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O testamento é um tipo de negócio jurídico. Para a sua validade, deve respeitar os requisitos essenciais previstos no art. 104 do Código Civil (CC)...

O testamento é um tipo de negócio jurídico. Para a sua validade, deve respeitar os requisitos essenciais previstos no art. 104 do Código Civil (CC): a capacidade do agente, ter objeto lícito, possível determinado ou determinável, ter a forma prescrita ou não defesa em lei. Considerando esses requisitos legais, analise a situação a seguir: Everton, 40 anos, é renomado arquiteto conhecido mundialmente, o que lhe deu uma grande fortuna. Ao longo dos anos, Everton tornou-se alcoólico, doença que o afastou da administração de seus negócios. Trata-se de uma doença que trouxe profunda tristeza a ele próprio e sua família. Após um internamento prolongado em clínica de reabilitação, Everton permaneceu sóbrio por cerca de um mês, nesse período realizou um testamento público na presença de testemunhas idôneas, deixando a parte disponível de seus bens a uma instituição de caridade. Após esse período, ele voltou a consumir álcool, chegando ser interditado por sua família. Alguns meses após a interdição, Everton acabou falecendo em decorrência de doenças causadas pelo consumo de álcool. Os herdeiros de Everton, ao tomarem conhecimento do testamento, desconhecido até o seu falecimento, ingressam com uma ação judicial buscando a nulidade do testamento sob o argumento de que Everton não tinha o pleno discernimento de seus atos, apresentando como prova a decisão que deferiu sua interdição. ​​​​​​​​​​​​​​Imagine que você é o(a) juíz(a) que deve julgar esse caso, com base na lei, qual solução você daria?

💡 1 Resposta

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Com base nos requisitos legais para a validade de um testamento, é necessário que o testador tenha capacidade para testar. No caso de Everton, ele realizou o testamento público após um período de sobriedade, demonstrando capacidade no momento da realização do ato. Mesmo que posteriormente tenha voltado a consumir álcool e sido interditado, o fato de ter realizado o testamento em um período de lucidez e sobriedade é relevante. Portanto, como juiz(a), considerando que Everton estava sóbrio no momento da realização do testamento e que não há indícios de que tenha sido coagido ou induzido a realizar o ato, eu manteria a validade do testamento público por ter sido realizado em conformidade com os requisitos legais de capacidade do agente no momento da sua lavratura.

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