Durante o baile de formatura da faculdade, Thiago que, sem saber que é diabético, ingere uma grande quantidade de pavê de chocolate, atingindo um estado de confusão mental provocado pelo quadro de hiperglicemia. Em razão dessa situação inesperada, Thiago, acreditando que seu melhor amigo Alex estava se insinuando para Mariah, sua namorada, quebra uma garrafa de vidro e, na intenção de lesioná-lo, atinge um dos braços de Alex, deixando a vítima com ferimentos graves. Diante desse episódio, a polícia é acionada e Thiago é encaminhado para a delegacia. No curso do processo, fica constatado que o quadro de hiperglicemia, além de ter provocado uma confusão mental, diminuíra a capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato. Com base na narrativa do caso concreto, deve o juiz, no momento de proferir a sentença penal, considerar:
a.
o potencial lesivo de uma garrafa de vidro quebrada, que, ao por em risco a vida de Alex, deve ser condenado por lesão corporal seguida de morte.
b.
a forte paixão de Thiago por sua namorada, afastando a imputabilidade do caso concreto, e, ao considerar como fato não culpável, absolver Thiago.
c.
a diminuição da capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato no momento da ação, a qual foi provocada pelos efeitos análogos à embriaguez acidental, para condenar Thiago por lesão corporal de natureza grave com incidência de redução de pena, em razão da semi-imputabilidade.
d.
a incidência do princípio da insignificância, afastando a atipicidade material da conduta, e, por isso, absolver Thiago.
e.
o erro de proibição inevitável, afastando a exigibilidade de conduta diversa, e, por se tratar de excludente da culpabilidade, absolver Thiago.
Ed
ano passado
Vamos analisar as alternativas apresentadas com base na situação descrita: a) O potencial lesivo de uma garrafa de vidro quebrada, que, ao por em risco a vida de Alex, deve ser condenado por lesão corporal seguida de morte. - Esta alternativa não se aplica, pois não houve morte, apenas lesão corporal. b) A forte paixão de Thiago por sua namorada, afastando a imputabilidade do caso concreto, e, ao considerar como fato não culpável, absolver Thiago. - A paixão não é uma justificativa para afastar a imputabilidade. c) A diminuição da capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato no momento da ação, a qual foi provocada pelos efeitos análogos à embriaguez acidental, para condenar Thiago por lesão corporal de natureza grave com incidência de redução de pena, em razão da semi-imputabilidade. - Esta alternativa é a mais adequada, pois reconhece que a hiperglicemia afetou a capacidade de Thiago, levando à semi-imputabilidade, o que pode resultar em uma pena reduzida. d) A incidência do princípio da insignificância, afastando a atipicidade material da conduta, e, por isso, absolver Thiago. - O princípio da insignificância não se aplica, pois a lesão corporal grave não é considerada insignificante. e) O erro de proibição inevitável, afastando a exigibilidade de conduta diversa, e, por se tratar de excludente da culpabilidade, absolver Thiago. - O erro de proibição não se aplica, pois Thiago não estava em um estado de ignorância sobre a ilicitude da conduta, mas sim em um estado de confusão mental. Portanto, a alternativa correta é: c) a diminuição da capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato no momento da ação, a qual foi provocada pelos efeitos análogos à embriaguez acidental, para condenar Thiago por lesão corporal de natureza grave com incidência de redução de pena, em razão da semi-imputabilidade.