A história oral suscita uma série de debates epistemológicos, metodológicos e teóricos a respeito das fontes históricas. Em princípio, o trabalho d...

A história oral suscita uma série de debates epistemológicos, metodológicos e teóricos a respeito das fontes históricas. Em princípio, o trabalho de problematização da fonte oral não difere da fonte escrita, porém o historiador deve estar ciente dos limites epistemológicos de cada uma. Por exemplo, as evidências do passado existentes em um documento oficial são diferentes da escrita de um diário, que, por sua vez, se distinguem do que é registrado em uma entrevista de história oral, porque é algo que envolve não somente o conteúdo, mas também a forma como é narrado. Imagine que você é a professora de metodologia de pesquisa em História e foi procurada por um aluno que está elaborando um projeto. Ele pretende estudar os sentidos atribuídos ao processo eleitoral de 1989 por aqueles que votavam pela primeira vez, após o período da ditadura civil-militar brasileira. O estudante lhe questiona sobre que fonte utilizar. Você recomenda a realização de entrevistas de história oral temática, que permitem compreender a valoração que esses sujeitos conferiam ao voto depois de um período de autoritarismo. No entanto, o aluno rechaça a sugestão, crendo que fontes orais não são confiáveis, pois se baseian na memória. Além disso, as pessoas poderiam mentir, e ele não teria segurança se a pessoas estava falando a verdade ou não. A partir dessa situação-problema, responda: a) O raciocínio do aluno está correto? Por quê? b) Como professora, de que forma você responderia ao aluno?