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NOVAS CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS À PSICANÁLISE (1933) TÍTULO ORIGINAL: NEUE FOLGE DER VORLESUNGEN ZUR EINFÜHRUNG IN DIE PSYCHOANALYSE. PUBLICADO PR...

NOVAS CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS À PSICANÁLISE (1933) TÍTULO ORIGINAL: NEUE FOLGE DER VORLESUNGEN ZUR EINFÜHRUNG IN DIE PSYCHOANALYSE. PUBLICADO PRIMEIRAMENTE EM VOLUME AUTÔNOMO: VIENA: INTERNATIONALER PSYCHOANALYTISCHER VERLAG [EDITORA PSICANALÍTICA INTERNACIONAL], 1933, 255 PP. TRADUZIDO DE GESAMMELTE WERKE XV, PP. 1-197; TAMBÉM SE ACHA EM STUDIENAUSGABE I, PP. 447-608. PREFÁCIO As Conferências introdutórias à psicanálise foram proferidas nos semestres de inverno de 1915-16 e 1916-17, numa sala da Clínica Psiquiátrica de Viena, para uma plateia de ouvintes de todas as Faculdades. A primeira metade das conferências foi improvisada e redigida imediatamente depois; as da segunda metade foram esboçadas no verão, durante uma estação de férias em Salzburgo, e proferidas fielmente no inverno seguinte. Naquele tempo eu ainda possuía o dom de uma memória fonográfica. À diferença daquelas, estas novas conferências não foram jamais proferidas. Nesse meio-tempo a idade me havia dispensado da obrigação de evidenciar, mediante conferências, que eu pertencia — ainda que perifericamente — à universidade, e uma operação cirúrgica havia me inutilizado como orador. Portanto, é somente por um artifício da imaginação que eu me coloco novamente num auditório, nas exposições que se seguem. Isso pode me ajudar a não perder de vista o leitor, ao aprofundar o assunto. Estas novas conferências não pretendem, de maneira nenhuma, tomar o lugar das anteriores. Elas não constituem algo independente, que possa esperar ter um círculo próprio de leitores, sendo antes continuações e complementos, que, na relação com as anteriores, dividem-se em três grupos. Num primeiro grupo estão novas abordagens de temas que já foram tratados quinze anos atrás, mas que, devido ao aprofundamento de nossas descobertas e à mudança em nossas concepções, exigem agora uma apresentação diversa — são revisões críticas, portanto. Os outros dois grupos contêm as ampliações propriamente ditas, tratando de coisas que, na época das primeiras conferências, ou não existiam na psicanálise ou estavam muito pouco presentes para merecer todo um título de capítulo. Não há como evitar — nem por que lamentar — que algumas das novas conferências reúnam características desses e daquele grupo. A dependência destas novas conferências para com as primeiras também se manifesta no fato de continuarem sua numeração. A primeira deste volume é chamada de 29a. Como as anteriores, pouco oferecem de novo ao analista profissional, dirigindo-se ao grande número de pessoas cultas às quais atribuímos um interesse benévolo, ainda que reservado, pelas peculiaridades e as conquistas da jovem ciência. Mas também nisso a intenção que me guiou foi nada sacrificar a uma aparência de simplicidade, completude e unidade, não ocultar problemas, não negar a existência de lacunas e incertezas. Em nenhum outro campo de trabalho científico alguém poderia se gabar de propósitos assim tão sóbrios e modestos. Em toda parte são tidos como evidentes, o público não espera outra coisa. Nenhum leitor de uma obra de astronomia se sentirá decepcionado nem desdenhará a ciência, se lhe forem mostrados os limites em que nosso conhecimento do universo se desfaz em névoas. Apenas com a psicologia é diferente, nela a constitucional inaptidão humana para a busca científica se revela em plena medida. Parece que da psicologia não se exige progresso no saber, mas alguma outra satisfação; todo problema não resolvido, toda incerteza confessa é transformada em recriminação a ela. Quem ama a ciência da vida psíquica terá de aceitar também essas durezas. viena, verão de 1932. freud 29. REVISÃO DA TEORIA DO SONHO Senhoras e senhores: Após um intervalo de mais de quinze anos, chamei-os novamente para verificarmos o que esse período trouxe de coisas novas, talvez também melhores, na psicanálise; então é justo e razoável, de mais de um ponto de vista, que voltemos nossa atenção primeiramente para a teoria dos sonhos. Ela tem lugar especial na história da psicanálise, designa um ponto de virada; com ela a psicanálise fez a passagem de procedimento psicoterapêutico a psicologia da profundidade. Desde então a teoria do sonho é o que há de mais característico e próprio na jovem ciência, algo para o qual não existe contrapartida no restante de nosso saber, um pedaço de terra nova, subtraído à crença popular e ao misticismo. A estranheza das afirmacoes que ela teve de fazer conferiu-lhe a função de um xibolete,* cujo emprego decidia quem se tornava um seguidor da psicanálise e quem não conseguia apreendê-la. Para mim mesmo ela foi um amparo seguro, naqueles tempos difíceis em que os fatos desconhecidos da neurose costumavam nublar meu inexperiente juízo. Sempre que eu começava a ter dúvidas sobre a validez dos meus hesitantes conhecimentos, quando tinha sucesso em transformar um sonho confuso e sem nexo num claro e inteligível processo psíquico daquele que sonhou, renovava-se minha confiança de estar na trilha certa. Logo, para nós há um interesse especial em acompanhar, no caso da teoria dos sonhos, as mudanças que a psicanálise sofreu nesse intervalo, por um lado, e os progressos havidos em sua compreensão e avaliação pelos contemporâneos, por outro lado. Já lhes digo que ficarão decepcionados nos dois aspectos. Vamos folhear a coleção da Internationale Zeitschrift für (ärztliche) Psychoanalyse [Revista Internacional de Psicanálise (Médica)], em que desde 1913 são reunidos os trabalhos de ponta em nossa área de estudo. Nos primeiros volumes vocês acharão uma rubrica permanente intitulada “Sobre a interpretação dos sonhos”, com substanciais contribuições a diferentes temas da teoria dos sonhos. Quanto mais progredirem, porém, mais raras se tornam essas contribuições, e afinal desaparece a rubrica permanente. Os analistas se comportam como se nada mais tivessem a dizer sobre a teoria dos sonhos, como se ela estivesse concluída. Mas se vocês perguntarem o que foi aceito da interpretação dos sonhos por aqueles de fora, os muitos psiquiatras e psicoterapeutas que esquentam seu guisado em nosso fogo — sem muita gratidão por nossa hospitalidade, aliás —, as chamadas pessoas instruídas, que costumam assimilar as descobertas mais palpáveis da ciência, os literatos e o grande público, então a resposta é pouco satisfatória. Algumas fórmulas se tornaram conhecidas, entre elas umas que jamais defendemos, como a tese de que todos os sonhos são de natureza sexual, mas coisas importantes como a fundamental distinção entre conteúdo onírico manifesto e pensamentos oníricos latentes, a percepção de que os sonhos angustiantes não contrariam a função de satisfazer desejos do sonho, a impossibilidade de interpretar um sonho quando não temos as devidas associações daquele que sonha, mas sobretudo o reconhecimento de que o essencial no sonho é o processo do trabalho do sonho — tudo isso parece ainda tão alheio à consciência geral como trinta anos atrás. Posso afirmar isso porque durante esse tempo recebi um bom número de

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FREUD20Vol 2029
286 pág.

Enem Ced 05 De TaguatingaCed 05 De Taguatinga

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