Buscar

Para que uma idéia de um escritor chegasse aos leitores, era preciso mobilizar muitos átomos de tinta, papel, fotolitos, impressoras, caminhões, av...

Para que uma idéia de um escritor chegasse aos leitores, era preciso mobilizar muitos átomos de tinta, papel, fotolitos, impressoras, caminhões, aviões e assim por diante. Hoje, um texto, quando transformado em bits, pode chegar aos leitores mesmo estando destituído de seu suporte material, o que torna muito mais rápida e barata sua veiculação. Assim, podemos pensar, como Negroponte (1995), num mundo comunicativo no qual a circulação de bits substituirá a circulação de átomos. Isso ocorrerá por diversas razões. Econômicas – tendo em vista que é muito mais barato deslocar bits do que moléculas. Ecológicas – já que se reduz o consumo de celulose. Culturais e sociais – pela facilidade de se deslocar a informação digitalizada no tempo e no espaço. Não estando presos aos suportes materiais, os recursos multimídia estabelecem um novo terreno, no qual todas as mídias podem conviver: o terreno digital. Esse fenômeno está sendo chamado de convergência digital. Diversas tecnologias, antes desenvolvidas separadamente, estão convergindo e se integrando, gerando produtos e serviços viabilizados pela digitalização. Um exemplo são os SmartPhones que, além de funcionarem como telefone, também tiram fotos, tocam músicas, recebem mensagens, enviam e-mails e acessam a internet: ações que antes exigiam vários equipamentos diferentes para serem realizadas. Para educação a distância, esse território comum entre diversos meios anteriormente separados por seus suportes físicos abre novas alternativas para a construção de ambientes de aprendizagem viáveis e, ao mesmo tempo, envolventes. Sala de aula enriquecida é uma forma pouco difundida no Brasil, mas que tende a se tornar mais comum na medida em que novos recursos de comunicação já passam a estar disponíveis nas escolas e universidades. Trata-se de uma sala de aula na qual as tecnologias são utilizadas para ampliar o acesso à informação e aumentar o número de agentes educacionais envolvidos no processo de aprendizagem. Professor e alunos estão no mesmo espaço e tempo – na sala de aula –, mas empregam intensivamente as tecnologias de informação e comunicação em suas atividades. Podem acessar informações em bases externas de dados, pesquisar na internet, participar de projetos de cooperação via rede, conversar com especialistas, criar apresentações multimídia, levar essas apresentações para casa em seus PDAs ou notebooks e fazer diversas atividades com o suporte de tecnologias. Uma variação da sala de aula enriquecida é a constituída por programas que envolvem a computação móvel, sem fio (handheld and wireless computing), realizada por meio de dispositivos de mão, como celulares, tablet, GPS, PDAs e outros. Classificar ou não a sala de aula enriquecida como um tipo de educação a distância depende muito da concepção de EAD que baliza a tipologia. Aqueles que não a veem como uma forma de EAD se justificam afirmando que o espaço físico da sala e a presença contígua e simultânea de professor e alunos não a diferenciam significativamente das formas tradicionais de ensino presencial. A inovação é entendida, nesse caso, como uma prática educativa diferenciada, posto que apoiada no uso local de certas tecnologias de informação e comunicação. Aqueles que preferem ver a sala de aula expandida como um tipo diferente de EAD se utilizam do argumento referente à diversificação dos agentes potenciais de aprendizagem – que podem estar a distância –, à ampliação do acesso à informação, ao uso de canais abertos de expressão de ideias pelos alunos e a sua difusão pela rede, à possibilidade de formação de comunidades de aprendizagem e de prática. Mesmo que não seja considerada um tipo de EAD, sem dúvida, a sala de aula enriquecida compartilha vários recursos e práticas com os tipos de EAD, tornando a aproximação entre o ensino presencial e o telepresencial proveitosa para ambos. Mídias integradas combinam diversos meios e linguagens, mantendo seus suportes físicos, sem fundi-los em um mesmo suporte. As mídias integradas vêm se mostrando uma opção interessante para a educação a distância, especialmente nos tipos de EAD que dependem mais intensamente dos materiais didáticos.