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[1211-2011], Porto. Universidade Lusíada, 2012. Para o período posterior à receção v., por todos, A. M. Hespanha, História das instituições..., cit...

[1211-2011], Porto. Universidade Lusíada, 2012. Para o período posterior à receção v., por todos, A. M. Hespanha, História das instituições..., cit., 439 ss.; Nuno Espinosa Gomes da Silva, Humanismo e direito em Portugal no séc. XVI, Lisboa, 1962; História do direito português, Lisboa 1985, loc. var.; Martim de Albuquerque e Ruy de Albuquerque, História do direito português, I, Lisboa, 1984/1985, 273-295. 461 Sobre a chamada “teoria da modernização”, cf. Weiser, 1966; Wehler, 1975. Estes problemas já foram levantados na introdução de Hespanha, 1983. A questão dos legal transfers, considerados como mudanças de modelos de conhecer o direito, foi abordada na “Réunion d’experts pour examiner les premiers résultats de recherches entreprises sur les conditions du transfert des connaissances” (algumas das comunicações deste encontro foram publicadas em AA. VV., 1983; v., em especial, Lenoble, 1972). A bibliografia sobre o tema é vastíssima (destaco, para vários cenários, Barton, 1983; Singh, 1986; Knafla, 1995; Mann, 1991; Mommsen, 1992; Darian-Smith, 1999; Bilder, 2004; aplicação (Hong Kong, Macau): Coates, 1967, 1968, Hespanha, 1994c; apreciação crítica, Clavero, 2012). A CULTURA JURÍDICA EUROPEIA como um fenômeno muito complexo, em que as transações jurídicas se efetuam nos dois sentidos, em que a violência se combina com a aceitação, cada parte traduzindo nos seus modelos culturais e apropriando para os seus interesses elementos dos direitos alheios; em que as condições de domínio político variam de acordo com os lugares, os tempos e os modelos de dominação colonial (“imperial”). Por outro lado, tanto as sociedades colonizadoras como as sociedades coloniais são política e culturalmente complexas, portadoras de uma pluralidade complexa de direitos; todos eles interagem entre si, numa situação de contato. É tudo isto que deve ser considerado, ao encarar a extensão ao Ultramar dos modelos jurídicos europeus. 7.2.10. A estrutura política do império Com a expansão portuguesa, a partir do século XV, o direito vigente em Portugal tende a aplicar-se no Ultramar. Porém, a situação de cada zona territorial ultramarina era muito diversa, sendo também diferentes os estatutos políticos das várias “conquistas”. E, assim, os equilíbrios entre o direito da metrópole e os direitos dos vários grupos populacionais locais eram muito diversos. Tinha de se distinguir, antes de mais, o estatuto político e jurídico dos colonos a viver, de forma mais ou menos estável, no Ultramar do dos povos nativos. Os primeiros eram portugueses (“naturais”, “reinóis”) segundo o critério das Ordenações (filhos de pai português, Ord. Fil., II, 55), aplicando-se-lhes o direito do reino (direito comum ou direito pátrio), embora este, a tal distância, estivesse ainda mais sujeito aos particularismos locais. Os nativos, em contrapartida, não sendo filhos de pais portugueses, não eram portugueses e, por isso, não se regiam pelo direito da metrópole, embora este se lhes pudesse aplicar enquanto súbditos “não naturais”, “políticos” ou “territoriais” do rei. Porém, a maior ou menor intensidade do poder colonial, as diferenças culturais, os equilíbrios políticos locais, as distâncias, as diferenças culturais e as perspectivas cruzadas de colonizadores e colonizados particularizavam e complexificavam mais a vigência desta regra formal do direito culto europeu. Na prática dos diversos contextos coloniais, a situação foi complexa até muito tarde; cf. Silva, 2009, 145 ss. (“estrangeiros atípicos”). A CULTURA JURÍDICA EUROPEIA como um fenômeno muito complexo, em que as transações jurídicas se efetuam nos dois sentidos, em que a violência se combina com a aceitação, cada parte traduzindo nos seus modelos culturais e apropriando para os seus interesses elementos dos direitos alheios; em que as condições de domínio político variam de acordo com os lugares, os tempos e os modelos de dominação colonial (“imperial”). Por outro lado, tanto as sociedades colonizadoras como as sociedades coloniais são política e culturalmente complexas, portadoras de uma pluralidade complexa de direitos; todos eles interagem entre si, numa situação de contato. É tudo isto que deve ser considerado, ao encarar a extensão ao Ultramar dos modelos jurídicos europeus. 7.2.10. A estrutura política do império Com a expansão portuguesa, a partir do século XV, o direito vigente em Portugal tende a aplicar-se no Ultramar. Porém, a situação de cada zona territorial ultramarina era muito diversa, sendo também diferentes os estatutos políticos das várias “conquistas”. E, assim, os equilíbrios entre o direito da metrópole e os direitos dos vários grupos populacionais locais eram muito diversos. Tinha de se distinguir, antes de mais, o estatuto político e jurídico dos colonos a viver, de forma mais ou menos estável, no Ultramar do dos povos nativos. Os primeiros eram portugueses (“naturais”, “reinóis”) segundo o critério das Ordenações (filhos de pai português, Ord. Fil., II, 55), aplicando-se-lhes o direito do reino (direito comum ou direito pátrio), embora este, a tal distância, estivesse ainda mais sujeito aos particularismos locais. Os nativos, em contrapartida, não sendo filhos de pais portugueses, não eram portugueses e, por isso, não se regiam pelo direito da metrópole, embora este se lhes pudesse aplicar enquanto súbditos “não naturais”, “políticos” ou “territoriais” do rei. Porém, a maior ou menor intensidade do poder colonial, as diferenças culturais, os equilíbrios políticos locais, as distâncias, as diferenças culturais e as perspectivas cruzadas de colonizadores e colonizados particularizavam e complexificavam mais a vigência desta regra formal do direito culto europeu. Na prática dos diversos contextos coloniais, a situação foi complexa até muito tarde; cf. Silva, 2009, 145 ss. (“estrangeiros atípicos”). A CULTURA JURÍDICA EUROPEIA como um fenômeno muito complexo, em que as transações jurídicas se efetuam nos dois sentidos, em que a violência se combina com a aceitação, cada parte traduzindo nos seus modelos culturais e apropriando para os seus interesses elementos dos direitos alheios; em que as condições de domínio político variam de acordo com os lugares, os tempos e os modelos de dominação colonial (“imperial”). Por outro lado, tanto as sociedades colonizadoras como as sociedades coloniais são política e culturalmente complexas, portadoras de uma pluralidade complexa de direitos; todos eles interagem entre si, numa situação de contato. É tudo isto que deve ser considerado, ao encarar a extensão ao Ultramar dos modelos jurídicos europeus. 7.2.10. A estrutura política do império Com a expansão portuguesa, a partir do século XV, o direito vigente em Portugal tende a aplicar-se no Ultramar. Porém, a situação de cada zona territorial ultramarina era muito diversa, sendo também diferentes os estatutos políticos das várias “conquistas”. E, assim, os equilíbrios entre o direito da metrópole e os direitos dos vários grupos populacionais locais eram muito diversos. Tinha de se distinguir, antes de mais, o estatuto político e jurídico dos colonos a viver, de forma mais ou menos estável, no Ultramar do dos povos nativos. Os primeiros eram portugueses (“naturais”, “reinóis”) segundo o critério das Ordenações (filhos de pai português, Ord. Fil., II, 55), aplicando-se-lhes o direito do reino (direito comum ou direito pátrio), embora este, a tal distância, estivesse ainda mais sujeito aos particularismos locais. Os nativos, em contrapartida, não sendo filhos de pais portugueses, não eram portugueses e, por isso, não se regiam pelo direito da metrópole, embora este se lhes pudesse aplicar enquanto súbditos “não naturais”, “políticos” ou “territoriais” do rei. Porém, a maior ou menor intensidade do poder colonial, as diferenças culturais, os equilíbrios políticos locais, as distâncias, as diferenças culturais e as perspectivas cruzadas de colonizadores e colonizados particularizavam e complexificavam mais a vigência desta regra formal do direito culto europeu. Na prática dos diversos contextos coloniais, a situação foi complexa até muito tarde; cf. Silva, 2009, 145 ss. (“estrangeiros atípicos”). A CULTURA JURÍDICA EUROPEIA como um fenômeno muito complexo, em que as transações jurídicas se efetuam nos dois sentidos, em que a violência se combina com a aceitação, cada parte traduzindo nos seus modelos culturais e apropriando para os seus interesses elementos dos direitos alheios; em que as condições de domínio político variam de acordo com os lugares, os tempos e os modelos de dominação colonial (“imperial”). Por outro lado, tanto as sociedades colonizadoras como as sociedades coloniais são política e culturalmente complexas, portadoras de uma pluralidade complexa de direitos; todos eles interagem entre si, numa situação de contato. É tudo isto que deve ser considerado, ao encarar a extensão ao Ultramar dos modelos jurídicos europeus. 7.2.10. A estrutura política do império Com a expansão portuguesa, a partir do século XV, o direito vigente em Portugal tende a aplicar-se no Ultramar. Porém, a situação de cada zona territorial ultramarina era muito diversa, sendo também diferentes os estatutos políticos das várias “conquistas”. E, assim, os equilíbrios entre o direito da metrópole e os direitos dos vários grupos populacionais locais eram muito diversos. Tinha de se distinguir, antes de mais, o estatuto político e jurídico dos colonos a viver, de forma mais ou menos estável, no Ultramar do dos povos nativos. Os primeiros eram portugueses (“naturais”, “reinóis”) segundo o critério das Ordenações (filhos de pai português, Ord. Fil., II, 55), aplicando-se-lhes o direito do reino (direito comum ou direito pátrio), embora este, a tal distância, estivesse ainda mais sujeito aos particularismos locais. Os nativos, em contrapartida, não sendo filhos de pais portugueses, não eram portugueses e, por isso, não se regiam pelo direito da metrópole, embora este se lhes pudesse aplicar enquanto súbditos “não naturais”, “políticos” ou “territoriais” do rei. Porém, a maior ou menor intensidade do poder colonial, as diferenças culturais, os equilíbrios políticos locais, as distâncias, as diferenças culturais e as perspectivas cruzadas de colonizadores e colonizados particularizavam e complexificavam mais a vigência desta regra formal do direito culto europeu. Na prática dos diversos contextos coloniais, a situação foi complexa até muito tarde; cf. Silva, 2009, 145 ss. (“estrangeiros atípicos”).

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A_Cultura_Juridica_Europeia
670 pág.

Introdução ao Direito I

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