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Portanto, a não scr que haja um intérprete autorizado pelo soberano, do qual os ju izes subordinados não podem divergir, os intérpretes não podem s...

Portanto, a não scr que haja um intérprete autorizado pelo soberano, do qual os ju izes subordinados não podem divergir, os intérpretes não podem scr outros senão os ju izes comuns, do mesmo modo que o são no caso da lei não escrita. E suas sentenças devem ser tomadas pelos litigantes como leis para aquele caso particu lar, mas não obrigam outros ju izes a dar sentenças idênticas em casos idênticos. Porque c possível um ju iz errar na interpretação mesmo das leis escri ias , mas nenhum erro de um ju iz subordinado pode mudar a lei. que é a sentença geral do soberano. No caso das leis escritas, é costume estabelecer uma diferença entre a letra c a sentença da lei. Quando por letra se entende tudo o que possa inferir se das meras palavras, a distinção é correta. Porque a significação de quase todas as palavras, quer em si mesmas quer cm seu uso metafórico, é ambígua, e na argu memação podem adquirir muitos sentidos, mas na lei ha apenas um sentida. Mas sc por letra se entender o sentido literal, nesse caso nào pode haver distinção entre a letra e a sentença ou intenção da lei. Porque o sentido literal é aquele que o legislador pretendia que pela letra da lei fosse significado. O ra , supõc-sc que a intenção do legislador é sempre a equidade, pois seria grande contumclia que um ju iz pensasse de maneira diferente do soberano. Portanto ele deve. caso a palavra da lei não autorize plenamcnic uma sentença razoável, supri Ia com a lei de natu­ reza ou então, se o caso for d ifíc il, suspender o julgamento até receber mais ampla autoridade. Suponhamos que uma lei escrita ordene que aquele que for expulso de sua casa á força deva scr a ela restituido pela força, c aconteça que por descuido alguém deixe sua casa vazia , e ao voltar seja impedido de entrar pela força, caso para o qual nào foi estabelecida uma lei especial. F evidente que este caso é abrangido pela mesma lei. senão não poderia haver qualquer espécie de solução para ele. o que deve scr considerado contrário à intenção do legislador. lJor outro lado, a palavra da lei ordena que se julgue dc acordo com a evidência; suponhamos agora que alguém é acusado falsamcnte de uma ação que o próprio ju iz viu ser cometida por outro, c não por aquele que está sendo acusado. Neste caso nem a letra da lei deve ser seguida de maneira a condenar um inocente, nem o ju iz deve dar sua sentença contra a evidência do testemunho, porque a loira da lei diz o contrário , mas deve so licitar do soberano que nomeie outro ju iz , e que ele próprio seja testemunha. De modo que o inconveniente resultante das meras pala­ vras de uma lei escrita pode remeter o ju iz para a intençào da lei. a fim de inter­ pretá-la melhor: mas não há inconveniente que possa ju stifica r uma sentença con trária à lei. Porque o ju iz do certo e do errado não é ju iz do que é conveniente ou inconveniente para o listado. As aptidões necessárias a um bom intérprete da lei. quer d izer, a um bom ju iz , não são as mesmas de um advogado, a saber, o estudo das leis. Porque um ju iz . tal como deve tomar conhecimento dos fatos exclusivamente através das testemunhas, assim também não deve tomar conhecimento da lei através de nada que não sejam os estatutos e constituições do soberano, alegados no litígio, ou a ele declarados por alguém autorizado pelo poder soberano a declará-los. E não precisa prcocupar-sc antecipadamente com o que vai ju lg ar, porque o que deverá dizer relativamcnte aos fatos ser-llic-á dado pelas testemunhas, e o que deverá dizer em matéria de lei ser lhe-á dado por aqueles que em suas alegações o mos­ trarem, o que por autoridade interpretará no próprio local. Os lordes dc Parla­ mento da Inglaterra eram ju izes, c causas muito difíceis foram ouvidas e decidi­ das por eles. mas poucos eram muito versados no estudo das leis. c menos ainda eram os que disso faziam profissão. Embora consultassem ju ristas nomeados para estarem presentes para esse fim , só eles tinham autoridade para dar senten­ ças. Dc maneira semelhante, nos julgamentos de direito comum os juizes são doze homens do povo, que dâo sentença não apenas de fato mas também de d ire i­ to: e se pronunciam simplesmente pelo queixoso ou pelo acusado, quer dizer, são ju izes não apenas do fato mas também do direito ; e num caso crim inal não se lim itam a determinar se o crim e foi ou não praticado, mas tnmbcm se se tratou de assassinato. hom icídio, fetonia. assalto e coisas semelhantes, que são determina ções da lei. Mas como não sc supõe que eles próprios conheçam a lei, há alguém com autoridade para informá-los dela. no caso particular do qual deverão scr ju i­ zes. M as no caso de nào julgarem em conformidade com o que ele lhes diz não ficam sujeitos a qualquer penalidade, a nào ser que se torne patente que o fizeram contra suas consciências, ou que foram corrompidos por qualquer suborno A s coisas que fazem um bom ju iz , ou um bom intérprete da lei, são. em pri meiro lugar, uma correta compreensão daquela lei principal dc natureza a que se chama eqüidade. A qual não depende da leitura das obras de outros homens, mas apenas da sanidade da própria razão e meditação natural de cada um. e portanto se deve presumir existir em maior grau nos que têm maior oportunidade c maior inclinação para sobre cia meditarem. Em segundo lugar, o desprezo pelas rique­ zas desnecessárias e pelas preferências. Em terceiro lugar, ser capaz, no ju lga­ mento. de despir-se de todo medo. raiva, ódio. amor e compaixão. Em quarto c úl timo lugar, paciência para ouvir, atenção diligente ao ouvir e memória para reter, digerir e aplicar o que se ouviu. por natureza uma imita çào da lei) são autênticas leis, pelo consentimento tácito do imperador, caso nào sejam contrários à lei de natureza. Outra maneira dc d iv id ir as leis c cm naturais c positivas. A s naturais sào as que têm sido leis desde toda a eternidade, e nào sào apenas chamadas naturais, mas também leis morais. Consistem nas virtudes m orais, como a ju stiça , a eqiii dade. e todos os hábitos do espírito propícios à paz c à caridade, dos quais já falei nos capítulos 14 e 15. A s positivas sào as que não existem desde toda a eternidade, c foram tom a­ das leis pela vontade daqueles que tiveram o poder soberano sobre outros. Podem ser escritas, ou cntào dadas a conhecer aos homens por qualquer outro argu­ mento da vontade dc seu legislador. - tivas são as que determinam os direitos dos súditos, declarando a cada um por meio do que adquire e conserva a propriedade de terras ou bens. e um direito ou liberdade de ação: estas leis sào dirigidas a todos os súditos. A s penais sào as que declaram qual a penalidade que deve ser infligida àqueles que vio lam a lei. e sào dirigidas aos m inistros c funcionários encarregados da execução das leis. Porque embora todos devam ser informados das penas previstas para suas transgressões, apesar disso a ordem não se dirige ao delinquente (do qual não se pode esperar que fielmentc $c castigue a si próprio), mas aos m inistros públicos encarregados de mandar executar a penalidade. Estas leis penais são cm sua m aioria escritas juntamente com as leis d istributivas, c por vezes sào chamadas julgamentos. Por que todas as leis são julgamentos ou sentenças gerais do legislador, tal conto cada julgamento particu lar 6 uma lei para aquele cujo caso é julgado. A s leis positivas divinas (pois sendo as leis naturais eternas e universais são todas elas d ivinas) sào as que, sendo os mandamentos dc Deus (não desd: toda a eternidade, nem univcrsalmentc dirigidas a todos os homens, mas apenas a um determinado povo. ou a determinadas pessoas), sào declaradas como :ais por aqueles a quem Deus autorizou a assim declará-las. M as como pode ser conhe­ cida esta autoridade do homem para declarar quais são essas leis positivas de Deus? Deus pode ordenar a um homem, por meios sobrenaturais, que comunique leis aos outros homens.

Essa pergunta também está no material:

Hobbes - Coleção os Pensadores
444 pág.

Filosofia Faculdade Carlos Drummond de AndradeFaculdade Carlos Drummond de Andrade

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