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cujo sentido as formas fantásticas, as aparições, ou aparências de nestes ídolos, na medida cm que estão originariamente no cérebro, c na medida em...

cujo sentido as formas fantásticas, as aparições, ou aparências de nestes ídolos, na medida cm que estão originariamente no cérebro, c na medida em que sào pintados, entalhados, moldados cm matéria, há uma sim ilitude de uns com os outros, pelo que o corpo material feito pela arte pode ser considerado como a imagem do ídolo fantástico feito pela natureza. Mas num uso mais amplo da palavra “ imagem” está contida também qual quer representação de uma coisa por outra. Assim um soberano sobre a terra pode ser denominado a imagem de Deus, e um magistrado inferior a imagem do soberano. F. muitas vezes na idolatria dos gentios havia pouca consideração pela sim ilitude de seu ídolo material com seu ídolo de fantasia, e contudo denomina-va-sc uma imagem dele, pois uma pedra por dcsbnstar podia ser levantada como Netuno e o mesmo acontecia com diversas outras form as, muito diferentes das formas por que concebiam seus deuses. E nos tempos atuais vemos muitas im a­gens da Virgem M aria , e outros santos, diferentes umas das outras, e sem corres­pondência com qualquer fantasia do homem: c contudo servem bastante bem o fim para que foram feitas, o qual não era outro senão por nomes apenas repre sentar as pessoas mencionadas na H istória , às quais todos os homens aplicam uma imagem mental feita por eles próprios, ou então nenhuma. E assim , nc senti­do mais amplo, uma imagem é ou a semelhança, ou a representação de alguma coisa visível, ou ambas as coisas, como acontccc na m aior parte das vezes. LEVIATÃ - IV 377 Mas o nome de ídolo ó ainda mais ampliado nas Escritu ras , a ponto de signi­ficar também o sol, ou uma estrela, ou qualquer outra cria tura , visível ou inv is í­vel, quando eles são adorados como deuses. Tendo mostrado o que c culto e o que c imagem, reunirei as duas coisas agora e examinarei o que é ido latria , a qual é proibida no segundo mandamento, e em outros lugares das Escritu ras. C u ltuar uma imagem é praticar voluntariamente aqueles atos externos que são sinais de veneração ou da matéria da imagem, que é madeira, metal ou algu­ma outra criatura v isíve l, ou do fantasma do cérebro, por cuja semelhança ou representação a matéria foi formada e figurada, ou ambas as co isas, como um corpo animado, composto da matéria c do fantasm a, como de corpo c alma. Estar descoberto diante de um homem de poder e autoridade, ou diante do trono de um príncipe, ou naqueles outros lugares que ele ordenou para esse fim em sua ausência, 6 cultuar aquele homem, ou príncipe com culto c iv il, como sendo um sina l, não de venerar o tamborete, ou lugar, mas a pessoa, e não é idola­tria . Mas se aquele que o fizer supuser que a alma do príncipe está no tamborete, ou apresentar uma petição ao tamborete, será culto divino c idolatria . Pedir a um rei aquelas coisas que ele é capaz de fazer por nós, apesar de nos prostrarmos diante dele. não passa de culto c iv il, porque não reconhecemos nele nenhum outro poder além do humano, mas pedir lhe voluntariamente bom tempo, ou qualquer outra coisa que só Deus pode fazer por nós. é culto divino c idolatria. Por outro lado. se um rei compelir a isso um homem pelo terror da morte, ou outro grande castigo corporal, não é ido latria , pois o culto que o soberano ordena que lhe seja feito pelo terror dc suas leis. não é um sinal de que aquele que lhe tiver obedecido o venere intimamente como Deus, mas sim dc que ele está dese joso dc salvar-se da morte, ou dc uma vida m iserável, e que aquilo que não c um sinal de veneração interior não 6 cu lto , c portanto não c idolatria . Nem pode dizcr-sc que aquele que o fizer escandalize ou coloque algum tropeço diante de seu irm ão, porque por muito sábio ou erudito que seja aquele que cultuar daquela maneira, uma outra pessoa não pode argumentar a partir dai que cie c aprova, ma» sim que t> faz por medo, c que aquele não c seu ato. mas o ato do soberano. C u ltuar Deus. em algum lugar especial, ou voltando o rosto para uma im a­gem ou para um determinado lugar, não é cultuar ou venerar o lugar ou imagem, mas sim reconhecê-la como sagrada, isto é, reconhecer a imagem, ou o lugar, como estando à parte do uso comum, pois esse é o significado da palavra sagra­do. a qual não im plica uma nova qualidade no lugar ou na imagem, mas apenas uma nova relação por apropriação a Deus. e portanto não é ido latria , como tam­bém não era idolatria cultuar Deus diante da serpente de bronze, ou para os judeus, quando estavam fora dc seu país, voltarem os rostos (quando rezavam) para o templo de Jerusalém ; ou para Moisés tirar os sapatos quando estava d ian­te da sarça ardente, no solo do monte S ina i, lugar onde Deus tinha escolhido apa recer c dar suas leis ao povo de Israe l, e que era portanto solo sagrado, não por uma santidade inerente, mas sim por separação para uso de Deus; ou para os cristãos cultuarem nas igrejas, as quais são dedicadas a Deus para aquele fim pela autoridade do rei. ou de outro verdadeiro representante da Igreja. Mas cul tuar a Deus. como animando ou habitando tal imagem ou lugar, islo é. supondo uma substância infin ita num lugar fin ito , é ido latria , pois tais deuses finitos sào apenas ídolos do cérebro, e nada de real. c sào comiuncnte referidos nas Escritu ­ras com as palavras vaidade, mentiras c nada. Tam bém cultuar a Deus, não por anim ar ou estar presente no lugar ou na imagem, mas com o objetivo dc ser recor dado dele ou dc algumas dc suas obras, no caso de o lugar ou imagem serem dedi­cados. ou erigidos por uma autoridade privada e não pela autoridade daqueles que sào nossos pastores soberanos, c ido latria . Pois o mandamento d iz: Não farás de l i próprio nenhuma imagem gravada. Deus ordenou a Moisés que eri­gisse a serpente de bronze, ele nào a fez para si próprio, portanto não era contra o mandamento. Mas a feitura do bezerro de ouro por A arão c o povo. nào tendo tido autorização de Deus, era ido latria , nào só porque o tomaram como Deus, mas também porque o fizeram para um fim religioso, sem permissão nem dc Deus seu soberano, nem de Moisés que era seu representante. Os gentios cultuavam como deuses Júpiter c outros que. quando vivos c como homens, tinham talvez praticado grandes e gloriosos feitos, e cultuavam como filhos dc deuses vários homens e mulheres, supondo-se concebidos por uma divindade im ortal e um mortal. Isto era ido latria , porque os fizeram assim para si próprios, nào tendo autorização de Deus. nem de sua eterna lei da razão, nem de sua vontade positiva c revelada. Mas muito embora nosso Salvador fosse um homem c nós também acreditássemos que fosse um Deus imortal e filho de Deus. contudo isto nào 6 idolatria , porque nào construimos essa crença segundo nossa fantasia, ou ju ízo , mas segundo a palavra de Deus revelada nas Escrituras. E quanto à adoração da Eu ca ris tia , sc as palavras de C risto , Isto c meu corpo signi ficam que ele próprio, c o pão que aparecia em sua mão, e não apenas este, mas todos os pedaços de pão que desde então e em qualquer altura mais tarde seriam consagrados por sacerdotes, seriam outros tantos corpos de Cristo , e contudo todos eles seriam apenas um corpo, então isso não é ido latria , porque é autori­zado por nosso Salvador, mas se o texto não significa isso (pois nào há outro que possa ser alegado), então, porque c um culto de instituição humana, é idolatria. Pois não é suficiente dizer que Deus pode transubstanciar o pão no corpo de C r is ­to. pois os gentios também sustentaram que deus era onipotente, e podiam sobre isso assentar uma desculpa igual para sua ido latria , pretendendo, assim como outros, uma transubstanciaçào de sua madeira e pedra em deus todo-poderoso. Os que pretendem que a d ivina inspiração é urna entrada sobrenatural do Esp írito Santo num homem, e não uma aquisição da graça de Deus por doutrina e estudo, encontram sc. penso eu, num dilem a inuito perigoso. Pois se não cul tuam os homens que acreditam scr assim inspirados

Essa pergunta também está no material:

Hobbes - Coleção os Pensadores
444 pág.

Filosofia Faculdade Carlos Drummond de AndradeFaculdade Carlos Drummond de Andrade

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