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Além disso, dá suporte não apenas financeiro mas técnico como oficinas de empreendedorismo, divulgação dos estabelecimentos nas Comunidades do ento...

Além disso, dá suporte não apenas financeiro mas técnico como oficinas de empreendedorismo, divulgação dos estabelecimentos nas Comunidades do entorno e em redes sociais. E agora trabalha com uma moeda digital, o “e-dinheiro”, após baixar esse aplicativo, faz-se o cadastro no Banco Comunitário Padre Leo, sem pagar taxa, se quiser faz um depósito para fazer compras no comércio do bairro, pagando do seu celular (nem precisa cartão) o usuário também pode colocar crédito no celular sem sair de casa. Bancos comunitários e microcrédito para as comunidades Para a população que reside nas periferias é importante a organização de projetos que possibilitem a geração de renda, especialmente quando há uma valorização do desenvolvimento local. Um conjunto de fatores, como uma baixa escolaridade, ausência de um “bom” currículo ou mesmo a distância territorial, são situações que dificultam a obtenção de emprego, em geral nas regiões centrais, ainda mais quando há crise econômica no país. Essas pessoas, grande parte das vezes, necessitam das redes de relacionamento, dentro da própria comunidade, para conseguir uma colocação ou um “bico”. As Igrejas, sobretudo as evangélicas, são um exemplo dessa rede de relações que permitem que, entre outras coisas, um membro indique outro para um serviço, como diaristas, porteiros, serviços de manutenção ou construção civil (LAVALLE e CASTELLO, 2004; NORONHA, 2016). Mas, não é o suficiente. Outros projetos são necessários. Conforme página do Facebook “Associação Padre Leo Commissari” Por isso, a possibilidade de um banco que “empreste” a uma taxa de juros mais baixa (ou sem juros) e que fomente o desenvolvimento local, estimulando o comércio, por exemplo, é importante, tanto para possibilitar “capital” em que as pessoas possam consumir, muitas vezes, o básico, como para contribuir para o comércio local, o que acaba gerando mais empregos. Evidente, que o ideal é que as pessoas tivessem um bom emprego, com renda suficiente para adquirir os itens básicos para uma vida com qualidade. Mas, essa ainda não é a realidade de uma parte da sociedade brasileira. Por isso, projetos sociais, que visem do desenvolvimento local, são importantes, como forma de prover uma melhor inclusão. É preciso levar em conta, ainda, que a condição (precária) em que vive um morador da periferia não tem relação, somente, com o elemento financeiro, pois, não é só o capital econômico que acumularmos, mas, também um capital simbólico (BOURDIEU, 1986). Nesse sentido, a proposta dos bancos comunitários é gerar também o sentimento de “pertencimento”, fomentar as relações de confiança e promover o sentido de comunidade. O elemento básico em torno dos bancos comunitários é a “solidariedade”. Considerações finais O cenário econômico não indica a curto prazo reversão (significativa) na taxa de desemprego no Brasil. Situação que se agrava com a pandemia da COVID-19. O país registra, há algum tempo, um processo intenso e continuo de desindustrialização. Embora isso tenha impacto na economia, não significa que todos “empobreceram”, visto que a concentração de renda – favorável aos mais ricos – tem aumentado (POCHMANN, 2019). O atual Governo (afora ações que busquem o “enxugamento” do Estado) pouco tem se movimentado para mudar o estado das coisas. No último período, por exemplo, tivemos a desvalorização do salário mínimo e a precarização das relações de trabalho. Uma alteração no cenário produtivo parece também pouco provável. Estamos numa fase do capitalismo em que o “capital financeiro” prepondera sobre o “capital produtivo” (DOWBOR, 2017; CONCEIÇÃO e YAMAUCHI, 2018). Nesta nova etapa do capitalismo, o locus de maior acumulação do capital migrou da fábrica industrial para a área financeira. A empresa industrial perde espaço no ranking das empresas mais lucrativas para as grandes instituições financeiras (CONCEIÇÃO e YAMAUCHI, 2018, p.17) Esse conjunto de coisas indica que não teremos, num futuro breve, saídas que venham “de cima” (do Governo ou do Mercado), para solucionar os problemas da falta de emprego ou renda, questão que se intensificou com o fechamento (por um período) de empresas e prestadores de serviços pela necessidade do distanciamento social. Toda essa situação afeta, direta ou indiretamente, a população mais vulnerável. A forma como o Governo tem se movimentado durante a pandemia, no que diz respeito ao “socorro financeiro”, sinaliza pouca disposição em políticas econômicas que auxiliem financeiramente os setores mais necessitados. Também não deveremos esperar do setor privado (Bancos) movimentos “ousados” no sentido de disponibilizar capital (microcrédito, por exemplo) para aquecer a economia. Dessa forma, um movimento “de baixo”, na organização de uma finança solidária, poderá ser uma alternativa para a criação de trabalho e renda. Nesse cenário de tantas transformações pelas quais passa o sistema financeiro, quem sabe os bancos comunitários (a exemplo do BPCS e cooperativas de crédito, temas tratados nessa publicação) não ganhem algum espaço e a partir da organização da sociedade civil, em torno de ações de estimulem a ampliação desse segmento, passem a ter algum protagonismo.

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