A fé pública atribui autenticidade a exatamente o quê? A fim de compreender no que consiste a autenticidade derivada da existência de fé pública a...

A fé pública atribui autenticidade a exatamente o quê?

A fim de compreender no que consiste a autenticidade derivada da existência de fé pública aos atos praticados por notários ou oficiais de registro podemos nos valer do conteúdo do art. 215, do Código Civil. A escritura lavrada por tabelião é dotada de fé pública fazendo prova plena, sendo estabelecido no § 2o , do mesmo dispositivo, os requisitos formais que devem estar presentes na escritura pública. Podemos concluir pelo tratamento doutrinário e jurisprudencial dado à matéria, que a fé pública, outorgada aos notários e oficiais de registro, se remete a data e ao local da realização do ato, ao reconhecimento da identidade das partes, de que aquelas partes manifestaram a vontade ali descrita, que a vontade foi proferida livremente etc. A autenticidade se refere, portanto à prática do ato, não tendo o oficial responsabilidade sobre outros elementos que possam estar relacionados ao ato. Exemplificando: se um determinado casal se dirige a um cartório de notas e manifesta a vontade de celebrar uma escritura pública declaratória de que vivem em união estável, e assim o fazem, a autenticidade se reporta ao fato de aquele contrato de convivência ser verdadeiro no que tange a sua celebração. A fé pública pertinente ao notário prova que os declarantes foram reconhecidos como tais, e declararam validamente as manifestações ali contidas. No entanto, se o referido casal fez declarações falsas, ou seja, se o conteúdo manifestado pelo casal não for verdadeiro não terá o notário qualquer responsabilidade, pois não atesta a validade ou autenticidade do conteúdo da declaração.