Tentei ler sobre isso, mas não entendi. Como se calcula o valor de uma empresa?
Maria Cipriani
Há mais de um mês
Avaliar financeiramente uma empresa é um exercício que exige conhecimentos técnicos, estratégicos e específicos de cada indústria e da empresa analisada, e cujos resultados podem variar de analista para analista, por não existir uma forma definitiva de executá-la.
Um dos métodos teóricos mais utilizados para a avaliação de valor de empresas (comumente chamado de Valuation) é o do Fluxo de Caixa Descontado (DCF, do inglês “Discounted Cash Flow”), reconhecido na prática como o que mais apropriadamente traduz o valor econômico de uma empresa. Queremos aqui apresentar apenas uma idéia geral das etapas de um estudo de Valuation, procurando explicar a lógica do processo e evitando aspectos técnicos mais aprofundados.
O valor de uma empresa constitui-se basicamente de sua capacidade de geração de Caixa Livre futuro, ano após ano. Assim sendo, o valor de ativos, marcas, patentes, histórico, credibilidade de marca, etc. somente possuem valor efetivo à medida que possam reverter-se em lucros futuros. É isto que o DCF busca projetar e avaliar.
A primeira etapa do DCF consiste na projeção do comportamento futuro dos parâmetros econômicos básicos da empresa, como Faturamento, EBITDA (do inglês “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, ou LAJIDA – “Lucro Antes de Juros, Imposto, Depreciação e Amortização”) e Lucro Líquido. Para isso, adota-se um período de longo prazo para a projeção, dividindo-se então essa projeção futura em dois períodos:
O objetivo destas projeções é o de calcular-se, ano a ano, o Fluxo de Caixa Livre (FCL). Para obtê-lo, começamos com a projeção do EBITDA a partir de um crescimento na base de faturamento. A partir daí descontamos as despesas financeiras, com depreciação e amortização e subtraímos os impostos calculados sobre esse lucro. Após a obtenção do Lucro Líquido, fazemos a reinserção da amortização/depreciação e descontamos os investimentos previstos.
Para podermos traduzir esta capacidade de geração de Caixa Livre futuro em um único número, descontamos os valores futuros a uma determinada taxa de desconto para trazermos o valor de Caixa Livre de todos os anos a Valor Presente. Obviamente esta taxa de desconto adequada ao negócio tem alto impacto no Valor Presente, e portanto uma metodologia é necessária para se utilizar a taxa mais apurada possível. Utilizamos o WACC (“Weighted Average Cost of Capital”), vide comentário ao final deste artigo.
Temos assim o Valor Presente do Fluxo de Caixa Livre no horizonte de projeção. Precisamos fazer o mesmo processo com o valor residual.
O método mais usual para o cálculo do valor residual é o método da perpetuidade, que calcula o valor residual como sendo o valor presente de um fluxo de caixa considerado padrão, que é perpetuado após o último ano de projeção.
O valor residual na data do último fluxo projetado é dado pela fórmula:
Valor Residual = Fluxo de Caixa Livre / (WACC – g)
Onde:
g = taxa de crescimento
Agora que temos os valores presentes do Fluxo de Caixa e também do valor residual, a terceira etapa é o cálculo do valor da empresa, determinado pela seguinte fórmula:
EV = VPfcl + VPp
Onde:
EV = Enterprise Value ou Valor da Empresa
VPfcl = Valor Presente do Fluxo de Caixa Livre no horizonte de projeção
VPp = Valor Presente do Valor Residual, após o horizonte de projeção
De posse então do Valor da Empresa ou Enterprise Value (EV), partimos para a última etapa, onde podemos determinar qual o valor do Equity (Equity Value), ou seja, o “valor final” da empresa.
Esse valor é calculado da seguinte forma:
Equity Value = EV – Dívida Liquida
Onde a Dívida Líquida é o endividamento total da empresa menos o caixa disponível e outros equivalentes de caixa (se aplicável);
Desta forma chega-se ao Valuation da empresa utilizando-se do método do Fluxo de Caixa Descontado. Vale lembrar que este é apenas um valor teórico, que servirá de referência e base para o entendimento de valor.
Avaliar financeiramente uma empresa é um exercício que exige conhecimentos técnicos, estratégicos e específicos de cada indústria e da empresa analisada, e cujos resultados podem variar de analista para analista, por não existir uma forma definitiva de executá-la.
Um dos métodos teóricos mais utilizados para a avaliação de valor de empresas (comumente chamado de Valuation) é o do Fluxo de Caixa Descontado (DCF, do inglês “Discounted Cash Flow”), reconhecido na prática como o que mais apropriadamente traduz o valor econômico de uma empresa. Queremos aqui apresentar apenas uma idéia geral das etapas de um estudo de Valuation, procurando explicar a lógica do processo e evitando aspectos técnicos mais aprofundados.
O valor de uma empresa constitui-se basicamente de sua capacidade de geração de Caixa Livre futuro, ano após ano. Assim sendo, o valor de ativos, marcas, patentes, histórico, credibilidade de marca, etc. somente possuem valor efetivo à medida que possam reverter-se em lucros futuros. É isto que o DCF busca projetar e avaliar.
A primeira etapa do DCF consiste na projeção do comportamento futuro dos parâmetros econômicos básicos da empresa, como Faturamento, EBITDA (do inglês “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, ou LAJIDA – “Lucro Antes de Juros, Imposto, Depreciação e Amortização”) e Lucro Líquido. Para isso, adota-se um período de longo prazo para a projeção, dividindo-se então essa projeção futura em dois períodos:
O objetivo destas projeções é o de calcular-se, ano a ano, o Fluxo de Caixa Livre (FCL). Para obtê-lo, começamos com a projeção do EBITDA a partir de um crescimento na base de faturamento. A partir daí descontamos as despesas financeiras, com depreciação e amortização e subtraímos os impostos calculados sobre esse lucro. Após a obtenção do Lucro Líquido, fazemos a reinserção da amortização/depreciação e descontamos os investimentos previstos.
Para podermos traduzir esta capacidade de geração de Caixa Livre futuro em um único número, descontamos os valores futuros a uma determinada taxa de desconto para trazermos o valor de Caixa Livre de todos os anos a Valor Presente. Obviamente esta taxa de desconto adequada ao negócio tem alto impacto no Valor Presente, e portanto uma metodologia é necessária para se utilizar a taxa mais apurada possível. Utilizamos o WACC (“Weighted Average Cost of Capital”), vide comentário ao final deste artigo.
Temos assim o Valor Presente do Fluxo de Caixa Livre no horizonte de projeção. Precisamos fazer o mesmo processo com o valor residual.
O método mais usual para o cálculo do valor residual é o método da perpetuidade, que calcula o valor residual como sendo o valor presente de um fluxo de caixa considerado padrão, que é perpetuado após o último ano de projeção.
O valor residual na data do último fluxo projetado é dado pela fórmula:
Valor Residual = Fluxo de Caixa Livre / (WACC – g)
Onde:
g = taxa de crescimento
Agora que temos os valores presentes do Fluxo de Caixa e também do valor residual, a terceira etapa é o cálculo do valor da empresa, determinado pela seguinte fórmula:
EV = VPfcl + VPp
Onde:
EV = Enterprise Value ou Valor da Empresa
VPfcl = Valor Presente do Fluxo de Caixa Livre no horizonte de projeção
VPp = Valor Presente do Valor Residual, após o horizonte de projeção
De posse então do Valor da Empresa ou Enterprise Value (EV), partimos para a última etapa, onde podemos determinar qual o valor do Equity (Equity Value), ou seja, o “valor final” da empresa.
Esse valor é calculado da seguinte forma:
Equity Value = EV – Dívida Liquida
Onde a Dívida Líquida é o endividamento total da empresa menos o caixa disponível e outros equivalentes de caixa (se aplicável);
Desta forma chega-se ao Valuation da empresa utilizando-se do método do Fluxo de Caixa Descontado. Vale lembrar que este é apenas um valor teórico, que servirá de referência e base para o entendimento de valor.
Rodrigo Salvador
Há mais de um mês
Vou tentar simplificar ainda mais...
Para startups: não tem fórmula. De verdade. Venda bem o seu produto para os investidores e/ou possível compradores!
Para empresas de maior porte (especialmente aquelas com capital aberto): encontre a receita anual da empresa. Na maioria dos casos, o valor de mercado da empresa será em torno de 3 vezes a receita anual dela. Podemos usar isso como uma média. Obviamente, há os outliers. Algumas empresas - especialmente as que trabalham com alta tecnologia - tem o valor de mercado maior que 3 vezes a receita anual. A Google, por exemplo, tem uma uma receita anual de $29 bilhões em 2010 e um valuation de $185 bilhões. Ou seja, mais de 6 vezes o valor da sua receita anual.
Se você quiser entrar mais a fundo, procure métodos de valuation mais complexos. Se você quiser entender o básico, essa resposta é um bom começo :)
Estudante PD
Há mais de um mês
Utilize esta ferramenta online: http://www.ozai.com.br/business-valuation