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Luísa, mulher preta de 37 anos, deixou de trabalhar durante a pandemia de Covid-19 para cuidar da mãe e das crianças. É casada com Felipe, homem branco de 39 anos, eletricista e dono de um pequeno negócio. Estão casados há três anos. Luísa tem um filho, Lincoln, de 12 anos, preto, fruto de um casamento anterior, e uma filha com Felipe, Vitória, de 2 anos e meio, parda. A mãe de Luísa, Dona Solange, mulher preta de 69 anos, também mora com o casal e as crianças. Ela apresenta dor crônica nas pernas e costas, além de redução da mobilidade. Toda a família frequenta a unidade de saúde do bairro onde residem, localizada em uma periferia marcada por vulnerabilidade social e forte presença de população negra. Luísa apresentou queixas de dor lombar, depressão e insônia no último ano. Inicialmente, foi acompanhada por uma médica branca na unidade, mas, após a substituição por um profissional do sexo masculino, branco, deixou de frequentar o serviço devido aos ciúmes do marido. As crianças também são acompanhadas pela equipe de saúde. Durante as consultas, Luísa relatou que as crianças frequentemente não tem aula na escola, por que a escola fecha para reformas com rotineiramente, pois a estrutura física é precária. Além disso, alguns professores frequentemente faltam e não são substituídos e os estudantes são mandados para casa. Lincoln está no sexto ano do ensino fundamental e ainda não lê e nem escreve muito bem. Ele tem apresentado mudanças de comportamento na escola, com episódios de agressividade, além de dificuldade para dormir, enquanto Vitória tem se mostrado chorosa e irritada, sem causas aparentes. Na última visita à unidade, a enfermeira notou hematomas no braço de Luísa. Ao ser questionada, ela disse que se tratava de uma queda durante a faxina, mas não se lembrava de detalhes e desviou o assunto para o atendimento das crianças. Durante a consulta, em um tom visivelmente constrangido, foi relatado por Luísa à enfermeira que, em ocasiões anteriores, havia se sentido desrespeitada no atendimento. Foi mencionado por ela que, ao informar sobre a dor nas costas, foi afirmado pelo médico que era normal por que ela era cuidadora da mãe e dona de casa e que mulheres como ela eram mais fortes. Desde então, passou a sentir vergonha de falar sobre suas dores. Apesar de Luísa relatar sinais de sofrimento emocional e pedir ajuda para o comportamento agressivo do filho e o consumo de álcool do marido, as respostas foram limitadas à orientação para “convidar o pai para as consultas” e à oferta de horários estendidos, sem que houvesse investigação ativa sobre as questões trazidas por Luisa ou escuta qualificada. Ainda assim, quando Luisa solicitou informações sobre medicamentos para ajudar Felipe a reduzir o consumo de álcool e cigarro, a equipe respondeu de forma protocolar que não poderia fornecer medicamentos, sem oferecer quaisquer alternativas. Diante do caso exposto, apresente um relato com o seguinte roteiro: 1. indique quais as tipologias e naturezas de violência que podem estar ocorrendo no contexto dessa família e poderiam ser investigadas quando frequentam o serviço de saúde; (fácil 1,0 ponto) 2. analise como deve ser feita a abordagem individual e familiar dos casos de violência identificados, explicitando os pontos elencados a seguir: a. os instrumentos e recursos da APS que podem ser utilizados; (médio 1,5 pontos). b. os profissionais que podem estar envolvidos nos atendimentos em consultas compartilhadas e ações multiprofissionais; (médio 1,5 pontos) 3. avalie, a partir do seu território de atuação, quais os pontos da rede de atenção às pessoas em situações de violência, intrassetorial e intersetorial, estão disponíveis e podem ser acionados para abordagem do caso. (difícil 3,0 pontos)
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Jones mary Rohrs

há 4 dias

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há 4 dias

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