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Quando estudamos o período da Pré-História temos o hábito de observar as transformações sofridas pelos primeiros homens que habitaram a terra. Ao m...

Quando estudamos o período da Pré-História temos o hábito de observar as transformações sofridas pelos primeiros homens que habitaram a terra. Ao mesmo tempo, vemos que o estudo desse período sucede o estudo das teorias evolucionistas, onde observamos o homem passando por uma série de mudanças de ordem física e biológica para, assim, obter sua atual fisionomia.

O que geralmente nota-se é que essa ideia de evolução, trazida das teorias darwinistas, acabam influenciando o modo como tratamos as formas de organização e hábitos de sobrevivência das primeiras comunidades primitivas. É dessa forma que nossa visão sobre a prática do nomadismo acaba sendo, de certa forma, depreciativa.

O nomadismo consiste em uma prática onde um homem ou grupos humanos vagueiam por diferentes territórios. Nesse processo de locomoção pelo espaço, essas comunidades utilizam-se dos recursos oferecidos pela natureza até esses se esgotarem. Com o fim desses recursos, esses grupos se deslocam até encontrarem outra região que ofereça as condições necessárias para a sobrevivência.

Durante o Paleolítico e parte do Neolítico, o nomadismo foi uma prática comum entre os primeiros grupos humanos. Com as mudanças climáticas e o desenvolvimento das primeiras técnicas agrícolas, o nomadismo cedeu espaço para o aparecimento de comunidades sedentárias originárias das primeiras civilizações da Antiguidade. É nesse momento de mudança que julgamos que as comunidades sedentárias são “mais evoluídas” e, portanto, melhores que as nômades.

Ao julgarmos as comunidades sedentárias “melhores”, acabamos criando uma visão errônea de que as comunidades nômades não eram capazes de desenvolver valores culturais, formas de organização político-social ou formas complexas de se relacionarem com o mundo. Em outras palavras, acabamos igualando o processo de fixação do homem ao aumento do cérebro humano ou a locomoção sobre duas pernas. E o que isso tem a ver com nosso estudo da História?

O fato é que essa visão gera uma interpretação errônea e preconceituosa das demais comunidades que, ainda hoje ou em outros períodos históricos, vivem da prática do nomadismo. No entanto, é importante perceber que a falta do domínio sobre a agricultura ou a inexistência do Estado não podem ser encarados como itens suficientes para se julgar uma cultura nômade pior ou inferior em relação às demais.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nomadismo.htm 

 

Texto II

Antes do surgimento dos grandes conglomerados humanos na Mesopotâmia e no Egito, ao Norte da África, durante milhões de anos o ser humano viveu e, em muitos lugares ainda vive, de maneira nômade, seminômade ou reunidos em tribos. O convívio na forma tribal traz especificidades na educação e transmissão de conhecimentos bem distintas dos modelos tradicionais que estamos habituados a ver em nossa sociedade. Se tomarmos como exemplo os indígenas que habitam o Brasil, podemos perceber que o conhecimento não representa uma forma de exercer poder sobre algum outro membro da comunidade. Os saberes são transmitidos entre gerações por meio da repetição e estão ligados ao dia a dia dessas pessoas, que exige habilidades de caça, pesca, artesanato, manuseio de armas, agricultura, construção de suas casas, conhecimentos acerca da natureza, entre outros.

Analisando a educação tribal de forma geral, Maria Lúcia Aranha destaca que:

A cuidadosa adaptação aos usos e valores da tribo geralmente é levada a efeito sem castigos. Os adultos demonstram muita paciência com os enganos infantis e respeitam seu ritmo próprio. Por meio da educação difusa, de que todos participam, a criança toma conhecimento dos mitos ancestrais, desenvolve aguda percepção do mundo e aperfeiçoa suas habilidades (ARANHA, 1996b, p. 27).

 

Considerando os textos apresentados, avalie as hipóteses a seguir e indique a afirmação correta.

I. Na educação tribal os saberes são transmitidos entre gerações por meio de adaptações, de acordo com a faixa etária e as transformações inevitáveis para os tempos modernos.

II. Na educação tribal os saberes são transmitidos entre gerações por meio da repetição e estão ligados ao dia a dia dessas pessoas, que exige habilidades de caça, pesca, artesanato, manuseio de armas, agricultura, construção de suas casas, conhecimentos acerca da natureza, entre outros.

III. Na educação tribal os saberes são transmitidos entre gerações por meio de adaptações, de acordo com a faixa etária e as transformações inevitáveis para os tempos modernos.

IV. Na educação tribal os saberes são transmitidos entre gerações por meio da repetição e estão ligados ao dia a dia dessas pessoas, buscando sempre adaptar seus conhecimentos segundo as necessidades das novas gerações.



💡 1 Resposta

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A afirmação correta é a II: "Na educação tribal os saberes são transmitidos entre gerações por meio da repetição e estão ligados ao dia a dia dessas pessoas, que exige habilidades de caça, pesca, artesanato, manuseio de armas, agricultura, construção de suas casas, conhecimentos acerca da natureza, entre outros."

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