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Além dos princípios expressos do caput do art. 37 da Constituição Federal (Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), faz-s...

Além dos princípios expressos do caput do art. 37 da Constituição Federal (Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), faz-se necessário estudar os princípios implícitos do direito administrativo. Princípio da Finalidade Pública O princípio da finalidade pública pressupõe que a atuação da administração pública deve ser voltada para a coletividade, ao interesse público, atendendo também o pressuposto geral da supremacia do interesse público sobre o direito privado. Já de forma restrita, o referido princípio tem por finalidade atingir atos específicos. Se este ato é praticado para atingir outro fim, que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da Finalidade Pública (desvio específico de finalidade). Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos Até que se prove o contrário, os atos da Administração são legais e legítimos (é presunção relativa, juris tantum, logo, deve ser comprovada por quem alega). Esse princípio aborda a presunção de verdade e a presunção de legalidade. Assim, subentende-se que os atos administrativos estão de acordo com a lei, observando as normas legais pertinentes. Fernanda Marinela (2017, p. 112) explica que: As decisões administrativas são de execução imediata e tem a possibilidade de criar obrigações para o particular, independentemente de sua concordância, e podem ser executadas pela própria administração, mediante meios diretos ou indiretos de coação. Princípio do Contraditório O princípio do contraditório está presente em diversas disciplinas que permeiam o campo jurídico e no direito administrativo não poderia ser diferente. O princípio do contraditório decorre de previsão Constitucional, conforme art. 5, inc. LV: “em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (BRASIL, 1988). O princípio do contraditório diz respeito ao direito da pessoa se defender de qualquer alegação que seja realizada contra ela. Juntamente com esse princípio pode-se analisar o princípio da ampla defesa, também previsto no art. 5 da Constituição Federal, que prevê o acesso aos mais diversos meios de defesa, como o direito de contratar um advogado para realizar sua defesa técnica em processo administrativo. Princípio da Continuidade A lei 8.987/95 prevê que toda a prestação de serviço público deve ser contínua. Assim, a atividade pública deve ser contínua. Fernanda Marinela (2017, p. 110) ensina o seguinte: Continuidade significa ausência de interrupção, sequência, ação incessante. O princípio da continuidade aplicado ao Direito Administrativo exige que a atividade administrativa seja prestada de forma contínua, não comportando intervalos, não apresentando lapsos ou falhas, sendo constante e homogênea. Princípio da Razoabilidade/Proporcionalidade O princípio da proporcionalidade integra o princípio da razoabilidade. Dessa forma, pode-se afirmar que a razoabilidade é a atuação do agente público dentro do padrão médio da sociedade, sendo um dos critérios de limitação da razoabilidade administrativa. Já a proporcionalidade é a adequação entre meios e fins ao motivo do ato. Assim, o princípio da proporcionalidade se subdivide em: • Meios adequados: que buscam o sucesso na realização de determinada finalidade; • Necessários: no qual a administração deve optar pelo meio que menos limite o direito do administrado; • Proporcionais em sentido estrito: em que a administração deve ser ponderada entre as vantagens e desvantagens. Princípio da Autotutela É princípio administrativo pelo qual a administração tem o poder-dever de rever seus atos, e assim anulá-los, ou revogá-los, quando for o caso. Veja a previsão da súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial (BRASIL, 2017b). Assim, pode-se afirmar que, de acordo com a súmula citada, o princípio da autotutela irá obrigar a administração pública a anular os atos defeituosos ou ilegais, enquanto aqueles atos inconvenientes ou inoportunos devem ser revogados. A súmula 346 do STF prevê acerca da nulidade dos atos administrativos: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos” (BRASIL, 2017a). Do mesmo modo prevê a lei 9.784/99, lei do processo administrativo, em seu art. 53: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos” (BRASIL, 1999). Dessa forma, conclui-se que o princípio da autotutela existe para que o administrado tenha segurança jurídica dos atos que são realizados pela administração pública. Princípio da Motivação Trata-se de importante princípio a ser estudado em direito administrativo. O agente público, ao realizar o ato administrativo, se vincula a sua motivação. Isso pode ocorrer tanto no ato vinculado quanto no ato discricionário. A motivação é a justificativa para a realização do ato administrativo.

Essa pergunta também está no material:

APOSTILA DIREITO ADMINISTRATIVO - GP
90 pág.

Direito Constitucional Avançado Escola A E DEscola A E D

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