Olefrânio Maltinha é absolutamente incapaz e representado por seu irmão, Ridodendo maltinha. Enquanto seu irmão trabalha, passa as tardes sob os cuidados de Novelino, um octogenário que vive sozinho e que, em anos dessa convivência, se afeiçoou a Olefrânio, passando a tratá-lo como a um filho. Após o falecimento de Novelino, descobriu-se que, em testamento, deixara dois imóveis de sua propriedade para Olefrânio. Seu representante legal, Ridodendo, arguiu judicialmente a impossibilidade da cobrança dos impostos de transmissão e de propriedade predial urbana sobre os imóveis, por ser seu irmão, beneficiário do testamento, absolutamente incapaz. Tal pretensão deverá ser acatada com a isenção tributária? Avalie o caso e apresente as razões que ensejaram a sua resposta.
Adamastor, uma vez aposentado de suas funções como funcionário público, decidiu iniciar nova atividade, dessa vez como representante de uma empresa de tecnologia. Essa nova atividade consistia em prestar atendimento técnico aos clientes da referida marca, bem como fornecer-lhes peças de reposição para suas máquinas danificadas, o que fazia por meio de pessoa jurídica, de que era sócio-gerente, cuja finalidade social incluía a venda de peças e a prática de consultoria, entre outras que, à época de sua composição, julgou pertinentes. Em sua atuação profissional, passou a fornecer peças e equipamentos de marcas diferentes e a realizar manutenção em equipamentos de outras marcas. Processado por um cliente insatisfeito com seu atendimento, defendeu-se argumentando que jamais fora empresário, apenas atuava como representante da famosa empresa de tecnologia, a quem deveria ser dirigida a demanda. Julgada a matéria, Adamastor foi considerado responsável. Analise as afirmativas abaixo e assinale a correta: A) Está incorreta a afirmação de Adamastor, porque atua como sócio-gerente da empresa cujo objeto remete à atividade empresarial. B) Está correta essa afirmação, já que o cliente jamais poderia imaginar que, procurando a empresa de tecnologia, fosse atendido por terceiro. C) Está correta a afirmação de Adamastor, porque um funcionário público, mesmo aposentado, não pode se tornar empresário. D) Tem razão Adamastor, porque o fato de se apresentar como técnico da empresa de tecnologia afasta a sua caracterização como empresário. E) É incorreta a afirmação, porque mesmo sendo um representante da marca de tecnologia, Adamastor exerce atividade empresarial.
Considere o fato de certo produto adquirido em loja virtual ter chegado ao destinatário com defeito que o torne imprestável. Conforme o Código de Defesa do Consumidor, isso impõe a obrigação de indenizar ao fabricante ou ao vendedor? A) Ao vendedor, que aufere lucro em sua atividade empresarial, diferentemente do fabricante, cuja atividade não inclui atender ao consumidor. B) A ambos, porque a compra se deu pela internet, o que faz incidir o Código de Defesa do Consumidor à hipótese ora tratada. C) Ao fabricante, porque o vendedor nem sequer teria como saber do defeito do produto, já que não pode abri-lo e verificar previamente. D) A nenhum deles, porque a responsabilidade pela entrega é dos Correios ou de empresa contratada para este fim e não pode ser imposta a outrem. E) A ambos, porque o Direito do Consumidor estabelece a solidariedade entre fabricante e vendedor, no que toca ao atendimento ao consumidor.
O desfazimento de um contrato de compra e venda terá a sua apreciação em planos judiciais com base nas normas do Direito Civil. Podemos dizer que é um ramo do Direito Público ou do Direito Privado? A) Direito Privado, em razão da inexistência de prevalência de uma parte sobre a outra. B) Direito Público, porque serão dessa natureza os contratos de compra e venda. C) Direito Privado, já que as normas aplicáveis ao consumo são sempre cogentes. D) Direito Público, em razão da natureza jurídica da relação entre as partes no ato. E) Direito Privado, em razão da menor relevância social dos contratos dessa natureza.
A antiga Teoria dos Atos de Comércio, decorrente da chamada codificação napoleônica, nunca definiu muito bem as atividades mercantis, os chamados atos de comércio. A definição dos atos de comércio não convenceu a doutrina, pois muitas atividades não eram consideradas comerciais por razões históricas, como no caso da negociação de bens imobiliários. Além disso, com a constante inovação tecnológica do mercado, diversas novas atividades foram surgindo, mas não eram enumeradas como atos de comércio pela lentidão do processo legislativo. Com o surgimento da Teoria da Empresa, tendo como marco o Código Civil italiano de 1942, houve a evolução segundo a qual, em princípio, qualquer atividade econômica que seja exercida profissionalmente e de forma organizada seria considerada empresa, sendo tutelada, assim, pelo Direito Empresarial. Segundo o texto acima, será correto afirmar que empresa pode ser caracterizada como: A) A pessoa imaterial com finalidade filantrópica. B) Uma pessoa física registrada no registro civil. C) Um conjunto de pessoas físicas organizado. D) Uma pessoa jurídica sem finalidade social necessária. E) Uma pessoa jurídica criada com a finalidade lucrativa.
Considere o contrato pelo qual as partes se obriguem a partilhar, igualmente, os lucros auferidos quando de um assalto a banco. Esse contrato será válido? A) Não, porque o objeto desse contrato é manifestamente ilícito. B) Sim, porque as partes convencionaram a obrigação e a remuneração. C) Sim, a liberdade contratual garante esse direito aos cidadãos. D) Não, porque inexiste contrato cujo objeto seja impossível juridicamente. E) Não, porque esse contrato não teria valor econômico para uma das partes.
O nome civil da pessoa natural é o modo como se identifica, um direito exclusivo, tendo como elementos fundamentais o prenome e o apelido de família, admitindo, em determinadas hipóteses, a sua alteração, acrescentando ou substituindo, seja pela maioridade, ou exposição ao ridículo, ou ainda pelo casamento, como exemplos. O oficial de Registro Civil deverá ter atenção ao fazer um assento de nascimento, pois deve evitar o registro de prenome ou apelido que exponha o registrando a futuras situações constrangedoras, assim como complementar o nome civil, caso não seja fornecido pelos pais, os apelidos de família. Floristeu é empresário e mantém sociedade devidamente registrada na forma da lei. Há anos demanda pela alteração de seu prenome, por entender que o expõe ao ridículo. Tendo finalmente conseguido a almejada retificação de seu registro de nascimento, ele será obrigado a promovê-la também em seu registro de empresário? A) Não, a alteração do nome civil não terá o condão de alterar o nome comercial, portanto mantém-se tal registro. B) Sim, já que o registro é único e surtirá, automaticamente, o efeito de alterar o nome de comerciante. C) Não, há a necessidade de anulação do registro preexistente com a correção posterior, e não retificação de um deles. D) Não, porque os registros civil e comercial são absolutamente independentes e distintos, não sendo necessária anotação. E) Sim, a alteração do nome civil da pessoa natural impõe a sua retificação em todos os demais registros.