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Um dos principais desafios indicados por pesquisadores com relação ao melhoramento genético na espécie bovina tem sido a avaliação genética dos animais. Afinal, é baseando-se nesse valor que teremos o ganho genético atingido nas gerações futuras. A partir desse contexto, julgue os itens a seguir e marque a alternativa correta.
I. A avaliação genética pelo pedigree do animal não é recomendada para bovinos, pois possui baixa acurácia e é de difícil aplicação.
II. As DEPs se baseiam nas informações apenas geradas pelos ascendentes do animal a ser avaliado e não é muito aplicada no melhoramento devido à baixa eficiência.
III. A avaliação pelo desempenho animal, pedigree e progênie é a forma mais completa de chegarmos a uma estimativa do valor genético animal.

A Apenas os itens I e II estão corretos.
B Apenas o item III está correto.
C Apenas o item I está correto.
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Questões para Estudantes

ano passado

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ano passado

Vamos analisar cada afirmativa: I. A avaliação genética pelo pedigree do animal não é recomendada para bovinos, pois possui baixa acurácia e é de difícil aplicação. Falso. O pedigree é uma ferramenta importante na avaliação genética de bovinos, pois fornece informações sobre a ascendência do animal, permitindo estimar seu valor genético com certa precisão. II. As DEPs se baseiam nas informações apenas geradas pelos ascendentes do animal a ser avaliado e não é muito aplicada no melhoramento devido à baixa eficiência. Falso. As DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie) são amplamente utilizadas no melhoramento genético bovino, pois são capazes de estimar o valor genético do animal com base em informações de seus ascendentes e descendentes. III. A avaliação pelo desempenho animal, pedigree e progênie é a forma mais completa de chegarmos a uma estimativa do valor genético animal. Verdadeiro. A avaliação combinada do desempenho do animal, informações de pedigree e progênie é considerada a abordagem mais completa e precisa para estimar o valor genético de um animal. Portanto, a alternativa correta que contém todos os itens verdadeiros é: B) Apenas o item III está correto.

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Melhoramento genético animal
Prof.ª Marina Jorge de Lemos

Descrição
A compreensão do melhoramento genético em animais de produção e de companhia.

Propósito
Compreender o melhoramento genético animal, seus métodos e as metodologias, é importante para o profissional médico-veterinário, pois auxiliará na sua atuação tanto em sala de aula quanto no campo, com relevância no aumento da produtividade animal, entre outros.

Objetivos
Módulo 1
Melhoramento genético de ruminantes
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em ruminantes.

Módulo 2
Melhoramento genético de aves e suínos
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em aves e suínos.

Módulo 3
Melhoramento genético de peixes
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em peixes.

Módulo 4
Melhoramento genético de animais de companhia
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em animais de companhia.

Introdução
O conhecimento sobre a importância e aplicação do melhoramento genético animal, assim como a compreensão dos caracteres desejados de diferentes espécies, é um aspecto importante para diversas áreas de estudo, como produção de ruminantes, de aves e suínos, de peixes e criação de animais de companhia.

Por meio do melhoramento genético é possível reduzir a incidência de doenças genéticas, aumentar a rusticidade e resistência a doenças, além de aumentar a produtividade animal, por exemplo, a fim de atender ao mercado extremamente competitivo no Brasil.

Neste conteúdo, entenderemos os métodos e as técnicas do melhoramento genético de animais de produção, como ruminantes, suínos, aves e peixes. Por fim, veremos as metodologias utilizadas em animais de companhia, como cães e gatos.

1 - Melhoramento genético de ruminantes
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em ruminantes.

Importância e aplicação do melhoramento de ruminantes
É um grande desafio para os produtores de ruminantes estabelecerem seus sistemas de produção no Brasil, um país reconhecido por sua grande dimensão territorial e ampla variedade climática e de manejo nos rebanhos comerciais.

Atenção!
Entre os ruminantes de importância econômica podemos citar os bovinos, tanto de corte quanto de leite. No ramo de produção de carne, o Brasil ocupa lugar de destaque como um dos maiores produtores e exportadores do mundo.
A bovinocultura brasileira teve seu início na colonização, com a introdução de espécimes da Península Ibérica. Esses animais, inicialmente, eram utilizados para trabalho, devido à sua força, e também para transporte, principalmente de madeira. Os bovinos foram importantes na exploração do país, pois foi com esses animais que expandimos as fronteiras.
Os animais de origem europeia tiveram, portanto, papel fundamental para sobrevivência e consolidação do Brasil Colônia. Porém, com o passar do tempo, observou-se que o clima tropical exerceu efeito negativo sobre os animais, com consequente redução do seu desempenho.
As raças europeias, como Holandesa e Jersey, para leite, e Angus e Hereford, para corte, quando em condições de criação semelhantes às de países de clima temperado, ambientes aos quais elas estão adaptadas, são capazes de expressar seu máximo potencial de produção. Veja as raças:
Raça Holandesa.
Raça Jersey.
Raça Angus.
Raça Hereford.
Observe a seguir a evolução histórica da demanda por animais produtivos nos séculos XIX e XX:
Final do século XIX e início do XX
Entre o final do século XIX e o início do século XX, observou-se uma crescente demanda por animais mais produtivos, o que fez com que as raças zebuínas fossem introduzidas no Brasil. As raças zebuínas são consideradas as responsáveis pela primeira grande revolução na pecuária do país, tanto de corte quanto de leite. Ao realizar o cruzamento entre as raças zebuínas e europeias, foi observado resultado satisfatório de produção, provocando uma grande expectativa em relação às raças zebuínas, animais que cresceram em número e se espalharam pelo Brasil e por vários outros países da América do Sul.
Nesse período, no Brasil, teve início a criação orientada para produção comercial, com grandes importações de gado oriundo da Índia. O melhoramento observado na época era voltado para realização de uma seleção sem embasamento científico, objetivando principalmente a fixação de caracteres desejados e à formação de raças puras.
Caracteres desejados no melhoramento de ruminantes
De um modo geral, os fenótipos ou características dos animais podem ser classificadas como quantitativas e qualitativas.
Fenótipos
Fenótipo é a expressão dos genes e resulta em características morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, entre outras, num organismo.
Metade do século XX
Na metade do século XX, o Brasil já possuía um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, mas o país precisava importar alimento para atender a demanda nacional, devido à baixa produtividade e qualidade.
Características qualitativas
Podem ser definidas como características que não conseguimos mensurar numericamente, mas as quais podemos classificar. Dentro das características qualitativas, observamos também, de maneira geral, poucos genes envolvidos na sua expressão, além de pouco ou nenhum efeito ambiental sobre ela. São características qualitativas: ausência e presença de chifres, cor de pelagem, formato do chanfro e de pescoço, entre outras.
Características quantitativas
São aquelas que podem ser mensuradas numericamente, como a produção de leite, por exemplo, que possui uma unidade de medida em litros ou quilos. De modo geral, as características quantitativas são influenciadas por vários genes em vários loci e possuem grande influência do ambiente. Outros exemplos, além da produção de leite, são todas as características métricas, como medidas corporais, peso etc.
Dentro da bovinocultura de corte, o foco principal dos programas de melhoramento genético está nas características quantitativas ligadas ao peso animal e ganho de peso diário, à precocidade para atingir determinado peso, ao rendimento de carcaça e à qualidade da carne, com atributos como maciez e porcentagem de gordura na carne.
Em relação à bovinocultura de leite, as principais características que possuem grande impacto econômico e representam a base dos principais programas de melhoramento são produção de leite por ciclo produtivo, intervalo entre partos, precocidade para atingir maturidade sexual, longevidade produtiva e características relacionadas à qualidade do leite, como porcentagens de gordura, lactose, proteína e sólidos totais.
Como a criação de bovinos no Brasil, tanto de corte quanto de leite, possui predominância no sistema extensivo, os animais são criados com pouco ou nenhum controle do ambiente.
Nesse sistema, os animais são criados sem tecnologia associada e as características quantitativas, mais afetadas pelo ambiente, podem ser influenciadas. Os animais taurinos e zebuínos, utilizados na bovinocultura brasileira, respondem de forma diferente a esse sistema, principalmente devido à sua genética. Confira!
Gado taurino
Pertencente à subespécie Bos taurus taurus, é típico de região temperada com estações climáticas bem definidas. Evoluiu naturalmente em condições de abundância hídrica e alimentar, na ausência de contato com parasitas e doenças típicos da região tropical.
Esse gado – mesmo possuindo ótimo potencial genético produtivo, com altos índices de ganho de peso, precocidade, rendimento de carcaça, produção e qualidade do leite e qualidade da carne – quando criado a campo, possui sua produção afetada, pois não apresenta rusticidade, nem resistência a parasitas e doenças típicos de clima tropical.
Gado Zebu
Pertencente à subespécie Bos taurus indicus, é típico de região tropical com estações bem definidas e grande

Variedade climática. Evoluiu em condições totalmente contrastantes com aquelas do gado europeu, contando com escassez alimentar e hídrica, em ambientes com alto desafio sanitário, em contato com parasitas e doenças tropicais. Esse gado possui características como resistência e rusticidade, adapta-se bem às diferentes condições climáticas, alimentares, de topografia etc. Quando comparamos as raças zebuínas com as europeias, as primeiras não são tão produtivas quanto as segundas, contudo, adaptam-se bem às nossas condições climáticas. Veja as raças zebuínas Nelore, Guzerá e Gir: Raça Nelore. Raça Guzerá. Raça Gir. O desejado, portanto, são a rusticidade e a resistência do gado Zebu e as características ligadas à maior produção do gado europeu. Com esse pensamento, os principais programas de melhoramento genético surgiram. Métodos e técnicas no melhoramento de ruminantes. Duas são as ferramentas utilizadas para se promover o melhoramento genético animal: a seleção artificial e o acasalamento: Seleção artificial. É o processo de escolha que indica quais animais de uma geração se tornarão pais da próxima geração, ou seja, podemos entender seleção como a escolha dos melhores animais de uma geração que serão pais da geração subsequente. Acasalamento. Termo bastante amplo que para os animais domésticos, com finalidade comercial, é de suma importância quando resulta em concepção, gestação e nascimento de filhos. Dessa maneira, o acasalamento é um elemento complementar essencial no processo de seleção (EUCLIDES FILHO, 2009). Seleção artificial. A seleção tem como objetivo a melhoria e/ou fixação de alguma característica de importância, o que significa que possui a finalidade de aumentar a frequência de genes favoráveis na população. A seleção envolve a escolha dos animais com melhores genótipos por meio dos melhores fenótipos. Para isso, a variação das diferentes características na população é fundamental, pois se não houvesse variação não seria possível selecionar (todos os animais seriam iguais), nem obter ganhos genéticos. É importante ressaltar que a seleção, mesmo possibilitando a mudança da frequência gênica da população, com aumentos dos genes favoráveis, não permite a criação de novos genes. Existem diferentes tipos de técnicas de seleção nos programas de ruminantes, como a seleção baseada em pedigrees, na aparência visual, em resultados de testes de desempenho e em valores genéticos (DEPs – diferenças esperadas na progênie). Veja! A seleção baseada em informações de pedigree pode ser utilizada quando necessitamos obter maior segurança na informação animal ou quando o animal é muito jovem, além das situações em que as características que desejamos melhorar são limitadas pelo sexo ou quando não podem ser medidas diretamente no animal. O pedigree não deve ser ignorado pelos selecionadores, pois é por meio dele que se evita a prática de endogamia nos acasalamentos e, por conseguinte, o aumento da consanguinidade do rebanho. Já está comprovado que o aumento da consanguinidade tem efeito negativo na produtividade do rebanho. Quando nos baseamos na aparência visual para a seleção, a população animal é dividida em grupos de acordo com sua finalidade, como padrões raciais e padrões para exposições, que normalmente não estão relacionadas com produtividade e funcionalidade. Os padrões raciais são extremamente relevantes, com intuito de diferenciar os valores genéticos dos animais, já os padrões voltados para as exposições apresentam pouco valor genético. A seleção baseada em resultados de teste de desempenho está relacionada diretamente à avaliação animal para determinadas características produtivas, como ganho de peso, por exemplo. Para que ocorra a correta medição de desempenho é formado o que chamamos grupo de animais contemporâneos, que inclui animais de idade semelhante e submetidos a um mesmo manejo; dessa maneira, há maior facilidade na coleta de dados com menor erro, e há garantia de menor interferência do ambiente sobre os diferentes animais. Na seleção baseada em valores genéticos, os dados de desempenho coletados dos animais são utilizados para determinar os seus valores genéticos, ou seja, as diferenças esperadas na progênie (DEPs), que nada mais são que a metade do valor genético dos animais. Essa metade corresponde à parcela que cada animal contribui na carga genética do seu descendente. Vamos entender melhor as DEPs! DEP é a previsão da diferença esperada entre a performance média da futura progênie de um indivíduo e a performance de um animal referência teórico com DEP de valor zero. Por exemplo, para um touro A que possui DEP de +1,5kg para peso ao nascimento, espera-se que sua progênie seja em média 1,5kg mais pesada que a progênie do touro referência com DEP assumida para peso ao nascimento igual a zero. Podemos esperar que o touro A produza bezerros 2,5kg mais leves que um touro com DEP +4,0 (4,0 – 1,5 = 2,5). As DEPs são designadas com a finalidade de comparar os animais e são calculadas por meio da utilização de procedimentos estatísticos correspondentes a uma categorial geral chamada Best linear unbiased prediction (BLUP) ou, em português, melhor previsão linear não viesada. Entenda: Análise e vantagens das DEPs. Essas análises adequam os valores das informações disponíveis sobre um indivíduo e seus parentes, utilizados nas análises. O uso das DEPs tem como vantagem em relação a outras análises para seleção, como o teste de desempenho, a possibilidade de comparar indivíduos entre rebanhos diferentes. Comparação e teste de desempenho. Essa comparação só é possível porque para os cálculos das DEPs são utilizadas informações disponíveis dos animais, tanto de pedigree quanto da performance individual e das progênies. Já o teste de desempenho se baseia apenas nos resultados individuais dos animais. Portanto, as DEPs são as melhores previsões que podem ser feitas sobre mérito genético dos indivíduos e é baseado nelas que os criadores podem definir os objetivos de seleção de seus rebanhos. Acasalamento. Os diferentes tipos de acasalamento também são muito importantes nos programas de melhoramento de ruminantes, entre eles podemos citar a exogamia e a endogamia. Exogamia. A exogamia ou cruzamento é o acasalamento que ocorre entre animais de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura. Os produtos do cruzamento são denominados de mestiços, já o acasalamento entre mestiços é denominado de mestiçagem. Um dos efeitos da exogamia é o aumento da heterozigose, permitindo a inibição de manifestação de genes recessivos que geralmente tem efeito deletério. Entenda seus objetivos a seguir: Entre os cruzamentos utilizados na bovinocultura podemos citar o cruzamento contínuo ou absorvente, que utiliza duas raças diferentes, no qual a raça “que se deseja apurar” absorve a outra raça utilizada, pelo uso contínuo de reprodutores, gerando os animais puros por cruza (PC). Como exemplo, podemos citar o cruzamento entre as raças Simental e Nelore. Veja! Exemplo Simental X Nelore F1 – ½ Simental ½ Nelore x Simental F2 – ¾ Simental ¼ Nelore x Simental F3 – ⅞ Simental ⅛ Nelore x Simental F4 – ¹⁵⁄₁₆ Simental ¹⁄₁₆ Nelore x Simental F5 – ³¹⁄₃₂ Simental ¹⁄₃₂ Nelore = Puro por cruza (PC) Confira exemplares das raças Simental e Nelore: Raça Simental. Raça Nelore. O objetivo do cruzamento contínuo ou absorvente é produzir animal puro e adaptado, que atualmente não é muito usado em gado de corte devido ao tempo e custo ligado à geração dos puros por cruza. Porém, no passado, quando havia um foco maior no padrão racial, esse cruzamento atendia o objetivo. Existe também o cruzamento rotacional entre duas ou três raças, que ocorre ao alterná-las entre

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