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.523), que o art. 25 da Lei das Contravenções Penais não foi recepcionado pela Constituição. Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado,...

.523), que o art. 25 da Lei das Contravenções Penais não foi recepcionado pela Constituição. Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima. Apenas o ser humano pode praticar condutas penalmente relevantes (salvo pessoas jurídicas em crimes ambientais. Apenas a conduta voluntária interessa ao Direito Penal (vontade é elemento do dolo, que é elemento da conduta no finalismo). Apenas os atos exteriorizados no mundo ingressam no conceito de conduta (a mera cogitação não é punível). Segundo Nelson Hungria, o direito penal só pode agir quando a intenção criminosa sai do claustro psíquico do agente e se projeta no mundo. C) FORMAS DE CONDUTA: AÇÃO X OMISSÃO I. Crime comissivo (ação): É movimento corporal exterior, postura positiva. O agente infringe um tipo proibitivo, realizando a conduta vedada. II. Crime omissivo: Conduta de não fazer o que poderia ser feito, postura negativa. O agente deixa de agir de acordo com o determinado por lei. Obs.: Temos ainda os Crimes de conduta mista, que vimos nas classificações, que é aquele que possui uma parte inicial praticada por ação e uma parte final praticada por omissão (ex.: apropriação de coisa achada, art. 169, parágrafo único, II, CP). ● TEORIAS SOBRE A OMISSÃO: Naturalística: A omissão é fenômeno causal, sendo verdadeira espécie de ação. Quem se omite, FAZ efetivamente alguma coisa, por produzir resultado no mundo dos fatos. Normativa (Adotada no CP): A omissão é determinada pela lei. Só será relevante ao direito penal a omissão quando a lei impunha uma ação diante da inércia do agente. ESPÉCIES DE CRIMES OMISSIVOS: OMISSIVOS PRÓPRIOS (PUROS) OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (ESPÚRIOS / COMISSIVOS POR OMISSÃO) Dever genérico de agir (recai sobre todos indistintamente) – crimes comuns. Dever específico de evitar o resultado (recai sobre as pessoas do art. 13, §2º, CP – os “garantes”) – crimes próprios. Subsunção direta entre fato e norma. Omissão descrita no próprio tipo penal. Subsunção indireta entre fato e norma. O tipo descreve uma ação, mas a inércia do agente, descumprindo seu dever de agir (art. 13, §2º, CP), leva à produção do resultado naturalístico. NÃO admitem tentativa, são unissubsistentes. Admitem tentativa, são plurissubsistentes. Via de regra, são de mera conduta, mas o STF tem decisão dizendo que excepcionalmente podem ser materiais. Via de regra, são crimes materiais. Ex.: Omissão de socorro (art. 135, CP). Ex.: salva-vidas que, podendo, deixa de impedir um afogamento e a pessoa morre. Crimes de 'olvido' (ou de esquecimento) é o nome dado aos crimes omissivos impróprios culposos, ou seja, nos casos em que a omissão do garantidor ocorrer por culpa. Aproveitando o exemplo do afogamento, o salva-vidas não impediu aqui por estar beijando a namorada, por exemplo. Jurisprudência pertinente: O representante legal de sociedade empresária contratante de empreitada não responde pelo delito de desabamento culposo (art. 256, parágrafo único, do CP) ocorrido na obra contratada, quando não demonstrado o nexo causal, tampouco pode ser responsabilizado, na qualidade de garante, se não havia o dever legal de agir, a assunção voluntária de custódia ou mesmo a ingerência indevida sobre a consecução da obra. STJ. 6ª Turma. RHC 80.142-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 28/3/2017 (Info 601). CAIU NA PROVA DELEGADO - CEBRASPE – PCRJ – (2022) Durante a pandemia, Tadeu descumpriu levianamente regras determinadas pelas autoridades sanitárias, tendo frequentado festas e deixado de usar equipamentos de proteção individual em diversos momentos. Depois de apresentar sintomas de covid-19, buscou atendimento hospitalar. Ao ser avaliado pelo médico, Geraldo, verificou-se a necessidade de internação de Tadeu, com o uso de respirador artificial. Havia apenas um respirador na região, o qual foi disponibilizado a Tadeu. De acordo com o prognóstico médico, caso não fizesse uso do aparelho, Tadeu provavelmente morreria, mas com o tratamento adequado poderia obter plena recuperação em algumas semanas. Nesse mesmo dia, deu entrada no hospital, também vítima de covid-19, o paciente Jeferson, que havia adotado todas as precauções necessárias para evitar a contaminação, mas ainda assim contraíra o vírus. Seu quadro clínico é idêntico ao de Tadeu e o prognóstico é o mesmo. No entanto, não havia outro respirador artificial no hospital nem em unidades de saúde próximas, não existindo possibilidade de transferi-lo. A única solução seria retirar Tadeu do aparelho e submeter Jeferson ao tratamento, o que Geraldo se negou a fazer, oferecendo outros cuidados a Jeferson. Não obstante os esforços de Geraldo, Jeferson morreu em algumas horas, o que poderia ser evitado pelo uso do respirador. Nessa situação hipotética, Geraldo: A-responderá pelo resultado morte, pois a ponderabilidade da vida deve levar em consideração o contexto em que ocorreu a contaminação. B-não responderá pelo resultado morte, pois o dever de omissão prepondera sobre o dever de ação. C-não responderá pelo resultado morte, pois agiu sem potencial consciência da ilicitude de seu comportamento. D-não será punido pelo resultado morte, pois há uma hipótese de escusa absolutória determinada pela inevitabilidade do resultado em relação a um dos pacientes. E-responderá pelo resultado morte, pois a pessoa salva realizou a autocolocação em risco, devendo ter sido priorizado o atendimento ao outro paciente. COMENTÁRIO Questão complexa e de banca própria conforme é tradição nos concursos do Rio de Janeiro. Ao garantidor cabe agir quando é impelido pelo ordenamento jurídico, nos termos do § 2º, do artigo 13, do Código Penal, mas a sua atuação só pode-lhe ser exigida quando, no caso concreto, tiver meios para agir. No caso narrado, Geraldo não podia agir, na medida em que não havia recursos médicos disponíveis, não cabendo-lhe levar em consideração os motivos, causas e o contexto da contaminação do paciente que já estava sob os seus cuidados médicos. Alheia à discussão sobre a natureza jurídica da COLISÃO DE DEVERES (causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, estado de necessidade especial ou causa supralegal de excludente de ilicitude), o médico não responderá. Isso porque, independente da natureza jurídica adotada na colisão de deveres, é correto que o dever de omissão prepondera sobre o de ação. Ou seja, o médico não pode retirar o respirador de um paciente e colocá-lo no outro (deve se omitir), quando os dois bens jurídicos vida colidem. (...) Cabe, finalmente, consignar a colisão entre um dever de atuar e um dever de omitir-se, no caso de bens de mesma hierarquia. Nesta hipótese, goza de preferência o dever de omissão. Utilizando exemplo de Jescheck, um médico, encontrando conectada a uma única máquina de coração e pulmão de um hospital a um paciente sem esperança, poderia abster-se de retirá-la deste paciente para conectá-la a um ferido grave, recém-chegado, que tivesse boas expectativas de sobreviver. Para o autor, não se trata de nenhuma justificativa quanto ao dever de atuar infringido, mas sim de considerar os deveres como equivalentes. (...) (BIERRENBACH, Sheila de Albuquerque. Crimes omissivos impróprios. Belo Horizonte: Del Rey, 1996) Complementando sobre o tema: (...) De acordo com G. Jakobs, quando coincidirem um dever de conduta (mandamento) e um dever de omissão (proibição), este último prevale

A-responderá pelo resultado morte, pois a ponderabilidade da vida deve levar em consideração o contexto em que ocorreu a contaminação.
B-não responderá pelo resultado morte, pois o dever de omissão prepondera sobre o dever de ação.
C-não responderá pelo resultado morte, pois agiu sem potencial consciência da ilicitude de seu comportamento.
D-não será punido pelo resultado morte, pois há uma hipótese de escusa absolutória determinada pela inevitabilidade do resultado em relação a um dos pacientes.
E-responderá pelo resultado morte, pois a pessoa salva realizou a autocolocação em risco, devendo ter sido priorizado o atendimento ao outro paciente.

Essa pergunta também está no material:

Caderno de Doutrina (12)
367 pág.

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Respostas

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Na situação hipotética apresentada, Geraldo não responderá pelo resultado morte, pois o dever de omissão prepondera sobre o dever de ação. Portanto, a alternativa correta é: B) Não responderá pelo resultado morte, pois o dever de omissão prepondera sobre o dever de ação.

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