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Nocoes de direito unidade 1

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1
UNIDADE 1
NOÇÕES GERAIS DE 
DIREITO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você deverá ser capaz de:
• apresentar uma visão geral da ciência do Direito;
• compreender a inter-relação entre Direito e Moral;
•	 identificar	e	diferenciar	os	conceitos	de	Direito	Objetivo	e	Direito	Subjetivo;		
•	 reconhecer	as	fontes	do	Direito;	
• compreender o conceito e as características das Normas e Relações Jurídicas.
Esta unidade está organizada em seis tópicos. Em cada um deles você 
encontrará	atividades	para	maior	compreensão	das	informações	apresentadas.
TÓPICO	1	–	CONCEPÇÃO	DE	“DIREITO”
TÓPICO	2	–	DIREITO	E	MORAL
TÓPICO	3	–	DIREITO	OBJETIVO	E	SUBJETIVO
TÓPICO	4	–	FONTES	DO	DIREITO
TÓPICO	5	–	NORMA	JURÍDICA
TÓPICO	6	–	RELAÇÃO	JURÍDICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
1 INTRODUÇÃO
Como	já	dissemos,	o	Direito	é	a	ciência	que	estuda	as	normas	de	conduta	
que	regem	a	vida	em	sociedade.	Trata-se	de	uma	ciência	ampla,	com	aplicação	em	
todas as áreas do conhecimento.
Nesta	unidade	vamos	obter	conhecimentos	básicos	referentes	à	ciência	do	
Direito	que	irão	nos	auxiliar	em	nossos	estudos	futuros.	
Para	 que	 possamos	 estudar	 a	 interligação	 entre	 o	 Direito	 e	 a	 atividade	
empresarial,	 é	 importante	 que	primeiro	 entendamos	 alguns	 conceitos	 ligados	 à	
ciência do Direito.
Para	Gusmão	(2006,	p.	48):
De	um	modo	muito	amplo,	pode-se	dizer	que	a	palavra	“direito”	tem	
três	 sentidos:	 1º.	 regra	 de	 conduta	 obrigatória	 (direito	 objetivo),	 2º.	
sistema	de	 conhecimentos	 jurídicos	 (ciência	do	direito),	 3º.	 faculdade	
ou	poderes	que	tem	ou	pode	ter	uma	pessoa,	ou	seja,	o	que	pode	uma	
pessoa	exigir	da	outra	(direito	subjetivo).
Estabelecido	 o	 conceito	 de	 “Ciência	 do	 Direito”,	 vamos	 analisar	
primeiramente	os	outros	dois	sentidos,	para	entendermos	os	conceitos	de	“direito	
objetivo”	 e	 “direito	 subjetivo”.	 Poderemos	 então	 nos	 aprofundar	 no	 estudo	 do	
Direito	Positivo,	em	sua	mais	clássica	divisão,	ou	seja,	o	Direito	Público	e	o	Direito	
Privado,	objeto	da	Unidade	2.	Iniciaremos	pela	noção	de	“Direito”.	
UNI
Mas afinal, o que é Direito? A palavra “direito” vem do latim directum, “literalmente 
direto, trazendo à mente a concepção de que o direito deve ser uma linha direta, isto é, conforme 
uma regra” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2003, p. 2). O termo tem muitos significados e não 
é possível resumi-lo em um só conceito.
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
4
2 O QUE É DIREITO?
 
Das	 palavras	 de	Nader	 (2008,	 p.	 22),	 extraímos	 que	 o	 homem	 é	 um	 ser	
essencialmente	programado	para	viver	em	sociedade:
 
A	 própria	 constituição	 física	 do	 ser	 humano	 revela	 que	 ele	 foi	
programado	para	conviver	e	se	completar	com	outro	ser	de	sua	espécie.	
A	 prole,	 decorrência	 natural	 da	 união,	 passa	 a	 atuar	 como	 fator	 de	
organização	 e	 estabilidade	 do	 núcleo	 familiar.	 O	 pequeno	 grupo,	
formado	não	apenas	pelo	interesse	material,	mas	pelos	sentimentos	de	
afeto,	tende	a	propagar-se	em	cadeia,	com	formação	de	outros	pequenos	
núcleos,	até	se	chegar	à	constituição	de	um	grande	grupo	social.
Neste	 grande	 grupo	 social,	 as	 pessoas	 interagem,	 formando	 inúmeras	
relações	interpessoais	e	intergrupais,	que	se	desenvolvem	em	razão	de	interesses	
próprios.	A	estas	relações	sociais	dá-se	o	nome	de	“interação social”	(NADER,	2008,	
p.	25,	grifos	nossos).
 
Da interação social surge a cooperação,	 quando	 se	 unem	 os	 esforços;	 a 
competição,	quando	uma	das	partes	procura	atingir	seu	objetivo	excluindo	a	outra,	
sem	que	haja	o	combate	direto;	e	o	conflito,		em	que	um	interesse	se	opõe	ao	outro	
de	forma	direta	(NADER,	2008,	p.	25).	Desta	forma,	“o	conflito	se	faz	presente	a	
partir	do	 impasse,	 quando	os	 interesses	 em	 jogo	não	 logram	uma	 solução	pelo	
diálogo	 e	 as	partes	 recorrem	à	 luta,	moral	 ou	 física,	 ou	buscam	a	mediação	da	
justiça”	(NADER,	2008,	p.	25).	
Para	fixarmos	bem	estes	conceitos,	podemos	visualizar	o	seguinte:
FONTE: A autora
FIGURA 1 - INTERAÇÃO SOCIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS.
Podemos	afirmar,	 assim,	de	uma	 forma	bem	simplificada,	que	o	Direito	
existe	para	 regulamentar	as	 relações	 sociais,	buscando	 resolver	os	 conflitos	que	
se	 originam	 desta	 interação	 social.	 	 “Sua	 finalidade	 é	 a	 de	 favorecer	 o	 amplo	
relacionamento	 entre	 as	 pessoas	 e	 os	 grupos	 sociais,	 que	 é	 uma	 das	 bases	 do	
progresso	 da	 sociedade”(NADER,	 2008,	 p.	 27).	 Ou	 seja,	 o	Direito,	 visto	 como	
Interação 
Social
Relação entre as 
pessoas e os grupos 
em sociedade
Cooperação
Competição
Conflito
gera
TÓPICO 1 | CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
5
ciência,	objetiva	estudar	as	normas	que	regulamentam	a	conduta	humana	na	vida	
em	sociedade	e	que	devem	ser	cumpridas	a	fim	de	se	garantir	a	paz	social.
FONTE: Disponível em: <www.navegamp3.org>. Acesso em: 20 maio 2008.
Ao	analisar	a	ação	do	Direito,	Nader	(2008,	p.	27)	esclarece	que:
Ao	 separar	 o	 lícito	 do	 ilícito,	 segundo	 valores	 de	 convivência	 que	 a	
própria	 sociedade	 elege,	 o	 ordenamento	 jurídico	 torna	 possíveis	 os	
nexos	de	cooperação,	disciplina	e	competição,	estabelecendo	as	limitações	
necessárias	ao	equilíbrio	e	à	justiça	nas	relações.
É,	pois,	na	existência	do	conflito	que	o	Direito	atua	de	forma	mais	marcante,	
e	em	dois	momentos	distintos:	
l	antes	 da	 existência	 do	 conflito	 (preventivamente),	 quando	 busca	 informar	 a	
cada	um	o	limite	do	direito	que	julga	ter,	ou	
l	para	resolver	o	conflito	de	interesses	já	existente,	quando	o	Direito	fornecerá	as	
regras aplicáveis para a resolução do impasse. 
Agora,	podemos	completar	o	esquema	anterior:
FIGURA 2 – THÊMIS (DEUSA DA JUSTIÇA)
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
6
FONTE: A autora
Gagliano	e	Pamplona	Filho	(2003,	p.	3)	bem	ressaltam	que	o	Direito	tem	
uma	“característica	essencialmente	humana,	 instrumento	necessário	ao	convívio	
social	[...].	Isso	significa	que	não	há	como	falar	em	direito	sem	falar	em	alteridade, 
isto	é,	a	relação	com	o	outro.”
Ainda	sobre	a	relação	entre	a	sociedade	e	o	Direito,	Nader	(2008,	p.	18-19)	
afirma	que:	
A	vida	em	sociedade	pressupõe	organização	e	implica	a	existência	do	
Direito.	A	sociedade	cria	o	Direito	no	propósito	de	 formular	as	bases	
da	 justiça	 e	 segurança.	 Com	 este	 processo,	 as	 ações	 sociais	 ganham	
estabilidade.	A	vida	social	torna-se	viável.	[...]
As	 necessidades	 de	 paz,	 ordem	 e	 bem	 comum	 levam	 a	 sociedade	
à	 criação	 de	 um	 organismo	 responsável	 pela	 instrumentalização	 e	
regência	desses	valores.	Ao	Direito	é	conferida	esta	nobre	missão.
Como	 vimos,	 a	 vida	 em	 sociedade	 é	 regulamentada	 por	 normas.	 Estas	
normas		valem	para	todos,	sendo	seu	conhecimento	e	cumprimento	obrigatórios,	
como	se	lê	do	artigo	3º.	da		Lei	de	Introdução	do	Código	Civil:	“ninguém	se	escusa	
de	cumprir	a	lei	alegando	que	não	a	conhece”.		Assim,	vale	lembrar	que:			
FIGURA 3 – APLICAÇÃO DO DIREITO
Interação 
Social
Relação 
entre as 
pessoas e os 
grupos em 
sociedade
Cooperação
Competição
Conflito
gera aplicação	preventica:	
traz limites ao direito 
de cada um
aplica-se o Direito
Para resolver o 
conflito	e	se	obter	a	
paz social
D
IR
E
IT
O
TÓPICO 1 | CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
7
Onde	há	a	sociedade,	há	o	Direito.	(ubi societas ibi jus)
Por	 fim,	 cabe	 apenas	 ressaltar	 que	 também	 a	 política	 e	 a	 religião	
desempenham	importante	papel	no	sentido	de	minimizar	os	conflitos	na	sociedade,	
como	mostra	a	figura	a	seguir:
FONTE: Disponível em: <bp2.blogger.com/.../s320/MoralDireito.jpg>. Acesso 
em: 25 maio 2008.
FIGURA 4 – FORMAS DE CONTROLE E RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Relações 
Humanas
(Controlar,	orientar	
ou punir desviospara 
diminuir	os	conflitos	
entr os seres 
humanos)
Po
lít
ic
a
Moral
R
eligião
Direito
8
 Neste tópico você estudou que:
l	O	Direito	é	fruto	da	vida	em	sociedade	(onde	está	o	homem,	está	o	Direito).
l	De	uma	forma	ampla,	o	Direito	pode	ser	considerado	como	a	ciência	que	estuda	
as	normas	que	regulamentam	a	vida	em	sociedade.
l	Para	diminuição	e	resolução	dos	conflitos,	também	são	utilizadas	a	Política,	a	
Moral e a Religião.
RESUMO DO TÓPICO 1
9
1	 A	partir	do	conhecimento	que	você	adquiriu	até	aqui,	preencha	o	quadro	
a	seguir	resumindo	os	conceitos	estudados,	como	forma	de	reflexão	sobre	
esses	e	como	forma	de	fixação	do	conhecimento.
AUTOATIVIDADE
RELAÇÃO	ENTRE	DIREITO	E	
SOCIEDADE	
INTERAÇÃO	SOCIAL	E	FORMAS	DE	
INTERAÇÃO
COOPERAÇÃO
COMPETIÇÃO
CONFLITO
10
11
TÓPICO 2
DIREITO E MORAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Vimos	anteriormente	que	o	Direito,	juntamente	com	a	Moral,	a	Religião	e	
a	Política,	desempenha	papel	fundamental	na	prevenção	dos	conflitos	que	nascem	
do convívio social.
 
A	partir	de	agora,	vamos	focar	nossa	atenção	nos	conceitos	de	Moral	e	Direito.
Porém,	antes	de	continuarmos	o	nosso	estudo,	é	importante	esclarecer	que	
o	Direito	não		pode	ser	confundido	com	a	Moral,	como	frequentemente	acontece.
Neste tópico vamos entender as semelhanças e as divergências entre o 
Direito	e	a	Moral,	que	são	institutos	diferentes,	mas	que	se	completam.
2 DIREITO E MORAL
Como	 dissemos	 anteriormente,	 Direito	 e	 Moral	 são	 institutos	 distintos,	
mas	que	se	completam.	Ao	 tratar	dos	pontos	em	comum	entre	Direito	e	Moral,	
Führer	e	Milaré	(2005,	p.	33)	esclarecem	que	“A	vida	social	só	é	possível	uma	vez	
presentes	regras	determinadas	para	o	procedimento	dos	homens.	Essas	regras,	de	
cunho	ético,	emanam	da	Moral	e	do	Direito	–	repositórios	de	normas	de	conduta,	
evidentemente	apresentam	um	campo	comum.”
E	acrescentam,	citando	Washington	de	Barros	Monteiro,	que	as	“normas	
morais	tendem	a	se	transformar	em	normas	jurídicas”.
Porém,	demonstram	também	que	há	pontos	que	distinguem	o	Direito	da	
Moral:
Ações	existem,	de	fato,	que	interessam	apenas	ao	Direito,	como	ocorre,	
por	exemplo,	com	as	formalidades	de	um	título	de	crédito.	Finalmente,	
outras	existem	que	ao	Direito	são	indiferentes,	mas	que	a	moral	procura	
disciplinar.	 É	 o	 que	 acontece,	 por	 exemplo,	 com	 a	 prostituição.	 A	
mulher	que	se	dedica	à	prostituição,	que	mercadeja	seu	corpo,	não	sofre	
qualquer	 sanção	 legal,	 por	 isso	 que	 a	 prostituição	 em	 si	 não	 encerra	
conduta	reprovada	pelo	Direito.	(MAX;	ÉDIS,	2005,	p.	34).
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
12
A	Moral,	conforme	ensinam	Gagliano	e	Pamplona	Filho	(2003,	p.	6-7): TEM 
UM	CAMPO	DE	AÇÃO	MAIS	AMPLO	QUE	O	DIREITO	[...],	EMBORA	
A	“MORALIDADE	DEVA	SEMPRE	SER	UM	NORTE	NA	APLICAÇÃO	
DA	NORMA	JURÍDICA,	[...]	NÃO	HÁ	COMO	NEGAR	QUE	A	MORAL	
TEM	 UMA	 PREOCUPAÇÃO	 EXPRESSIVA	 COM	 O	 FORO	 ÍNTIMO,	
ENQUANTO	O	DIREITO	SE	RELACIONA,	EVIDENTEMENTE,	COM	
A	AÇÃO	EXTERIOR	DO	HOMEM. 
Apesar	de	existirem	pontos	de	distinção,	há	também	pontos	de	semelhança	
entre	o	Direito	e	a	Moral,	uma	vez	que	as	normas	jurídicas	sofrem	grande	influência	
da	Moral.	Para	ilustrar	esta	afirmação,	vemos	a	figura	a	seguir:
FONTE: Führer; Milaré (2005)
FIGURA 5 - DIREITO E MORAL
De	 uma	 forma	 bem	 simplificada,	 mas	 suficiente	 neste	 ponto	 do	 nosso	
estudo,	podemos	distinguir	o	Direito	da	Moral	pelo	seguinte:			
 
A	Moral	 atua	 no	 foro	 íntimo	 do	 indivíduo	 (campo	 do	 pensamento),	
trazendo	 sanção	 (punição)	 individual	 e	 de	 foro	 íntimo	 (arrependimento,	
remorso).	O	Direito	se	preocupa	com	a	ação	(atitude)	e	estabelece	punições	em	
lei	mais	severas,	que	podem	atingir	a	liberdade	ou	patrimônio	do	infrator.
Führer	 e	 Milaré	 (2005,	 p.	 35)	 fornecem	 exemplo	 que	 bem	 ilustra	 esta	
situação:	A	maquinação	de	um	crime	que	é	indiferente	ao	Direito,	mas	repudiada	
pela Moral. 
Outra	diferença	marcante	entre	o	Direito	e	a	Moral	 é	que	o	Direito	é	
coercível	 (cumprimento	 obrigatório,	 não	 depende	 da	 vontade)	 enquanto	 a	
Moral	não	é	obrigatória	(incoercível).	
Ainda	como	diferença	entre	Direito	e	Moral,	podemos	citar	que:
Das	normas	jurídicas	“decorrem	relações	com	efeitos	bilaterais,	entre	duas	ou	
mais	pessoas,	ao	passo	que	da	regra	moral	derivam	consequências	unilaterais.	Isto	
é,	ninguém	está	obrigado	ao	seu	cumprimento”	(FÜHRER;	MILARÉ,	2005,	p.	36).
Moral Direito
13
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
l	Direito	e	Moral	não	se	confundem.
l	A	Moral	tem	um	campo	de	ação	mais	amplo	do	que	o	Direito.
l	O	Direito	sofre	influência	da	Moral.	
14
1 Cite um ponto comum entre os conceitos de Direito e Moral.
2 Cite	três	diferenças	entre	Moral	e	Direito.
AUTOATIVIDADE
15
TÓPICO 3
DIREITO OBJETIVO E 
SUBJETIVO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Do	que	 estudamos	 até	 agora,	 você	 viu	 que	 o	 direito	 traz	 o	 conjunto	de	
normas	 aplicáveis	 às	 relações	 sociais.	 É	 a	 este	 conjunto	 de	 normas	 vigentes	 	 e	
impostas,	 que	 devem	 ser	 conhecidas	 e	 cumpridas	 por	 todos,	 que	 se	 denomina	
direito objetivo. 
O	direito objetivo	 pode	 ser	 conceituado	 como	 “o	 complexo	 de	 normas	
jurídicas	que	regem	o	comportamento	humano,	de	modo	obrigatório,	prescrevendo	
uma sanção no caso de sua violação (jus est norma agendi)”	(DINIZ,	2003,	p.	244).	
Trata-se,	portanto,	da	norma	de	comportamento	a	que	a	pessoa	deve	
se	 submeter,	 preceito	 esse	 que,	 caso	 descumprido,	 deve	 impor,	 pelo	
sistema,	 a	 aplicação	 de	 uma	 sanção	 institucionalizada.	 Por	 exemplo,	
respeitar	 as	 normas	 de	 trânsito	 é	 um	 direito	 objetivo	 imposto	 ao	
indivíduo	(GAGLIANO;	PAMPLONA	FILHO,	2003,	p.	2).
O	descumprimento	das	regras	de	direito	objetivo,	por	se	tratar	de	obrigação	
do	 indivíduo,	 permite	 àquele	 que	 se	 sentir	 prejudicado	 procurar	 a	 autoridade	
competente,	 Polícia,	Administração	Pública	 ou	 Judiciária,	 para	 “fazer	 valer	 seu	
direito”,	defender-se,	fazer	cessar	a	violência,	etc.	(GUSMÃO,	2006,	p.	52).
Já o direito subjetivo, segundo	Godofredo	Telles	(apud DINIZ	2003,	p.	244):
É	a	permissão	dada	por	meio	de	norma	jurídica	para	fazer	ou	não	fazer	
alguma	coisa,	para	 ter	ou	não	 ter	 algo,	 ou,	 ainda,	 a	 autorização	para	
exigir,	por	meio	dos	órgãos	competentes	do	poder	público	ou	por	meio	
de	 processos	 legais,	 em	 prejuízo	 causado	 por	 violação	 de	 norma,	 o	
cumprimento	da	norma	infringida	ou	a	reparação	do	mal	sofrido.	Por	
ex.:	são	direitos	subjetivos	as	permissões	de	casar	e	constituir	família,	de	
adotar	pessoa	como	filho	[...].
Podemos,	 então,	 conceituar	 o	 direito	 subjetivo	 como	 “a	 possibilidade	
de	agir	e	de	exigir	que	as	normas	de	Direito	atribuem	a	alguém	como	próprio”	
(NADER,	2008,	p.	307).
Observe,	então,	que	o	direito	subjetivo	se	diferencia	do	objetivo	em	razão	
de	 este,	 como	 anteriormente	 mencionado,	 ter	 caráter	 coativo (cumprimento 
obrigatório),	enquanto	o	direito	subjetivo	representa	uma	 faculdade do titular de 
invocar a lei para tutelar seu direito. 
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
16
Porém,	apesar	de	diferentes	e	inconfundíveis,	o	direito	subjetivo	e	o	objetivo	
estão	ligados.		Ao	tratar	desta	ligação,	Diniz	(2003,	p.	248)	afirma	que:
Nítida	 é	 a	 correlação	 existente	 entre	 o	 direito	 objetivo	 e	 o	 subjetivo.	
Apesar	de	intimamente	ligados,	são	inconfundíveis	[...]	Um	não	pode	
existir	sem	o	outro.	O	direito	objetivo	existe	em	razão	do	subjetivo,	para	
revelar	a	permissão	de	praticar	atos.	O	direito	subjetivo,	por	sua	vez,	
constitui-se	de	permissões	dadas	por	meio	do	direito	objetivo.
Führer	e	Milaré	(2005)	trazem	um	interessante	exemplo	que	bem	ilustra	esta	
ligação,	que	pode	ser	assim	resumido:	o	meu	direito	de	propriedade	é	garantido	pela	
Constituição	Federal(regra	de	direito	objetivo),	 sendo	que,	 se	alguém	violar	este	
direito	e	invadir	a	minha	propriedade,	poderei	acionar	o	Poder	Judiciário	para	que	a	
irregularidade	seja	sanada,	sendo	esta	faculdade	o	que	se	chama	de	direito	subjetivo.	
Quando	afirmamos,	que	o	proprietário	tem	“direito”	de	entrar	com	uma	
ação	na	justiça	para	ter	sua	propriedade	devolvida,	quando	dizemos	que,	em	caso	
de	separação,	o	pai	que	não	ficou	com	a	guarda	do	filho	tem	“direito”	de	visitá-lo	
ou	que	o	locador	tem	o	“direito”	de	receber	o	aluguel	de	seu	imóvel,	nos	referimos	
ao	direito	subjetivo.	Este	decorre	de	normas	legais	que	garantem	estes	direitos.
Assim,	o	Direito	Empresarial,	que	faz	parte	do	Direito	Civil,	traz	regras	de	
direito	objetivo,	e	os	“direitos”	dele	resultantes	serão	regras	de	direito	subjetivo.
Concluímos,	assim,	que,	apesar	das	diferenças,	grande	ligação	existe	entre	o	
direito	subjetivo	e	o	objetivo.	Podemos	dizer,	pois,	de	uma	forma	bem	simplificada,	
que	 o	 direito	 subjetivo	 decorre	 do	 direito	 objetivo	 e	 que	 ambos	 formam	o	 que	
conhecemos	por	“Direito”.
O	direito	objetivo,	quando	ordenado	e	visto	de	forma	técnica,	transforma-
se	no	direito	em	vigor	em	um	determinado	país,	chamado	“Direito	Positivo”,	que	
estudaremos	na	Unidade	2.	
IMPORTANT
E
O direito objetivo é obrigatório, enquanto o subjetivo é uma faculdade (eu 
exerço esta possibilidade se eu quiser).
17
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• Uma	das	principais	classificações	do	Direito	é	a	que	o	divide	em	direito	objetivo	
e	subjetivo.
• O	que	diferencia	o	direito	objetivo	é	a	coatividade,	o	que	significa	que	o	direito	
objetivo	 são	 as	 normas	 impostas,	 de	 cumprimento	 obrigatório,	 enquanto	 o	
direito	subjetivo	representa	a	permissão	de	agir	prevista	em	lei.
• Apesar	de	diferentes,	o	direito	objetivo	e	o	subjetivo	estão	 ligados,	 formando	
“um	todo”,	que	conhecemos	por	“direito”.	
18
1	 Para	a	fixação	do	conteúdo	deste	tópico,	preencha	os	parênteses	usando	o	
seguinte	código:	
(1)	Direito	Objetivo
(2)	Direito	Subjetivo
a)	O	 (	 	 )	 pode	 ser	 conceituado	 como	as	 regras	de	 cumprimento	obrigatório,	
enquanto	o	(		)	é	visto	como	decorrência	deste	e	representa	uma	faculdade	
do agente. 
b)	Como	exemplo,	podemos	 citar	 as	 regras	do	 contrato	de	 seguro.	Todas	as	
disposições	legais	são	tidas	como	regras	de	direito	(		).	Já	quando	o	direito	do	
segurado	for	violado,	este	poderá,	assim	agindo,	se	quiser,	ingressar	em	juízo,	
a	fim	de	garantir	o	cumprimento	do	(		)	previsto	em	lei.	Esta	possibilidade	de	
agir	é	regra	de	(		).
c)	Pode-se	afirmar,	que	o	(		)	é	uma	“ferramenta”	para	garantir	a	aplicação	do	
	 (		).	O	(		)	é	preexistente,	mas	somente	poderá	ser	cumprido	se	o	titular	utilizar	
seu	(		).	
d)	O	que	diferencia	(	 	 )	do	(	 	 )	é	a	coatividade,	uma	vez	que,	enquanto	o	(	 	 )	
representa	uma	faculdade	de	agir,	o	(	 	 )	é	imposto	pelas	normas	jurídicas,	
que	todos	estão	obrigados	a	obedecer.
e)	Porém,	apesar	das	diferenças,	existe	uma	grande	ligação	entre	o	(		),	que	é	
coercitivo,	e	o	(		),	que	é	facultativo.	Podemos	dizer	que,	de	uma	forma	bem	
simplificada,	o	(			)	decorre	do	(			)	e	que	ambos	formam	o	que	conhecemos	
por	“Direito”.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 4
FONTES DO DIREITO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A	palavra	“fonte”	tem	o	sentido	de	“origem,	gênese,	de	onde	provém”	(água).	
As	chamadas	“fontes	do	direito”	nada	mais	são,	portanto,	do	que	os	meios	
pelos	 quais	 se	 formam	 ou	 se	 estabelecem	 as	 normas	 jurídicas”	 (GAGLIANO;	
PAMPLONA	FILHO,	2003,	p.	9-10).
Isto	posto,	podemos	dizer	que	a	lei	é	a	principal	fonte	do	Direito,	como	se	
vê	do	art.	4º.	da	Lei	de	Introdução	do	Código	Civil:	
‘‘Quando	a	lei	for	omissa,	o	juiz	decidirá	o	caso	de	acordo	com	a	analogia,	
os	costumes	e	os	princípios	gerais	de	Direito”.	
Além	da	Lei,	também	são	fontes	do	Direito:	a	Doutrina,	a	Jurisprudência,	a	
Equidade,	a	Analogia	e	os	Princípios	Gerais	de	Direito.	Vejamos,	a	seguir,	de	forma	
sucinta,	como	se	caracteriza	cada	uma	destas	fontes.
2 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO
	A	lei,	ou	legislação,	como	preferem	alguns	autores,	é	a	primeira	e	principal	
fonte	do	Direito.	Segundo	Nunes	(2003,	p.	72),	é	
“o	conjunto	das	normas	jurídicas	emanadas	do	Estado,	através	de	seus	
vários	 órgãos,	 dentre	 os	 quais,	 realça-se,	 com	 relevo,	 nesse	 tema,	 o	
Poder	Legislativo.	No	ordenamento	jurídico,	há	várias	espécies	de	leis	
(constitucional,	ordinária,	delegada	etc.)	e	uma	hierarquia.	No	patamar	
mais	alto	está	a	Constituição	Federal,	que	é	a	principal	lei	do	país,	sendo,	
por	 isso,	muitas	 vezes	 chamada	de	 “Lei	Magna”	 ou	 “Carta	Magna”.	
Abaixo	 da	 Constituição	 Federal	 vêm	 as	 leis	 complementares,	 as	 leis	
ordinárias	(e	também	os	tratados	internacionais),	as	leis	delegadas,	os	
decretos	 legislativos	 e	 resoluções	 e	 as	medidas	provisórias.	A	 seguir,	
estão	os	decretos	regulamentares	e,	por	fim,	as	normas	inferiores,	como	
portarias,	circulares	etc.		
Trazemos,	a	seguir,	algumas	noções	gerais	sobre	cada	uma	delas:	
20
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
l	Lei complementar: “alusiva	 à	 estrutura	 estatal	 ou	 aos	 serviços	 do	 Estado,	
constituindo	as	leis	de	organização	básica”	(DINIZ,	2003,	p.	287).
l	Lei ordinária: “fruto	da	atividade	típica	e	regular	do	Poder	Legislativo.	Como	
exemplo	de	 lei	ordinária,	 temos:	O	Código	Civil,	o	Código	de	Processo	Civil	
[...]”	(NUNES,	2003,	p.	77).	
l	Leis delegadas: “serão	 elaboradas	 pelo	 Presidente	 da	República,	 que	 deverá	
solicitar	a	delegação	ao	Congresso	Nacional”		(NUNES,	2003,	p.	77).	Ainda	no	
mesmo	patamar	estão	as	Medidas	Provisórias	que	o	Presidente	da	República	
poderá	 utilizar	 no	 caso	 de	 relevância	 e	 urgência,	 conforme	 o	 art.	 62	 da	
Constituição	Federal.		
l	Decreto regulamentar:	 “É	 ato	 do	 Poder	 Executivo	 e	 deve	 ser	 baixado	 para	
regulamentar	 norma	 de	 hierarquia	 superior,	 como,	 por	 exemplo,	 a	 lei	
ordinária”(NUNES,	2003,	p.79).
l	Resoluções:	são	“atos	normativos	administrativos	através	dos	quais	o	Legislativo	
dispõe	sobre	matéria	que	não	se	insere	nem	no	âmbito	da	Lei,	nem	do	Decreto	
legislativo	 [...]	 cuidam,	geralmente,	de	algum	assunto	 interno do	Legislativo”	
(FÜHRER;	MILARÉ,	2005,	p.	54).	
O	 costume,	 por	 sua	 vez,	 “é	 o	 uso	 geral,	 constante	 e	 notório,	 observado	
socialmente	 e	 correspondente	 a	 uma	 necessidade	 jurídica	 [...].	 Baseia-se,	
indubitavelmente,	no	argumento	de	que	algo	deve	ser	feito	porque	sempre	o	foi,	
tendo	sua	autoridade	respaldada	na	força	conferida	ao	tempo	e	no	uso	contínuo	
das	normas	(GAGLIANO;	PAMPLONA	FILHO,	2003,	p.	17).	É,	assim,	uma	norma	
jurídica	não	escrita,	“que	surge	da	prática	longa,	diuturna	e	reiterada	da	sociedade”	
(NUNES,	2003,	p.	94).		
 
A	jurisprudência	é	definida	por	Nunes	(2003,	p.	87)	“como	o	conjunto	das	
decisões	dos	tribunais	a	respeito	do	mesmo	assunto.”	É	reconhecida	como	fonte	
do	 direito,	 porque	 “acaba	 por	 prevalecer	 na	maioria	 dos	 casos”	 (GAGLIANO;	
PAMPLONA	FILHO,	2003,	p.	17),	ou	seja,	as	decisões	dos	 tribunais	 são	citadas	
como	fundamento	nas	 teses	 jurídicas	e	apontadas	como	precedentes,	“impondo	
ao	 legislador	 uma	 nova	 visão	 dos	 institutos	 jurídicos,	 alterando-os,	 às	 vezes,	
integralmente,	 forçando	 a	 expedição	 de	 leis	 que	 consagrem	 sua	 orientação”	
(VENOSA	apud	DINIZ,	2003,	p.	296).
A	 doutrina	 pode	 ser	 definida	 como	 o	 pensamento	 dos	 estudiosos	 do	
Direito,	 que	 são	 chamados	 de	 doutrinadores.	 Todos	 os	 conceitos	 citados	 neste	
caderno	 fazem	 parte	 da	 doutrina.	 É	 importante	 fonte	 do	 Direito,	 porque	 “é	
essencial	para	aclarar	pontos,	estabelecer	novos	parâmetros,	descobrir	caminhos	
ainda	não	pesquisados,	apresentar	soluções	 justas,	enfim	interpretar	as	normas,	
pesquisar	os	fatos	e	propor	alternativas,	com	vistas	a	auxiliar	a	construção	semprenecessária	e	constante	do	Estado	de	Direito,	com	o	aperfeiçoamento	do	sistema	
jurídico”	(NUNES,	2003,	p.	104).		
TÓPICO 4 | FONTES DO DIREITO
21
Já a equidade, segundo	Raposo	e	Heine	(2004,	p.	31),	é	o	princípio	pelo	qual	
“deve	o	juiz	valorizar	mais	a	razão	(observando	sempre	a	boa-fé)	que	a	própria	regra	
de	Direito	[...],	observando	o	que	for	justo	e	razoável	[...]”.	Gagliano	e	Pamplona	
Filho	(2003,	p.	26)	explicam	que	nos	casos	em	que	pode	julgar	por	equidade,	“é	
facultado	expressamente	ao	julgador	valer-se	de	seus	próprios	critérios	de	justiça	
quando	for	decidir,	não	estando	adstrito	às	regras	ou	métodos	preestabelecidos”.	
Porém,	o	julgamento	por	equidade	não	é	a	regra	geral	e	o	juiz	só	pode	julgar	por	
equidade	quando	autorizado	por	lei.	Como	exemplo	de	julgamento	por	equidade,	
Raposo	e	Heine	(2004,	p.	31)	citam	a	aplicação	da	regra	in dubio pro misero,	ou	seja,	
“em	alguns	casos,	havendo	dúvida,	o	 juiz	pode	decidir	em	favor	do	mais	 fraco	
economicamente,	como	ocorre	no	Direito	do	Trabalho”.
O	juiz	julgará	com	emprego	da	analogia, quando	“um	fato	não	foi	regulado	
de	modo	direto	ou	específico	em	lei	de	ser	 julgado	pelo	 juiz	e	esse	vai	buscar	a	
solução	em	uma	lei	prevista	para	uma	hipótese	distinta,	mas	semelhante	ao	caso	
não	regulado”	(RAPOSO;	HEINE,	2004,	p.	31).
Por	 fim,	 os	princípios gerais do Direito são	 “regras	 gerais	 de	 conduta	
que	o	juiz	segue	quando	vai	interpretar	o	caso	que	está	analisando.	Essas	regras	
normalmente	 não	 estão	 escritas”	 (RAPOSO;	 HEINE,	 2004,	 p.	 30).	 Citam	 como	
exemplo	de	princípios	gerais	do	Direito:	viver	honestamente,	não	causar	danos	a	
outra	pessoa	e	dar	a	cada	um	o	que	é	seu.	Visualizando	o	que	aprendemos	até	aqui,	
temos	o	seguinte:	
FONTE: A autora
FIGURA 6 – FONTES DO DIREITO
Lei
Doutrina
Costume
Analogia
Jurisprudência
Equidade
Princípios Gerais do Direito
Fontes do 
Direito
22
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou que:
l	As	“fontes	do	direito”	são	as	origens	do	Direito,	ou	seja,	é	através	dessas	que	o	
direito nasce e evolui.
l	A	principal	fonte	do	Direito	é	a	Lei.
l	Além	da	Lei,	são	também	fontes	do	Direito:	Doutrina,	Equidade,	Jurisprudência,	
Analogia,	Costumes	e	os	Princípios	Gerais	de	Direito.
23
AUTOATIVIDADE
Para	a	fixação	do	conteúdo	deste	tópico,	assinale	a	alternativa	CORRETA:	
1		Primeira	e	principal	fonte	do	Direito:
a)	(		)	Doutrina.
b)	(		)	Lei.
c)	(		)	Jurisprudência.
d)	(		)	Costume.
2	 “Deve	 o	 juiz	 valorizar	mais	 a	 razão	 (observando	 sempre	 a	 boa-fé)	 que	 a	
própria	 regra	 de	 Direito	 [...],	 observando	 o	 que	 for	 justo	 e	 razoável	 [...]”	
(GAGLIANO;	PAMPLONA	FILHO,	2003,	p.	26).	A	qual	fonte	do	Direito	os	
autores	se	referem?
a)	(		)	Equidade.
b)	(		)	Costume.
c)	(		)	Lei.
d)	(		)	Jurisprudência.	
3	 A	 _____________	 representa	 o	 pensamento	 dos	 estudiosos	 da	 ciência	 do	
Direito.
a)	(		)	Lei.
b)	(		)	Analogia.
c)	(		)	Jurisprudência.
d)	(		)	Doutrina.
4	 “É	o	uso	geral,	constante	e	notório,	observado	socialmente	e	correspondente	a	
uma	necessidade	jurídica	[...].	Baseia-se,	indubitavelmente,	no	argumento	de	
que	algo	deve	ser	feito	porque	sempre	o	foi,	tendo	sua	autoridade	respaldada	
na	força	conferida	ao	tempo	e	no	uso	contínuo	das	normas”	(GAGLIANO;	
PAMPLONA	FILHO,	2003,	p.	17).	Podemos	dizer	que	os	autores	se	referem	
a	qual	fonte	do	Direito?
a)	(		)	Lei.
b)	(		)	Doutrina.
c)	(		)	Jurisprudência.
d)	(		)	Costume.
5	 Viver	honestamente,	não	causar	danos	a	outra	pessoa	e	dar	a	cada	um	o	que	
é	seu	são	exemplos	de	qual	fonte	de	Direito:
a)	(		)	Princípios	Gerais	de	Direito.
b)	(		)	Lei.
24
c)	(		)	Doutrina.
d)	(		)	Costumes.
6	 “Conjunto	das	decisões	dos	tribunais	a	respeito	do	mesmo	assunto”	(NUNES,	
2003,	p.	87).	Este	é	o	conceito	de	qual	fonte	do	Direito?
a)	(		)	Doutrina.
b)	(		)	Jurisprudência.
c)	(		)	Equidade.
d)	(		)	Analogia.
 
7	 “Um	fato	não	foi	regulado	de	modo	direto	ou	específico	em	lei	de	ser	julgado	
pelo	juiz	e	esse	vai	buscar	a	solução	em	uma	lei	prevista	para	uma	hipótese	
distinta,	mas	semelhante	ao	caso	não	regulado”	(RAPOSO;	HEINE,	2004,	p.	
31).	A	que	fonte	do	Direito	se	referem	os	autores?
a)	(		)	Equidade.
b)	(		)	Jurisprudência.
c)	(		)	Doutrina.
d)	(		)	Analogia.
25
TÓPICO 5
NORMA JURÍDICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Já	vimos	anteriormente	que	o	Direito	é	uma	ciência	que	estuda	as	normas	
jurídicas.	Mas,	o	que	são	normas	jurídicas?	
Este	tópico	objetiva	estudar	a	teoria	da	norma	jurídica,	que	é	imprescindível	
no	estudo	do	Direito,	porque	é	a	sua	materialização.	
“Conhecer	o	Direito	é	conhecer	as	normas	jurídicas	em	seu	encadeamento	
lógico	 e	 sistemático.	As	normas	 ou	 regras	 jurídicas	 estão	para	 o	Direito	de	um	
povo,	assim	como	as	células	estão	para	um	organismo	vivo”	(NADER,	2008,	p.	83).
Estas	palavras	de	Paulo	Nader	demonstram	o	quão	importante	é	o	estudo	
deste	tema	e	seu	entendimento	para	também	entendermos	o	Direito.	
Iniciaremos	pelo	conceito	de	norma	jurídica,	para	depois	estudarmos	suas	
características.	Então,	vamos	em	frente...
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA
Relembrando	 o	 que	 estudamos	 até	 agora,	 temos	 que	 o	 Direito	 é	 o	
responsável	por	traçar	normas	de	conduta	que	permitam	às	pessoas	e	aos	grupos	
sociais	viverem	em	harmonia,	agindo	preventivamente,	para	evitar	o	conflito,	ou	
após	sua	ocorrência,	a	fim	de	garantir	a	paz	social.
A	norma	jurídica	é,	pois,	o	meio,	o	instrumento	de	que	se	utiliza	o	Direito	
para	 atingir	 seu	 objetivo.	 É	 através	 da	 norma	 jurídica	 que	 o	 Direito	 revela	 à	
sociedade	os	padrões	de	comportamento	exigidos	pelo	Estado.
Podemos	afirmar,	assim,	que	a	norma	ou	regra	jurídica	“é	um	padrão	de	
conduta	imposto	pelo	Estado	para	que	seja	possível	a	convivência	dos	homens	em	
sociedade. [...] Ela esclarece ao agente como e quando	agir	[...]	Em	síntese,	norma	
jurídica	é	a	conduta exigida ou o modelo imposto de organização social	(NADER,	2008,	
p.	83).	No	mesmo	sentido:
26
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
As	normas	jurídicas	são	as	normas	“que	disciplinam	condutas	ou	atos	
(comportamentos)	através	do	seu	caráter	coercitivo	(que	reprime),	imperativo	
(que	ordena)	e	compulsório	(que	obriga)”	(RAPOSO;	HEINE,	2004,	p.	29).
Existem	 as	 normas	 de	 Direito	 Civil,	 Direito	 Penal,	 Direito	 Tributário	 e	
muitas	outras	específicas	em	cada	ramo	de	atuação	do	Direito	Positivo,	que	vamos	
conhecer na segunda unidade.
Visto	 o	 conceito	 de	 norma	 jurídica,	 passaremos	 à	 análise	 de	 suas	
características.
3 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
Como	 característica	 geral	 a	 todas	 as	 normas	 jurídicas,	 temos	 a	
obrigatoriedade	de	seu	cumprimento.	Como	materialização	do	direito	objetivo,	as	
normas	jurídicas	terão	que	ser	obrigatoriamente	respeitadas,	sob	pena	de	o	agente	
ficar	sujeito	à	sanção	prevista	na	lei.
 
No	que	 se	 refere	 às	 características	 da	 norma	 jurídica,	 podemos	 afirmar,	
de	acordo	com	os	ensinamentos	de	Gusmão	(2006),	que	as	normas	jurídicas	são:	
bilaterais,	abstratas,	imperativas	e	coercitivas.
Veja	o	esquema	a	seguir:
TÓPICO 5 | NORMA JURÍDICA
27
FONTE: A autora, com base em Gusmão (2006).
FIGURA 7 – CARACTERÍSTICAS DE NORMA JURÍDICA
ABSTRATA	-	Por	"não	
regular caso singular e por 
estabelecer	modelo	aplicável	a	
vários	casos,	enquadráveis	no	
tipo	nela	previsto"
IMPERATIVAS	-	porque	
contém	"um	comando,	uma	
prescrição,	impondo	uma	condita	a	
ser	observada".
COERCITIVAS	
- Pois uma vez 
desrespeitada,	a	sanção	é	
imposta	pelo	Estado,	ou	seja,	
a	norma	jurídica	traz	consigo	
uma	sanção,	que	poderá	cair	sobre	
a	pessoa	ou	seu	patrimônio.	Por	
exemplo,	quando	uma	pessoa	bate	
no	carro	de	outra	e	não	paga,	
ficará	seu	patrimônio	sujeito	a	
ser vendido para recuperar 
os	danos	que	causou.
BILATERAIS	
-	"Por	enlaçar	o	direito	
de uma partecom o dever 
de	outra".	Ex.	Quando	se	tem	
um	cheque	ou	uma	promissória,	o	
detentor	do	cheque	tem	o	"direito"	
de	receber	e	o	emitente	do	
chque	o	"dever"	de	
pagar
AS NORMAS JURÍDICAS 
são:
28
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você estudou que:
l	O	estudo	da	norma	jurídica	é	importante	no	estudo	do	Direito.
l	A	norma	jurídica	traz	a	forma	de	conduta	exigida	pelo	Estado.
l	Como	característica	geral,	em	todas	as	normas	jurídicas	há	a	obrigatoriedade	de	
seu cumprimento.
l	São	também	características	da	norma	 jurídica:	bilateralidade,	 imperatividade,	
coercibilidade	e	abstratividade.
29
1	O	que	é	norma	jurídica?
2	Qual	a	importância	da	norma	jurídica	para	o	estudo	do	Direito?
3	Aponte	a	principal	característica	da	norma	jurídica.
4	Por	que	se	diz	que	a	norma	jurídica	é	abstrata?
5	 O	 que	 significa	 dizer	 que	 a	 norma	 jurídica	 deve	 ser	 necessariamente	
imperativa?
6	Explique	a	questão	da	bilateralidade	da	norma	jurídica.
7	Por	que	se	diz	que	a	norma	jurídica	é	coercitiva?
AUTOATIVIDADE
30
31
TÓPICO 6
RELAÇÃO JURÍDICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste	último	tópico	da	nossa	unidade,	vamos	estudar	a	relação	jurídica.
As	relações	entre	as	pessoas,	entre	si	ou	em	grupos	e	estes	grupos	entre	si,	
geram	vínculos	que	estão	previstos	nas	normas	jurídicas.	Assim,	o	casamento,	por	
exemplo,	 é	uma	 relação	 jurídica.	Dele	decorrem	 inúmeros	direitos	 e	obrigações	
que	interessam	ao	Direito,	como	a	propriedade,	a	honra,	a	vida	etc.
Em	 sua	 futura	 atividade	 profissional,	 você	 ou	 a	 empresa	 em	 que	 for	
trabalhar	 fará	 parte	 de	 muitas	 relações	 jurídicas,	 quando,	 por	 exemplo,	 forem	
devedores	ou	 credores	de	uma	dívida.	Também	podemos	 citar	 as	 relações	 com	
os	 funcionários,	 fornecedores,	 entre	muitas	outras.	Preparado(a)	para	mais	 esta	
tarefa?	Então,	antes	de	mais	nada,	vamos	conhecer	o	conceito	de	relação	jurídica.
2 CONCEITO DE RELAÇÃO JURÍDICA
Conforme	Gusmão	(2006,	p.	258),	a	relação	jurídica	é	“o	vínculo	que	une	
uma	ou	mais	pessoas,	decorrente	de	um	 fato	ou	de	um	ato	previsto	em	norma	
jurídica,	que	produz	efeitos	jurídicos”,	ou	mais	singelamente,	
“vínculo	 jurídico	 estabelecido	 entre	pessoas,	 em	que	uma	delas	pode	
exigir	de	outra	determinada	obrigação.”	
As	relações	jurídicas	são	originadas	de	atos	ou	fatos	jurídicos	(cujos	conceitos	
veremos	adiante),	que	envolvem	pessoas	 físicas	ou	 jurídicas.	Essas	 relações	 são	
chamadas	“jurídicas”,	pois	seu	objeto	é	um	interesse	juridicamente	protegido,	ou	
seja,	que	interessam	ao	Direito,	como	o	patrimônio,	a	vida,	a	honra	etc.
Pode-se	afirmar,	pois,	que	a	relação	jurídica	“não	depende	exclusivamente	
da	vontade	das	partes,	pois	tem	por	base	a	lei,	que	está	acima	do	interesse	delas”	
(GUSMÃO,	2006,	p.	258).
32
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
3 ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA
São	várias	as	espécies	de	relação	jurídica.	Para	o	nosso	estudo,	é	suficiente	
conhecermos	 três	 classificações:	 relações	 jurídicas	 de	 direito	 público e privado,	
relações	jurídicas	solenes e não solenes	e	relações	jurídicas	pessoais e reais.
Primeiramente,	podemos	apontar	as	relações	 jurídicas	de	direito	público	
ou privado. Nas relações jurídicas de direito público,	temos,	“de	um	lado,	o	ente	
público	 com	poderes	 e	 competências,	 e	 de	 outro,	 o	 particular	 (pessoa	 física	 ou	
pessoa	jurídica	não	investida	do	poder	público)	com	obrigação	de	observar	as	suas	
determinações	(sentença,	regulamento	e	portaria,	etc.)”	(GUSMÃO,	2006,	p.	259).	
Já na relação jurídica de direito privado,	há	apenas	particulares	(pessoas	físicas	e	
jurídicas),	sendo	que	uma	é	titular	de	um	direito	que	poderá	exigir	da	outra.	Por	
exemplo,	um	contrato	é	uma	espécie	de	relação	jurídica	de	direito	privado.
	A	 relação	 jurídica	pode	 ser	 também	 solene ou não solene.	As	 relações	
jurídicas	 solenes	 são	 aquelas	 em	 que	 há	 a	 necessidade	 de	 se	 observar	 uma	
determinada	formalidade	para	que	tenha	validade.	Podemos	citar,	como	exemplos	
de	relações	jurídicas	solenes,	o	casamento	e	a	compra	e	venda	de	imóveis,	que	a	
lei	exige	que	seja	feita	por	escritura	pública.	Já	as	relações	 jurídicas	não solenes 
dispensam	maiores	formalidades,	tais	como	a	venda	de	bens	móveis,	que	se	torna	
perfeita	e	acabada	com	a	entrega	(que	se	chama	tecnicamente	de	tradição)	do	bem.
A	 relação	 jurídica	 pode	 ser	 ainda	pessoal,	 quando	 envolve	 relação	 das	
pessoas	entre	si	(ex.:	contratos),	ou	real, quando	envolvem	as	relações	das	pessoas	
com	as	coisas,	como,	por	exemplo,	no	direito	de	propriedade	ou	posse	sobre	um	
imóvel. 
Resumindo:
TÓPICO 6 | RELAÇÃO JURÍDICA
33
FONTE: A autora (2008)
3.1 SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
Os	sujeitos	da	relação	jurídica,	também	chamados	sujeitos	de	direito,	são	“os	
que	estão	aptos	a	adquirir	e	exercer	direitos	e	obrigações”	(NUNES,		2003,	p.	134).
Por	isso,	podemos	dizer	que	“Não	há	direito	que	não	tenha	sujeito,	pois	ele	
tem	por	objetivo	proteger	os	interesses	humanos”	(RAPOSO;	HEINE,	2004,	p.	33).	
Na	relação	 jurídica	de	direito	privado,	objeto	de	nosso	estudo,	podemos	
dizer	que	o	sujeito ativo	é	o	que	é	o	titular	de	direitos	e	que	pode	exigi-lo	de	quem	
deva	 cumprir	uma	obrigação,	 que	 é	 chamado	 sujeito passivo, que	deve	 fazer	 ou	
deixar	de	fazer	alguma	coisa.
Assim,	por	exemplo,	quando	falamos	que	Pedro	tornou-se	titular	de	um	
direito	de	propriedade	sobre	determinado	bem	que	adquiriu,	podemos	dizer	que	
este	é	o	Sujeito Ativo	nesta	relação	jurídica,	enquanto	aquela	pessoa	que	o	vendeu	
FIGURA 8 – ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA 
RELAÇÃO JURÍDICA = "Vínculo 
jurídico estabelecido entre pessoas, 
em que uma delas pode exigir de outra 
determinada obrigação" (GUSMÃO, 
2006, p 258)
De	DIREITO	
PÚBLICO	(presença		
do	ente	público)
ou
De	DIREITO	
PRIVADO	(entre	
particulares)
SOLENES:	exigem	
alguns	requisitos	
formais	para	serem	
válidas.
NÃO	SOLENES:	
Não	exigem	forma	
especial para ter 
validade
PESSOAIS	(pessoas	
entre	si)	
ou
REAIS	(pessoas	e	
coisas)
As	relações	jurídicas	podem	ser:
34
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
LEITURA COMPLEMENTAR
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL
Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil
Direito	 positivo,	 objetivo	 e	 subjetivo,	 teorias,	 fontes	 do	 direito,	 norma	
jurídica	em	sua	classificação,	princípios	e	divisões	do	direito	civil.
Direito	Positivo:	é	a	ordenação	heterônoma	das	relações	sociais,	baseada	
numa	 integração	 normativa	 de	 fatos	 e	 valores	 (Miguel	 Reale);	 é	 o	 conjunto	 de	
regras	jurídicas	em	vigor	num	determinado	país	e	numa	determinada	época.
Direito	 objetivo	 (norma agendi):	 é	 o	 complexo	 de	 normas	 jurídicas	 que	
regem	o	comportamento	humano,	de	modo	obrigatório,	prescrevendo	uma	sanção	
no caso de sua violação.
Direito	subjetivo	(facultas agendi):	é	a	permissão	dada	por	meio	de	norma	
jurídica,	para	fazer	ou	não	fazer	alguma	coisa,	para	ter	ou	não	ter	algo,	ou	ainda,	a	
torna-se Sujeito Passivo nesta	relação,	pois	terá	que	cumprir	o	que	determina	a	
norma	(entregar	o	bem).	
Verificamos,	pois,	que	os	sujeitos	de	direito	podem	ser	assim	classificados:
FONTE: A autora
FIGURA 9 – ESPÉCIES DE SUJEITO DE DIREITO
Prezados	acadêmicos.	Para	aprofundar	seus	conteúdos,	bem	como	para	que	
você	tenha	noção	do	que	estudaremos	na	unidade	seguinte,	sugerimos	a	leitura	de	
parte	do	texto	“Noções	de	Direito	Civil”.
Não somente as pessoas físicas são sujeitos de direito. Também poderão ser 
sujeitos de direito, por exemplo, as empresas, os condomínios etc.
ATENCAO
TÓPICO 6 | RELAÇÃO JURÍDICA
35
autorização	para	exigir,	por	meio	dos	órgãos	competentes	do	Poder	Público	ou	por	
meio	dos	processos	legais,	em	caso	de	prejuízo	causado	por	violação	de	norma,	o	
cumprimento	da	norma	infringida	ou	a	reparação	do	mal	sofrido;	é	a	faculdade	
que	cada	umtem	de	agir	dentro	das	regras	da	lei	e	de	invocar	a	sua	proteção	e	
aplicação	na	defesa	de	seus	legítimos	interesses.
Teoria	da	vontade	(Savigny):	entende	que	o	direito	subjetivo	é	o	poder	da	
vontade	reconhecido	pela	ordem	jurídica.
 
Teoria	 do	 interesse	 (Ihering):	 o	 direito	 subjetivo	 é	 o	 interesse	 juridicamente	
protegido	por	meio	de	uma	ação	judicial.
Teoria	mista	(Jellinek,	Saleilles	e	Michoud):	define	o	direito	subjetivo	como	
o	poder	da	vontade	reconhecido	e	protegido	pela	ordem	jurídica,	tendo	por	objeto	
um	bem	ou	interesse.
Direito	 público:	 é	 o	 direito	 composto,	 inteira	 ou	 predominantemente,	
por	normas	de	ordem	pública,	que	são	normas	 imperativas,	de	obrigatoriedade	
inafastável.
Direito	privado:	é	o	composto,	inteira	ou	predominantemente,	por	normas	
de	 ordem	 privada,	 que	 são	 normas	 de	 caráter	 supletivo,	 que	 vigoram	 apenas	
enquanto	a	vontade	dos	interessados	não	dispuser	de	modo	diferente	do	previsto	
pelo legislador.
Fontes	do	direito:	são	os	meios	pelos	quais	se	formam	as	regras	jurídicas;	
as	 fontes	 diretas	 são	 a	 lei	 e	 o	 costume;	 as	 fontes	 indiretas	 são	 a	 doutrina	 e	 a	
jurisprudência.
Norma	jurídica:	é	um	imperativo	autorizante;	a	imperatividade	revela	seu	
gênero	próximo,	 incluindo-a	no	grupo	das	normas	éticas,	que	regem	a	conduta	
humana,	 diferenciando-a	 das	 leis	 físico-naturais,	 e	 o	 autorizamento	 indica	 sua	
diferença,	distinguindo-a	das	demais	normas.
 
Classificação	das	normas	jurídicas:
1)	quanto	à	imperatividade,	podem	ser:	a)	de	imperatividade	absoluta	ou	impositivas,	
que	são	as	que	ordenam	ou	proíbem	alguma	coisa	(obrigação	de	fazer	ou	não	
fazer)	de	modo	absoluto;	b)	de	imperatividade	relativa	ou	dispositiva,	que	não	
ordenam,	 nem	 proíbem	 de	 modo	 absoluto;	 permitem	 ação	 ou	 abstenção	 ou	
suprem	a	declaração	de	vontade	não	existente.
2)	quanto	ao	autorizamento,	podem	ser:	a)	mais	que	perfeitas,	que	são	as	que	por	
sua	violação	autorizam	a	aplicação	de	duas	sanções:	a	nulidade	do	ato	praticado	
ou	o	restabelecimento	da	situação	anterior	e	ainda	a	aplicação	de	uma	pena	ao	
violador;	b)	perfeitas,	que	são	aquelas	cuja	violação	as	leva	a	autorizar	a	declaração	
da	nulidade	do	ato	ou	a	possibilidade	de	anulação	do	ato	praticado	contra	sua	
disposição	e	não	a	aplicação	de	pena	ao	violador;	c)	menos	que	perfeitas,	que	são	
36
UNIDADE 1 | NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
as	que	autorizam,	no	caso	de	serem	violadas,	a	aplicação	de	pena	ao	violador,	
mas	não	a	nulidade	ou	anulação	do	ato	que	as	violou;	d)	imperfeitas,	que	são	
aquelas	cuja	violação	não	acarreta	qualquer	consequência	jurídica.
3)	quanto	à	sua	hierarquia,	as	normas	classificam-se	em:	normas	constitucionais;	
leis complementares; leis ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; 
decretos legislativos; resoluções; decretos regulamentares; normas internas; 
normas individuais.
[...]
FONTE: Disponível em: <http://www.centraljuridica.com>. Acesso em: 10 jun. 2008.
37
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico você estudou que:
l	A	relação	jurídica	é	um	vínculo	que	une	pessoas	entre	si	ou	pessoas	e	coisas.
l	Este	vínculo	nasce	de	uma	norma	jurídica	que	impõe	direitos	e	deveres	a	cada	
um dos participantes.
l	Quando	as	pessoas	se	relacionam	entre	si,	temos	uma	relação	jurídica	pessoal	
(ex.:	casamento).	Quando	a	relação	envolve	coisas,	temos	uma	relação	jurídica	
real	(ex.:	direito	de	propriedade).	
l	São	sujeitos	da	relação	jurídica	o	sujeito	ativo,	que	é	o	titular		de	um	direito,	e	o	
passivo,	é	o	que	deve	cumprir	uma	obrigação.
38
Para	melhor	fixação	deste	conteúdo,	leia	as	decisões	jurisprudenciais	a	
seguir	e	responda	às	questões	que	seguem:
1	 EMENTA:	 	APELAÇÃO	CÍVEL.	RESPONSABILIDADE	CIVIL.	CHEQUE	
PRÉ-DATADO.	 APRESENTAÇÃO	 ANTES	 DO	 VENCIMENTO	
ACERTADO.	 INSCRIÇÃO	 NO	 BANCO	 CENTRAL.	 DEVER	 DE	
INDENIZAR.	 MANUTENÇÃO	 DO	 QUANTUM	 FIXADO.	 1.	 O	 cheque	
pré-datado	 recebido	 para	 pagamento	 de	 combustível	 não	 pode	 ser	
descontado	 antes	 da	 data	 avençada.	 2.	 Apresentado	 ao	 Sacado	 antes	
da	 data	 e,	 por	 isso,	 devolvido	 por	 insuficiência	 de	 fundos,	 acarretando	
inscrição	no	Banco	Central,	constitui	ato	ilícito	capaz	de	ensejar	indenização	
por	 danos	 morais.	 3.	 Levando	 em	 conta	 os	 critérios	 estabelecidos	 pela	
doutrina	e	jurisprudência,	bem	como	parâmetros	adotados	nesta	Câmara,	
merece	ficar	mantido	o	quantum	 indenizatório.	APELAÇÃO	E	RECURSO	
ADESIVO	DESPROVIDOS	(Apelação	Cível	nº	70019279793,	Sexta	Câmara	
Cível,	Tribunal	de	Justiça	do	RS,	Relator:	Liege	Puricelli	Pires,	Julgado	em	
24/07/2008).
1	Como	nasceu	a	relação	jurídica	que	gerou	a	demanda	judicial?
2	Trata-se	de	relação	pessoal	ou	real?
3	Quem	é	o	sujeito	ativo	desta	relação	jurídica?	E	o	passivo?
2 EMENTA:		APELAÇÃO	CÍVEL.	USUCAPIÃO.	POSSE	AD USUCAPIONEM. 
ANIMUS DOMINI.	 NÃO	 CONFIGURAÇÃO.	 Caso	 em	 que	 a	 posse	 da	
autora	 sobre	o	 imóvel	decorre	de	 contrato	de	 locação	verbal.	 Inexistindo	
qualquer	 ruptura	no	exercício	da	posse	direta,	a	qual	 foi	mantida	após	o	
inadimplemento	 dos	 aluguéis	 por	 mera	 tolerância	 do	 proprietário	 do	
imóvel,	 não	 há	 falar	 no	 exercício	 de	 posse	 ad usucapionem. Precedentes 
dessa	Egrégia	Corte	Estadual.	RECURSO	DESPROVIDO	 (Apelação	Cível	
nº	70023774367,	Décima	Sétima	Câmara	Cível,	Tribunal	de	 Justiça	do	RS,	
Relator:	Luiz	Renato	Alves	da	Silva,	Julgado	em	17/07/2008).
1	Como	nasceu	a	relação	jurídica	que	gerou	a	demanda	judicial?
2	Trata-se	de	relação	pessoal	ou	real?
AUTOATIVIDADE

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