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Mencione que eles caíram por causa da força da tentação externa. Eles caíram, primeiramente, porque isso era parte de um plano divino que está fora...

Mencione que eles caíram por causa da força da tentação externa. Eles caíram, primeiramente, porque isso era parte de um plano divino que está fora do nosso pleno entendimento; em segundo lugar, eles caíram porque lhes foi dada a capacidade de fazer alguma coisa que fosse contrária à natureza santa com a qual haviam sido criados; em terceiro lugar, eles caíram porque estavam sujeitos à mudança, pois seres criados estão sempre sujeitos à mudança; em quarto lugar, eles caíram também porque foram tentados por Satanás. No entanto, Jesus Cristo, quanto à tentabilidade era semelhante tanto dos anjos como aos nossos primeiros pais, ainda que ele seja chamado de Segundo Adão, por possuir uma plena humanidade e por ser finito, porque ele não seria tentável se não fosse finito por causa da sua humanidade. Uma coisa deveria ficar clara neste ponto: uma tentação externa só tem poder quando a natureza interior do ser tentado é inclinada ao pecado, mas não tem poder sobre uma natureza santa, perfeita, e, além de tudo, Jesus Cristo era um ser divino-humano. Embora tentável por causa da sua humanidade, Jesus Cristo não era inclinado para nada que não fosse santo, porque a sua natureza não era corrompida pelo pecado. Portanto, nesse sentido, com respeito às tentações externas, Jesus nunca se sentiu tentado (inclinado) a pecar, porque as tentações externas não podem provocar nele nenhum desejo de pecar. Dizer que Jesus Cristo, por causa da sua tentabilidade, estava sujeito a pecar é uma espécie de ignorância da Pessoa do Redentor e de desconsideração para com ela. 434. Veja o próximo capítulo sobre o “Ensino Específico sobre a Tentação do Redentor”. 423ENSINO GERAL SOBRE A TENTAÇÃO DO REDENTOR As tentações de Cristo foram todas sem pecado, mas a maioria das tentações dos homens caídos é pecaminosa, como veremos adiante. Essas tentações são nascidas em desejos ímpios e proibidos que os homens possuem. 3. A INOCÊNCIA DA TENTAÇÃO EXTERNA a. A inocência da tentação externa no caso dos homens em geral É altamente desconfortável estar debaixo da tentação. Freqüentemente os que amam Deus sentem-se sujos sob tentação. As coisas comumente sugeridas pelas tentações externas nos causam mal-estar. Há alguma coisa que precisa ser aprendida nessas situações: ser tentado de fora, ou externamente, não é pecado. Satanás (ou outra pessoa qualquer) pode nos tentar a fazer as coisas mais vis, ou pode nos sugerir os pensamentos mais impuros em nossa mente, mas nós podemos rejeitar todas essas sugestões e induções pela atuação da maravilhosa graça de Deus. Devemos ter em mente um dito que foi atribuído a Lutero: “Você não pode impedir que um passarinho voe sobre sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça um ninho sobre ela.” Isso quer dizer que não podemos impedir que uma tentação venha sobre nós, mas podemos impedir que ela seja abrigada dentro de nós. Nesse sentido, ser tentado não consiste em pecado. b. A inocência da tentação externa no caso de Jesus Há semelhança e dessemelhança entre as tentações que Jesus sofreu e as que os homens sofrem. A semelhança está no fato das tentações serem reais e fortes; a dessemelhança está no fato de Jesus não ter tentação vindo da cobiça. As tentações de Cristo foram todas inocentes, isto é, sem qualquer conotação pecaminosa, mas a grande maioria das tentações que sofremos tem um caráter pecaminoso, porque elas são nascidas em nossa inclinação pecaminosa, com desejos ímpios e proibidos. Foi exatamente isso que Tiago nos ensinou: “Ao contrário, cada um é tentado por sua própria cobiça (e)piqumi/aj), quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.13, 14). Essas tentações, portanto, já possuem em seu bojo um aspecto pecaminoso, porque vêm de fonte pecaminosa dentro do coração humano. A palavra grega e)piqumi/aj indica luxúria ou cobiça. Todavia, Jesus não é tentado pecaminosamente. Ele não possui a natureza pecaminosa. Ele foi tentado de fora, do diabo, mas os dardos lançados por Satanás tinham a ver com aspectos inocentes de Jesus Cristo. O fato de uma tentação não ser pecaminosa não implica que ela não seja forte. Shedd diz que “uma tentação 424 A UNIÃO DAS NATUREZAS DO REDENTOR inocente pode ser maior em sua força do que uma tentação pecaminosa. Cristo foi solicitado por uma tentação sem pecado mais fortemente do que qualquer homem jamais foi por sua tentação pecaminosa”.435 Deixe-me ilustrar o que acabei de falar usando o caso da primeira tentação de Jesus: Por exemplo, ele foi tentado a respeito do pão, quando estava há muitos dias sem comer. Comer era um apetite natural para Cristo. “Um apetite natural pode ser mais forte e mais difícil de controlar do que um apetite vicioso e anatural.”.436 Nesse sentido, as tentações foram muito fortes para ele. Contudo, ele não cedeu a elas. “Além disso, as tentações inocentes de Cristo foram tornadas mais rigorosas e poderosas, em razão da pronta resistência que ele ofereceu a elas. Tentações que são acompanhadas de lutas e oposição contra elas são mais violentas do que aquelas que não o são.”437 Nosso Redentor não foi tentado por paixões pecaminosas do orgulho, da vaidade, do ciúme, da inveja, do ódio, da malícia, ou de outro pecado qualquer. Suas tentações não atingiram nenhum ponto de inclinação para o mal, pois ele era santo. Por essa razão, Satanás apelou para os seus apetites naturais, que não eram pecaminosos em si mesmos. As tentações que ele recebeu eram fortes, mas não tinham conotação de desobediência moral, como as nossas tentações interiores têm. Cristo foi mais tentado por Satanás do que qualquer dos filhos dos homens, mas nunca foi tentado por sua própria cobiça. Por essa razão, somos inclinados a crer que todas as suas tentações são inocentes, sem estimular qualquer maldade nele. Há uma grande diferença entre os apetites naturais por comida e a glutonaria. A glutonaria não é mera nem somente um apetite físico, mas contém um elemento mental e voluntário. O glutão pensa na comida com prazer, e calcula para isso. Mas Jesus não tinha o apetite da glutonaria, simplesmente o apetite natural por comida da qual dependia para viver. A tentação de transformar as pedras em pães não era em si mesma pecaminosa, porque apela para os apetites naturais, não para os apetites desregrados de Jesus, porque ele não os tinha. A glutonaria é uma parte do nosso pecado. Ela expressa a corrupção da natureza humana com respeito ao corpo, mas Jesus não possuía esse tipo de apetite. Por essa razão, também as suas tentações externas não foram pecaminosas. Nosso Senhor Jesus não foi tentado pelos desejos pecaminosos de orgulho, ambição, inveja, malícia, ódio, ira, ciúme, avareza, volúpia, bebedice, ou qualquer outra espécie de “concupiscência”. Ele nunca teve apetite por essas coisas, que são comuns nos homens caídos. O apelo de Satanás da última das três tentações teria um grande efeito sobre os homens caídos, mas encontrou total resistência em Je- 435. W. G. T. Shedd, Dogmatic Theology, vol. II, 340. 436. Ibid., 340. 437. Ibid., 341. com a condição pecaminosa do coração do homem. Essa tentação, que procede da inclinação pecaminosa, é uma solicitação para fazer alguma coisa errada, contrária à Palavra de Deus. 1. A PECAMINOSIDADE DA TENTAÇÃO INTERNA Diferentemente das tentações internas a tentação interna em si mesma já é pecaminosa, porque ela procede de um coração pecaminoso. Isso significa que a pessoa tenta a si mesma. É exatamente isso o que Tiago fala em sua Carta: Tiago 1.13, 14 – “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” O verso 12 trata da tentação que vem ao homem, que é a tentação externa. Esta pode vir de várias fontes: de Satanás, dos homens irregenerados e dos próprios homens regenerados, mas jamais ela pode vir de Deus, segundo a afirmação do verso 12. Todavia, no verso 13

Essa pergunta também está no material:

Coleção fé evangélica - Heber Carlos de Campos - A união das naturezas do Redentor 672
672 pág.

Teologia Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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