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ado a fazer prestações de carácter cultural ou social aos cidadãos. Exemplos: Universidades Públicas ou Hospitais do Estado. Empresas Públicas. Est...

ado a fazer prestações de carácter cultural ou social aos cidadãos. Exemplos: Universidades Públicas ou Hospitais do Estado. Empresas Públicas. Esta é uma matéria cuja importância tem vindo a crescer, sobretudo a seguir à 2ª Guerra Mundial, em que o Estado ganhou um maior poder interventivo. Sector Empresarial do Estado (SEE). Nasceu, na sua configuração actual, sob o signo das nacionalizações (importa notar que apesar de todas as empresas nacionalizadas serem empresas públicas nem todas as empresas públicas são empresas nacionalizadas). Há três fases que importa distinguir na evolução histórica das empresas públicas no nosso país: antes do 25 de Abril de 74 (eram poucas), de 25 de Abril de 74 até 99 (muitas empresas privadas foram nacionalizadas, outras foram criadas ex novo) e de 99 em diante (com a entrada de Portugal para a CEE, com a moda das privatizações com a aplicação na ordem interna das directivas comunitárias e dos mecanismos de defesa do consumidor e da concorrência, a situação modifica-se por completo). Há três espécies de empresas que fazem parte do Estado: a. Empresas públicas sob forma privada. São sociedades controladas pelo Estado. Caracterizam-se pela sua subordinação à influência dominante do Estado, ou de outras entidades públicas, a qual pode resultar, quer da maioria do capital, quer da existência de direitos especiais de controlo. b. Empresas públicas sob forma pública. Também chamadas de entidades públicas empresariais, são pessoas colectivas públicas. Têm direcção e capitais públicos. c. Empresas privadas participadas pelo Estado. Não são empresas públicas, mas integram o SEE. Não interessam para o nosso estudo. Conceito de empresa pública. Definição: organizações económicas de fim lucrativo, criadas e controladas por entidades jurídicas públicas. O que é uma empresa? Há diversas definições para este conceito. Para este caso vamos recorrer ao conceito de unidade de produção, ou seja, as organizações de capitais, técnica e trabalho, que se dedicam à produção de determinados bens ou serviços, destinados a ser vendidos no mercado mediante um preço. Ora, se as unidades de produção funcionam de modo a prosseguir o lucro, ainda que não o consigam, se têm um fim lucrativo, são empresas. Quanto à autonomia: o actual estatuto das empresas públicas reconhece implicitamente o traço característico de as empresas públicas serem dotadas de personalidade e autonomia. Umas são sociedades, dotadas de personalidade jurídica privada, outras são pessoas colectivas públicas. Quanto à designação: as empresas públicas que revistam forma jurídica privada serão denominadas como sociedades anónimas (S.A.), se revestirem forma jurídica pública são entidades públicas empresariais (E.P.E.). As empresas públicas, como de resto também os institutos públicos, estão sujeitas à intervenção do Governo, que reveste as modalidades da superintendência e da tutela (económica e financeira). Este pode definir a orientação estratégica de cada empresa pública, isto é, definir os objectivos a atingir e os meios e modos a empregar para tal (note-se que o mesmo não acontece com as autarquias locais – administração autónoma). A regra geral, no nosso país, é que estas empresas públicas, embora muitas vezes administradas por uma direcção pública e sempre sujeitas a um apertado controlo público, aplicam em princípio, na sua actividade, o princípio da gestão privada e o direito privado. Motivos de criação de empresas públicas: a. Domínio de posições-chave na economia. b. Modernização e eficiência da Administração. c. Aplicação de uma sanção política. d. Execução de um programa ideológico. e. Necessidade de um monopólio. A ADMINISTRAÇÃO AUTÓNOMA. A Administração Autónoma é aquela que prossegue interesses públicos próprios das pessoas que a constituem e por isso se dirige a si mesma, definindo com independência a orientação das suas actividades, sem sujeição a hierarquia ou a superintendência do Governo. Ela, ao contrário da administração indirecta (que prossegue as atribuições do Estado), prossegue interesses públicos próprios. Dirige-se a si mesma, apresentando-se como um fenómeno de auto-administração: são os seus próprios órgãos que definem com independência a orientação das suas actividades, sem estarem sujeitos a ordens ou instruções, nem a directivas ou orientações do Governo. Enquanto que a administração directa do Estado, central ou local, depende sempre hierarquicamente do Governo, e a administração estadual indirecta está sujeita, em princípio, à superintendência do Governo, a administração autónoma não deve obediência a ordens ou instruções do Governo, nem tão-pouco a quaisquer directivas ou orientações dele emanadas. O único poder que constitucionalmente o Governo pode exercer sobre a administração autónoma é o poder de tutela (artigo 199º d), 229º/4 e 242º CRP), que é um mero poder de fiscalização ou controlo, que não permite dirigir nem orientar as entidades a ele submetidas. Existem três espécies de entidades públicas que desenvolvem uma administração autónoma: as associações públicas, as autarquias locais e as regiões autónomas (embora numa posição muito especial). As primeiras são entidades de tipo associativo, as segundas e terceiras são pessoas colectivas de população e território. Em comum têm o facto de em todas elas haver um substrato humano (todas são agrupamentos de pessoas). Associações Públicas. Uma associação é uma pessoa colectiva constituída pelo agrupamento de várias pessoas singulares ou colectivas que não tenha por fim o lucro económico dos associados (se o tivesse, seria uma sociedade) – artigos 157º e 167º do Código Civil. A maior parte das associações são entidades privadas. Mas em relação a algumas associações a lei cria ou reconhece com o objectivo de assegurar a prossecução de certos interesses colectivos, chegando mesmo a atribuir-lhes para o efeito um conjunto de poderes públicos ao mesmo tempo que as sujeita a especiais restrições de carácter público. Estas associações têm ao mesmo tempo natureza associativa e de pessoas colectivas públicas, daí a denominarem-se de associações públicas. Definição: pessoas colectivas públicas, de tipo associativo, destinadas a assegurar autonomamente a prossecução de determinados interesses públicos pertencentes a um grupo de pessoas que se organizam com esse fim. Enquanto que os institutos públicos e as empresas públicas têm um substrato de natureza institucional e existem para prosseguir interesses públicos do Estado, as associações públicas têm um substrato de natureza associativa e prosseguem interesses públicos próprios das pessoas que as constituem. Há, ainda, uma diferença relevante entre estas associações e as empresas públicas, elas não têm por fim o lucro. Elas caracterizam-se pela sua heterogeneidade quanto ao tipo de associado, quanto às origens históricas e quanto aos fins prosseguidos: existem associações públicas de entes públicos, associações públicas de entes privados e, simultaneamente, entidades públicas e privadas. Não existe um diploma legal que regule as associações públicas no seu conjunto. No entanto, como pessoas colectivas que são há um grande conjunto de regras e princípios constitucionais que a elas se aplicam, tais como: princípio da conformidade dos actos com a CRP (3º/3 CRP); vinculação ao regime dos direitos, liberdades e garantias (18º/1 CRP); direito dos particulares de poderem aceder aos tribunais para defesa dos seus direitos (20º CRP), princípio da responsabilidade civil por violação dos direitos dos particulares (22º CRP); fiscalização das suas finanças pelo Tribunal de Contas (214º CRP); submissão a todos os princípios constitucionais sobre organização ou actividade administrativa (267º e 267º CRP) e a todos os direitos constitucionais dos particulares (268º CRP), entre outros. O recurso ao direito privado é, também aqui, crescente. Estas entidades actuam segundo regras de direito público quando pretendem agir perante os seus associados, ou mesmo terceiros, munidas de poderes de autoridade, e quando desenvolvem actividades instrumentais seguem, normalmente, o direito privado. Associações públicas de entidades públicas. São entidades que resultam da associação, união ou federação de entidades públicas menores e, especialmente, de autarquias locais. Nos últimos anos têm se desenvolvido e multiplicado de uma forma muito intensa. Nestes casos a leis entrega a uma associação de pessoas privadas a prossecução de um interesse público destacado de uma entidade pública de fins múltiplos, o Estado, e coincidente com os interesses particulares desses mesmos sujeitos.

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Introdução ao Direito Administrativo
49 pág.

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