos no escoamento da produção. TRANSPORTE INTERMODAL Uma matriz moderna é aquela que inclui e integra as diversas modalidades de transporte – ferrovias, rodovias, hidrovias –, conforme sua adequação ao tipo e volume dos produtos transportados, as características geográficas (curso dos rios, por exemplo) e as distâncias a ser percorridas. CUSTO ELEVADO Devido ao déficit de infraestrutura, os produtos brasileiros tornam-se menos competitivos no mercado externo, pois os produtores repassam o impacto do alto custo do transporte. Além disso, muitos fazendeiros produzem menos devido aos elevados custos logísticos, que inviabilizam o negócio. CONCESSÕES Concessão é um sistema pelo qual o governo transfere à iniciativa privada a construção, reformas e administração de rodovias, aeroportos, ferrovias e portos. As empresas investem em infraestrutura em troca de algum retorno financeiro, como o recolhimento de pedágio cobrado dos motoristas. RESUMO PLANO DE TEMER PREVÊ PRIVATIZAR “TUDO O QUE FOR POSSÍVEL” EM INFRAESTRUTURA Concessões, privatizações e parcerias público-privadas vão estar em um eventual governo Michel Temer, sob responsabilidade de um grupo técnico vinculado à Presidência da República. (...) O grupo técnico seria responsável por deslanchar as concessões que já estão previstas de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias, com investimentos estimados em mais de R$ 30 bilhões. Também ficará responsável por qualquer outro tipo de privatização ou até mesmo PPPs, mesmo que de outras áreas, como na saúde. (...) O novo órgão tem o objetivo de sinalizar ao mercado a intenção do governo de dar velocidade ao programa de concessões das obras de infraestrutura. “O Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura”, diz o documento “A Travessia Social” (...). R7 notícias, 29/4/2016 SAIU NA IMPRENSA Concessões Com as contas públicas desequilibradas, o governo federal não tem dinheiro em caixa para bancar as obras necessárias à ampliação da malha de transportes pelo Brasil. Uma das alternativas para desatar esse nó logístico tem sido a adoção de um modelo conhecido como concessão. Concessão é um sistema pelo qual o governo transfere à iniciativa privada serviços de construção, reformas, infraestrutura e administração de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeropor- tos. Nessa transferência, as empresas fazem um investimento que, naturalmente, terá algum retorno financeiro. Por exemplo, uma empresa assume as obras de duplicação de uma rodovia. Em troca, ela recolhe o pedágio cobrado dos motoristas. Para ganhar uma concessão, uma empresa deve oferecer em leilão a melhor oferta de serviços e investimentos – na construção de novos ramais ferroviários e terminais portuários – ou, no caso das rodovias federais, as menores tarifas de pedágio. Público e privado Mesmo antes do agravamento da crise política e econômica, o governo de Dilma Rousseff havia lançado um amplo pacote de concessões conhecido como Programa de Investimento em Logística (PIL), em 2012. No entanto, o projeto encontrou dificuldades para avançar devido ao fato de não haver empresas suficientemente interessadas em investir. O setor privado reclama das restrições impostas pelo governo na participação dos leilões – as empresas não achavam o retorno financeiro suficientemente atraente para um negócio considerado arriscado. Entre as condições colocadas pelo governo para a parceria com o capital privado estava a limitação no período de concessão. Uma empresa que construísse uma rodovia, por exemplo, poderia explorá-la financeiramente por até 35 anos, período que os investidores consideram baixo para obter o lucro desejado. Além disso, as regras também fixavam uma taxa de retorno máximo para os investidores. Para o governo, essas regras eram necessárias para garantir um retorno financeiro que considerava adequado aos cofres públicos e trazer mais benefícios aos usuários ao impedir que os investidores cobrassem preços abusivos de empresas e pessoas que utilizassem a malha de transportes. Com o afastamento temporário de Dilma após a aprovação do processo de impeachment no Senado, em maio, o vice Michel Temer assumiu a presidência interina sinalizando que deve flexibilizar as regras das concessões, com o objetivo declarado de retirar os “excessos de interferência do Estado”. Seja qual for o modelo de concessão adotado, o desafio do governo é atrair o capital privado sem que o Estado perca a capacidade de gerenciar os investimentos na matriz de transporte e garantir o retorno adequado à sociedade. � GE QUESTÕES SOCIAIS INTOLERÂNCIA O desafio de aceitar as diferenças Uma sucessão de episódios de intolerância – como homofobia, racismo, xenofobia, discriminação religiosa e política – assombram o Brasil e o mundo COEXISTÊNCIA Vigília em Nova York (EUA) homenageia as vítimas do massacre em uma boate gay de Orlando, em junho de 2016 CARLO ALLEGRI / REUTERS 140 GE ATUALIDADES | 2º semestre 2016 QUESTÕES SOCIAIS INTOLERÂNCIA Cerca de 200 pessoas dançavam na pista da Pulse, uma das principais boates gays de Orlando, na Flórid

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O texto apresenta informações sobre a matriz de transporte brasileira, destacando a predominância das rodovias, o déficit de infraestrutura e os altos custos logísticos que afetam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Além disso, o texto apresenta o modelo de concessão como uma alternativa para a ampliação da malha de transportes no Brasil, transferindo à iniciativa privada a construção, reformas e administração de rodovias, aeroportos, ferrovias e portos.

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