Importante é o papel de profissionais assistentes sociais que têm o seu projeto ético-político alicerçado em princípios que lutam por uma nova ordem societária sem dominação, exploração de classe, raça/cor/etnia e gênero. Importa, ademais, destacar que a escola, muitas vezes, precisa “libertar- se da escola” e não ficar “presa” somente em seu espaço físico, como destaca o pesquisador português António Nóvoa (2014). Ir para além vai permitir um acolhimento mais humanizado, pois, ao conhecer a realidade e a diversidade do seu território, a resposta a todos/as alunos/alunas será amplamente qualificada. O espaço público da educação, ao ir para além da escola, vai permitir a existência de uma cidade mais acolhedora, aumentando sua responsabilidade social com temáticas que precisam ser problematizadas, como gravidez na adolescência, uso de drogas, doenças sexualmente transmissíveis, racismo, xenofobia, homofobia que hoje estão sendo responsabilidade apenas das escolas. A pandemia - COVID 19 explanou a realidade mais profunda da sociedade brasileira, exigiu distanciamento social, reforçou-se pela utilização da tecnologia, o que pode, por um lado, qualificar a formação, democratizando-a, mas, por outro, ampliar a distância entre setores da sociedade com poderes aquisitivos distintos, limitando o acesso ao conhecimento para setores que vivem às margens da sociedade. Um dos desafios mais recentes das/os assistentes sociais, para que possam contribuir com a transformação de realidade, é problematizar e promover a inclusão digital junto à política de educação, que é uma nova realidade, mas sempre pautando as contradições, as limitações e a importância do ensino presencial em contraponto à aprendizagem somente por plataformas, a qual pode produzir, muitas vezes, apenas uma “relação consumista da educação”, como também discute Nóvoa. Porém, deve-se também entender, como aborda Demo (2007), que o acesso tecnológico é um fator preponderante para a inclusão social, mesmo que a tecnologia não determine a sociedade, tem relação direta na complexidade, dinamicidade e ambivalência das relações. Diante de tudo isso, é que se faz necessário pautar o debate sobre o Serviço Social na educação, pois essa é uma área que tem como compromisso lutar pelos direitos sociais, dentre esses, a inclusão escolar; compreendendo, para isso, a importância de um redimensionamento na educação escolar brasileira para além de uma sociabilidade burguesa adaptadora que, muitas vezes, é reforçada pela desigualdade virtual. Então, o desafio está lançado para as/os assistentes sociais na educação, já que uma das questões prementes a essas/esses profissionais é no sentido de contribuir não só para o acesso e permanência à escola, como também, para a universalização do acesso de base às tecnologias digitais, tanto de estudantes, como de docentes. Desejo uma excelente leitura, pois sabemos o quanto a discussão proposta neste livro será útil e vai colaborar com o trabalho de qualificação de profissionais que atuam em lócus educacionais.