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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXXXX. PROCESSO Nº XXXXXXXXXXX CARLOS, já devidamente qualificad...

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXXXX. PROCESSO Nº XXXXXXXXXXX CARLOS, já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO CRIMINAL em epígrafe, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio do seu advogado subscritor (Procuração fl. xx), com fundamento no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO contra a r. sentença de fls. xxx, requerendo, desde já, seja o recurso conhecido por este Juízo e, consequentemente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Ceará, para que dele conheça, dando-lhe provimento. Requer, ainda, a concessão dos benefícios da Justiça gratuita, tendo em vista ser o Apelante pobre no sentido legal, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade/CE, data. ADVOGADO OAB RAZÕES DE APELAÇÃO Processo nº Origem: ___ª Vara Criminal da Comarca de XXXXX Ação Criminal Apelante: CARLOS Apelado: Justiça Pública EGRÉGIO TRIBUNAL ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 1 – DA ADMISSIBILIDADE O presente recurso é cabível vez que investe contra sentença condenatória prolatada pelo respeitável Juízo a quo nestes autos de ação criminal. Além disso, o presente recurso é tempestivo, vez que o prazo para Apelação, conforme a legislação processual vigente, é de 5 (cinco) dias, contados a partir da data da intimação da sentença que se deu somente no dia 18 de setembro de 2019. Portanto, tempestivo o presente recurso. O Apelante requer a concessão dos benefícios da Justiça gratuita, tendo em vista ser pobre no sentido legal, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família. 2 – DA SENTENÇA O Juízo a quo julgou total procedente a denúncia, condenando o Apelante nas sanções do artigo 33, caput da Lei 11.343/06, definindo sua pena em 06 (seis) anos e 06 (dois) meses de reclusão, mais o pagamento de 650 (seiscentos e cinquenta) dias - multa. De acordo com a sentença condenatória, a autoria e a materialidade do delito restaram comprovadas pelas provas produzidas. o 33, caput da Lei 11.343/06. Como é cediço, a Constituição Federal garante a presunção de inocência, de tal sorte que se faz mister um conjunto probatório harmonioso e robusto para a imposição de um édito condenatório. A dúvida deve levar, necessariamente, à absolvição, em apreço à constitucional presunção de inocência, a menos que haja robusto conjunto probatório a elidi-la. Não é o que ocorre nos autos. As testemunhas de acusação se limitaram a dizer que o Apelante estava no portão em companhia de Vanessa e que gritaram: “Polícia, polícia...”. Ora, Nobres Julgadores, com a devida licença para vos questionar, mas desde quando se localizar no portão e gritar “polícia” são tipificados pelo artigo 33, caput da Lei 11.343/06? E mais! Os depoimentos das testemunhas de acusação coincidem com o interrogatório do Apelante, visto que este afirmou que estava no portão juntamente com XXXXXX para consumo de droga. A diferença é que as testemunhas fantasiaram que o Apelante se localizava ali por outro motivo que não o consumo de entorpecentes . A fantasia das testemunhas de acusação é tão burlesca que não há como imaginar um homem e uma mulher, desarmados e com o portão aberto estarem ali para fazerem contenção ao tráfico interno... é, no mínimo, uma história absurda! De acordo os depoimentos colhidos em Juízo, conclui-se que a única prova de que o Apelante participava do tráfico de drogas consiste na palavra dos policiais responsáveis pelas diligências; porém, apenas a palavra dos agentes policiais não é apta a ensejar uma condenação. Principalmente, por concluírem que o Apelante participava do tráfico por estar na porta da residência e gritar “polícia, polícia...”. Com efeito, a palavra policial não pode servir de sustentáculo para um grave édito condenatório. Neste sentido: “Por outro lado, é de bom senso e cautela que o magistrado dê valor relativo ao depoimento, pois a autoridade policial, naturalmente, vincula-se ao que produziu investigando o delito, podendo não ter a isenção dispensável para narrar os fatos, sem uma forte dose de interpretação. Outros policiais também podem ser arrolados como testemunhas, o que, via de regra, ocorre com aqueles que efetuaram a prisão em flagrante. Nesse caso, podem narrar importantes fatos, embora não deva o juiz olvidar que eles podem estar emocionalmente vinculados à prisão que realizaram, pretendendo validá-la e consolidar o efeito de suas atividades. Cabe, pois, especial atenção para a avaliação da prova e sua força como meio de prova totalmente isento[1]” (destaques nossos) Neste sentido, ainda, o entendimento jurisprudencial: Por mais idôneo que seja o policial, por mais honesto e correto, se participou da diligência, servindo de testemunha, no fundo está procurando legitimar sua própria conduta, o que juridicamente não é admissível. A legitimidade de tais depoimentos surge, pois, com a corroboração por testemunhas estranhas aos quadros policiais[2]. (negrito nosso). A principal função da Polícia, na repressão criminal, não é testemunhar fatos, mas antes oferecer elementos de convicção que sustentem a acusação pública. Entender o contrário e partir da presunção de autenticidade dos depoimentos policiais, sem outras provas concludentes, é desnaturar o princípio do contraditório e inverter o princípio da inocência presumida. Pois que ao réu, obviamente, não se há de exigir que prove sua inocência[3]. Este é todo o conjunto probatório produzido contra o Apelante, sendo patente sua fragilidade, visto que não reúne elementos de certeza que autorizem a prolação de um decreto condenatório. E a dúvida, resultado da insuficiência de provas, deve ser sempre interpretada em benefício do réu, princípio basilar da seara penal. Desta forma, a manifesta insuficiência probatória deve levar, imprescindivelmente, à absolvição do Apelante pelo crime descrito no artigo 33, caput da Lei 11.343/06, conforme previsão do Código de Processo Penal, artigo 386, inciso VII. 4 – DA ABSORVIÇÃO 5 – DOS PEDIDOS Requer-se, portanto, seja o presente recurso CONHECIDO e PROVIDO para o fim de absolver-se o réu, com base no artigo 386, incisos III ou VII, do Código de Processo Penal. Aguarda provimento do recurso, estabelecendo-se, assim, a mais precisa JUSTIÇA! Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade/XX, data. ADVOGADO OAB

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Recurso de Apelação Criminal
5 pág.

Direito Penal e Processo Penal Faculdade Luciano FeijãoFaculdade Luciano Feijão

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