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(a) Decadência: A vítima dispõe do prazo decadencial de 06 (seis) meses para o exercício da ação privada, contados do conhecimento do responsável p...

(a) Decadência: A vítima dispõe do prazo decadencial de 06 (seis) meses para o exercício da ação privada, contados do conhecimento do responsável pelo delito, sob pena de extinção da punibilidade (art. 107, IV, CP) (b) Renúncia: É ato unilateral do ofendido, e ocorre quando a vítima se recusa a tomar providência contra o seu agressor. Se opera até o oferecimento da ação penal; É irretratável; A renúncia feita para um agressor necessariamente beneficia os demais (art. 49, do CPP); Pode ser expressa ou tácita (atos do ofendido incompatíveis com o desejo de processar o agressor). Enseja a extinção da punibilidade. Obs.: Tanto a decadência como a renúncia ocorrem antes de iniciada a queixa crime.

2) PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE Proposta ação penal privada, o querelante deve promovê-la contra todos os que contribuíram para o delito, não podendo deixar de processar os que sabidamente concorreram para a prática do crime. Nesse sentido, a ação penal deve se estender a todos aqueles que praticaram a infração penal. Ou seja: a vítima não pode escolher contra quem ela quer ajuizar a queixa crime, devendo ajuizá-la em face de todos os autores do delito ou em face de nenhum. CPP - Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. É nesse sentido a jurisprudencia do STF: Não oferecida a queixa-crime contra todos os supostos autores ou partícipes da prática delituosa, há afronta ao princípio da indivisibilidade da ação penal, a implicar renúncia tácita ao direito de querela, cuja eficácia extintiva da punibilidade estende-se a todos quantos alegadamente hajam intervindo no cometimento da infração penal. STF. 1ª Turma. Inq 3526/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 2/2/2016 (Info 813). Em razão do princípio da indivisibilidade, a renúncia e o perdão concedidos a um dos coautores estendem-se ao demais (no perdão, caso um dos coautores não aceite, continuará correndo contra ele o processo). Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. É nesse sentido a jurisprudência do STJ : STJ: “(...) O reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa exige a demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada pelo querelante” (STJ, HC 186.405/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 11/12/2014). Obs.: Princípio da indivisibilidade da ação penal privada: omissão voluntária e involuntária O princípio da indivisibilidade significa que a ação penal deve ser proposta contra todos os autores e partícipes do delito. Segundo a posição da jurisprudência, o princípio da indivisibilidade só se aplica para a ação pena privada (art. 48 do CPP). O que acontece se a ação penal privada não for proposta contra todos? O que ocorre se um dos autores ou partícipes, podendo ser processado pelo querelante, ficar de fora? Qual é a consequência do desrespeito ao princípio da indivisibilidade? Se a omissão foi VOLUNTÁRIA (DELIBERADA): se o querelante deixou, deliberadamente, de oferecer queixa contra um dos autores ou partícipes, o juiz deverá rejeitar a queixa e declarar a extinção da punibilidade para todos (arts. 104 e 107, V, do CP). Todos ficarão livres do processo. Se a omissão foi INVOLUNTÁRIA: o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele faça o aditamento da queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que ficaram de fora. Assim, conclui-se que a não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime não configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa. Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada pelo querelante. STJ. 5ª Turma. RHC 55142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562). CESPE/2019 (Adaptada) – Na queixa-crime, a omissão involuntária, pelo querelante, de algum coautor implicará o reconhecimento da renúncia tácita do direito de queixa pelo juiz e resultará na extinção da punibilidade. Item incorreto. Obs.: Cabe ao Ministério Público fiscalizar o princípio da indivisibilidade na ação penal privada. Contudo, o MP não pode aditar a queixa para incluir coautores, pois não tem legitimidade ativa. Deve, portanto, pedir a intimação do querelante para que adite a queixa, sob a pena de a renúncia concedida a um dos coautores ser estendida aos demais (quando a omissão for involuntária). 3) PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE: Após iniciada a queixa crime, o querelante pode dispor do seu direito de dar continuidade à queixa-crime através de 2 institutos: (a) Perdão: Ato de liberalidade, e requer a aceitação pelo réu (ato bilateral). Trata-se de causa extintiva de punibilidade e só é admissível até o trânsito em julgado; Obs.: Cuidado para não confundir a renúncia com o perdão! RENÚNCIA PERDÃO Instituto pré-processual. Instituto processual. Ato unilateral. Ato bilateral. A renúncia feita a um dos agentes se estende aos demais (art. 49, CP). O perdão concedido a apenas um dos agentes delitivos não necessariamente se estende aos demais. (b) Perempção: É sanção processual pela desídia do querelante na ação privada (art. 60, CPP) Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. CONCLUSÃO: Independentemente do momento em que o querelante decide abrir mão do seu direito de queixa (antes mesmo de oferecida a queixa, através da decadência ou renúncia), ou após o oferecimento desta (através do perdão ou perempção), a consequência será a mesma: EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício. Vamos esquematizar? Antes de iniciada a queixa crime: (a) Decadência Princípio da Conveniência e Oportunidade (b) Renúncia Após iniciada a queixa crime (a) Perdão Princípio da Disponibilidade (b) Perempção 5. PRINCÍPIOS COMUNS À AÇÃO PENAL PÚBLICA E AÇÃO PENAL PRIVADA 1) PRINCÍPIO DA INSTRANSCENDÊNCIA OU PESSOALIDADE A denúncia ou queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso. Esse princípio funciona como evidente desdobramento do princípio da pessoalidade da pena. 2) PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE:
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Caderno de Doutrina e Questões (3)
285 pág.

Direito Penal I Faculdade de BalsasFaculdade de Balsas

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