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Eleições 2. Alta Autoridade para a Comunicação Social A ADMINISTRAÇAO PERIFÉRICA Cumpre, primeiro, destacar que a administração periférica, mesmo q...

Eleições 2. Alta Autoridade para a Comunicação Social A ADMINISTRAÇAO PERIFÉRICA Cumpre, primeiro, destacar que a administração periférica, mesmo quando local, não pode ser confundida com a administração local autárquica. Esta é constituída por autarquias locais, ao passo que aquela é composta por órgãos e serviços do Estado, ou de outras pessoas colectivas públicas não territoriais. Definição: conjunto de órgãos e serviços de pessoas colectivas públicas que dispõem de competência limitada a uma área territorial restrita, e funcionam sob a direcção dos correspondentes órgãos centrais. Espécies que para este curso nos interessam: Órgãos e serviços locais do Estado e órgãos e serviços externos do Estado. Transferência dos serviços periféricos Regra geral, os serviços periféricos estão na dependência dos órgãos próprios da pessoa colectiva a que pertencem: os serviços periféricos do Estado são dirigidos por órgãos do Estado. Pode acontecer, todavia, que a lei, num propósito de descentralização, atribui a direcção superior de determinados serviços periféricos a órgãos de autarquias locais (fenómeno vulgar em Inglaterra mas não no nosso país). No caso português existe uma importante excepção: a transferência dos serviços periféricos para a dependência dos órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. A ADMINISTRAÇAO LOCAL DO ESTADO Assenta sobre três ordens de elementos: divisão do território, órgãos locais do Estado e serviços locais do Estado. Divisão do território É a ela que leva à demarcação de áreas, zonas ou circunscrições (circunscrições administrativas) que servem para definir a competência dos órgãos e serviços locais do Estado, que fica, assim, delimitada em razão de território. Existe a divisão militar e a divisão comum. Dentro da comum temos duas modalidades, a divisão administrativa do território para efeitos de administração local do Estado e outra para efeitos de administração local autárquica. Só nos interessa aqui a primeira, pois é nessas circunscrições administrativas que actuam os órgãos locais do Estado. Exemplo: repartições de finanças Órgãos locais do Estado São os centros de decisão dispersos pelo território nacional, mas habilitados por lei a resolver assuntos administrativos em nome do Estado, nomeadamente face a outras entidades públicas e aos particulares em geral. Nas diferentes circunscrições em que o território se encontra dividido, o Estado instala os seus serviços e põe à frente destes quem se encarregue de chefiá-los e de tomar decisões – são os órgãos locais do Estado. A tendência é para a sua criação, num propósito de desconcentração de poderes. Caracterizam-se por três elementos: são órgãos, são órgãos do Estado e têm uma competência meramente local. Surge, aqui, o conceito de Magistrados Administrativos O que são? São os órgãos locais do Estado que nas respectivas circunscrições administrativas desempenham a função de representantes do Governo para fins de administração geral e de segurança pública. Actualmente, a única categoria que existe ainda de magistrados administrativos, no nosso direito, é a de Governador Civil. a. Governador Civil A sua definição é de magistrado administrativo que representa o Governo na circunscrição distrital. A sua criação surge como algo de equiparado ao Prefeito no direito francês, no entanto, o Governador Civil manteve-se sempre apenas como um órgão político de representação local do Governo e não veio a evoluir para um órgão administrativo de coordenação de todas as administrações locais do Estado. Quais são as suas funções? A CRP faz uma referência, que algo incompleta, a este ponto, no art. 291º/3. As suas principais funções são: representação do Governo (informa o Governo do que de relevante a nível político se passa no distrito, executar as ordens deste e enviar-lhe os requerimentos, exposições e petições que sejam entregues no governo civil), tutela administrativa (fiscaliza a actividade das autarquias locais) e defesa da ordem pública (ele é a suprema autoridade policial do distrito). Serviços locais do Estado A ADMINISTRAÇAO ESTADUAL INDIRECTA Já sabemos que o Estado prossegue uma grande multiplicidade de fins: tem uma grande variedade de atribuições a seu cargo. A maior parte destes fins e atribuições é prosseguida de forma directa e imediata, ou seja, pela pessoa colectiva Estado e sob direcção do Governo. Há outros casos, porém, em que os fins do Estado não são prosseguidos dessa forma. Pode haver, e há, dentro do Estado, serviços que desempenham as suas funções com autonomia. São serviços do Estado, mas não dependem directamente das ordens do Governo, estão autonomizados, têm os seus próprios órgãos de direcção ou gestão, mas não são independentes. Estamos aqui perante a administração central descentralizada (caso da maior parte das escolas secundárias públicas). Há um outro grupo de serviços ou estabelecimentos que, para além de um grau maior de autonomia, têm personalidade jurídica. Passam a ser sujeitos de direito distintos da pessoa-Estado. Já não são o Estado, já não estão incorporados no Estado e já não integram o Estado. No entanto, está aqui, ainda, em causa a prossecução de fins ou atribuições do Estado, mas não por intermédio dele próprio, através de outras pessoas colectivas, distintas deste, ou seja, o Estado transfere-lhes algumas atribuições e alguns poderes (que continuam, no entanto, a ser, de raiz, do Estado). Qual a sua razão de ser? As necessidades do mundo actual levaram à conveniência de adoptar novas fórmulas de organização e funcionamento da Administração Pública, para melhor prossecução dos fins do Estado. Por isso o Estado cria estes centros autónomos (embora o grau de autonomia varie – pode atingir o nível máximo como as empresas públicas empresarias ou o nível mínimo, agindo como verdadeiras direcções-gerais do ministério a que respeitam, passando pela posição intermédia) de decisão e de gestão, descentralizando funções em organismos que recebem para o efeito toda uma série de prerrogativas que os erigem em entidades autónomas, com a sua personalidade jurídica, com o seu pessoal, com o seu orçamento, com o seu património e com as suas contas. Outros motivos podem, ainda, ser evocados: o de escapar às regras apertadas da contabilidade pública, proteger certas actividades em relação a interferências políticas, fugir ao controlo do Parlamento, alargar o intervencionismo do Estado, entre outros. Cumpre, ainda, frisar, que é característica essencial deste tipo de administração, a sua sujeição aos poderes de superintendência e de tutela do Governo (art. 199º CRP). Institutos Públicos Definição: pessoa colectiva pública, de tipo institucional, criada para assegurar o desempenho de determinadas funções administrativas de carácter não empresarial pertencentes ao Estado ou a outra pessoa colectiva pública. Diploma regulador: Lei-quadro dos Institutos Públicos Espécies de Institutos públicos: serviços personalizados, fundações públicas e estabelecimentos públicos. Serviços Personalizados “Serviços públicos de carácter administrativo a que a lei atribui personalidade jurídica e autonomia administrativa, ou administrativa e financeira” (art. 3º/1 e 2 LQIP). A lei dá-lhes personalidade jurídica e autonomia para poderem funcionar como se fossem verdadeiras instituições, no entanto não o são. Estes serviços são verdadeiramente departamentos do tipo “direcção-geral”. Exemplo Junta de Energia Nuclear Há ainda dentro destes uma sub-espécie: organismos de coordenação económica. Exemplo: Instituto do Vinho do Porto Fundações Públicas “Fundação que reveste natureza de pessoa colectiva” (art. 3º/1 e 2 LQIP). Trata-se, aqui, de patrimónios que são afectados à prossecução de fins públicos especiais. Exemplo: Fundo de Abastecimento (hoje já revogado) Estabelecimentos Públicos São os institutos públicos de carácter cultural ou social, organizados como serviços abertos ao público, e destinados a efectuar prestações individuais à generalidade dos cidadãos que delas careçam. As diferenças destes estabelecimentos públicos face às anteriores espécies são: pertencem ao organograma dos serviços centrais de um Ministério, assenta basicamente num património e é um estabelecimento aberto ao público e destinados a efectuar prestações individuais à generalidade dos cidadãos que delas careçam.

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Introdução ao Direito Administrativo
49 pág.

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