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Entende-se, então, caro(a) aluno(a), que a comunidade desempenha um papel de suma importância na construção do Projeto Político Pedagógico. De acor...

Entende-se, então, caro(a) aluno(a), que a comunidade desempenha um papel de suma importância na construção do Projeto Político Pedagógico. De acordo com Conceição et al. (2006), a comunidade é parte indispensável no processo de construção da identidade de uma instituição educativa, pois somente com a participação de todos é possível promover políticas públicas que atendam aos anseios de toda a comunidade. Dessa forma, a construção da comunidade inclusiva depende muito da participação e colaboração dos membros, pois na Educação Inclusiva não basta somente que o aluno frequente a escola, essa nova concepção implica também em assegurar seus direitos como membros de uma determinada sociedade. Isto é, caro(a) aluno(a), para que a inclusão ocorra, não basta somente a escola fazer sua parte, pois a inclusão desse aluno não pode ser realizada somente no âmbito escolar. Portanto, para que a comunidade adentre a concepção inclusiva, é necessário que todos os membros colaborem e participem da elaboração do projeto político pedagógico da escola de sua comunidade, visto que esse projeto abrange ações para promover o desenvolvimento do aluno com deficiência em suas experiências vivenciadas na comunidade, ou seja, as ações estarão voltadas para o desenvolvimento integral do aluno, dentro e fora do contexto escolar. Educação para Cidadania, uma Questão de Direitos Humanos A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Art. 205, CF). A educação para a cidadania consiste na formação de pessoas responsáveis, autônomas e solidárias para exercer os seus deveres e direitos em forma de diálogo e respeito ao outro, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo, tendo como referência os valores dos direitos humanos. A educação para a cidadania surge inicialmente na educação não formal, como prática de educação popular, por meio da constituição de estratégia de mobilização, organização e formação de uma cultura cidadã na construção de sujeitos históricos em processos de lutas pelas conquistas dos seus direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Nesse sentido, é possível afirmar, caro(a) aluno(a), que a educação para a cidadania busca uma educação mais democrática em prol de fazer valer os direitos e deveres de todo cidadão. Assim, a educação para a cidadania tem início com as lutas sociais, que visam construir uma sociedade mais justa e igualitária. Outro ponto importante da educação para a cidadania refere-se à integração do sistema de educação, que transforma a educação sobre caráter interdisciplinar, ou seja, obriga a superação das tradicionais divisões em disciplinas e departamentos com objetivo de estimular uma colaboração mais sistemática e orgânica entre as disciplinas: Direito, História, Filosofia, Ciências Sociais, Psicologia Social, Serviço Social, educação, entre outras. A partir dessa experiência formativa é possível agrupar as principais temáticas ao redor de alguns grandes eixos: Quadro 2 - Educação para a cidadania Eixo Objetivo Eixo histórico Aborda a reconstrução da trajetória histórica do surgimento e da afirmação dos Direitos Humanos Eixo de fundamentação Aborda as questões relativas à fundamentação dos direitos Humanos do ponto de vista teórico Eixo político Discute as teorias e os sistemas políticos atuais e sua relação com os direitos do homem, enfrentando temas, como: as diferentes concepções da democracia e os direitos humanos; democracia e liberalismo (democracia e liberdade); democracia e socialismo (democracia e igualdade); o papel do Estado e da “nova esfera pública da cidadania” na promoção e defesa dos Direitos do homem a nível local, nacional e internacional Eixo educacional ou formativo Estudar as teorias e os métodos pedagógicos mais adequados para uma educação aos direitos humanos nos vários contextos (educação formal e informal, movimentos sociais, entidades públicas), abordando aspetos como a educação das crianças, jovens e adultos para uma nova cultura dos direitos humanos e da paz e a reflexão e sistematização da prática educativa em direitos humanos Eixo prático/aplicativo As medidas e os instrumentos existentes para a realização dos direitos humanos e ao estudo da eficácia social das normas de proteção aos direitos humanos e das ações e políticas públicas, do ponto de vista jurídico, explicitando as garantias gerais Fonte: SECAD/MEC (2010). Nota-se, caro(a) aluno(a), que o objetivo desses eixos é diminuir as diferenças sociais, transformando a sociedade de forma justa e igualitária. Assim, tais eixos deram início a discussões com o objetivo de promover, às pessoas com deficiência, a construção de sua cidadania por meio de medidas que visam melhorar a acessibilidade e igualdade de oportunidades, proporcionando, assim, a participação e inclusão dessas pessoas em âmbito social e promovendo o respeito pela autonomia e dignidade das pessoas com deficiência (OMS, 2011). Dessa forma, no que se refere à educação para cidadania de pessoas com deficiência, podemos dizer que por muito tempo a educação de pessoas com deficiência, conforme mencionado na Unidade I de nossa apostila, seguiu uma concepção que as restringia de receber apenas um atendimento diferenciado, mantendo-as em espaços separados de crianças que não apresentavam deficiência. Porém, nas últimas décadas, essa concepção sofreu alterações, voltando para a promoção da Educação Inclusiva. Logo, as políticas que regem a Educação Especial também sofreram alterações, passando a atender uma concepção Inclusiva que tende a assegurar não só a permanência do sujeito com deficiência no âmbito da escola regular, mais sim o desenvolvimento integral desse aluno, assim como a valorização e o respeito à sua diversidade. Nessa nova concepção não é o aluno que deve se adaptar à realidade da escola, mas a escola que deve se adaptar para receber esse aluno com deficiência, aceitando e respeitando suas diferenças e garantido uma aprendizagem significativa, para que, assim, o sujeito com deficiência passe a se enxergar como membro da sociedade. Com isto, caro(a) aluno(a), reforço o que venho dizendo nas unidades anteriores, o processo de inclusão ocorre de forma lenta, pois muitas das escolas de ensino regular do país não estão preparadas para receber alunos com deficiência. Dessa forma, mesmo que o acesso à educação dessas pessoas com deficiência seja assegurado pela Constituição de 1988, é possível afirmar que grande parte delas não estão frequentando a escola de ensino regular, muitas nem se encontram matriculadas em instituições de ensino devido à falta de condições financeiras (CARVALHO, 2008). No entanto, de acordo com a Declaração de Salamanca (1994): Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, tanto quanto estes possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais apropriadas às necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças (SALAMANCA, 1994, p. 3). Em contraponto, volto a reforçar que mesmo que as leis assegurem a educação como um direito de todos, a falta de recursos faz com que a inclusão ocorra de forma lenta, de modo que dificulte a educação ser acessível a todos. Ainda sobre a inclusão, caro(a) aluno(a), quero deixar claro que não pode ser uma ação em que inserimos uma criança com deficiência no âmbito da escola regular esperando que ela reproduza as ações praticadas pelas outras e assim consiga construir sua cidadania. De acordo com Boneti (2011, p. 16-17), [...] falar em Inclusão como resgate da cidadania, significa falar na busca da plenitude dos direitos sociais, da assistência social, da participação da pessoa em todos os aspectos da sociedade. A ação educativa, assim, seria “inclusiva” na medida em que proporciona a participação integral da pessoa na sociedade, sobretudo no sentido de fornecer elementos de autonomia individual, como é o caso da apropriação aos saberes para o trabalho, aos saberes culturais etc. (BONETI, 2001, p. 16-17). Acredita-se, então, que não são todas as pessoas da sociedade que possuem a cidadania plena, porém a construção da cidadania dessas pessoas compete não só aos governantes, mas também a toda a sociedade do nosso país que deve assegurar e fiscalizar a inclusão (MARTINS, 2010). A escola inclusiva deve possibilitar ao aluno com deficiência os mesmos direitos que cabem aos outros alunos, garantindo, assim, sua caminhada no processo de aprendizagem e de construção das competências necessárias para o exercício pleno da cidadania, que é objetivo primário de toda ação educacional. A escola inclusiva também deve ser

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Educação Especial e Inclusiva
65 pág.

Educação Especial Faculdade Educacional da LapaFaculdade Educacional da Lapa

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