Oi Caroline, como já bem mencionado, o Preâmbulo da nossa carta magna não se caracteriza por ter força vinculante, ou seja, ele não tem poder para produzir efeitos no campo jurídico-social. No entanto, no referente à sua pergunta, você gostaria de saber o valor ético. Espero que eu tenha entendido o que você quis dizer com isso.
O valor ético do preâmbulo é questionável e matéria de discussões. O que eu posso atentar a você, está referente logo ao seu início e, depois, logo após no seu final.
"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte[...]" Essa frase diz muito, pois, após 7 constituições (num espaço de menos de 200 anos de Brasil, e pouco mais de 100 de República) e 3 regimes ditatoriais (Império, estado novo e regime militar) com constituições outorgadas (ou seja, indiferentes à vontade do povo e impostas), estamos diante de uma que agora (pelo menos é o que se pretende) irá responder pela vontade do povo pelos seus representantes diretos - mormente ao grandioso fato de advir uma constituição federal popular e garantidora de direitos fundamentais após 21 anos de regimes repressivos e ditatoriais -, por isso faz-se necessário essa importante ressalva introdutória à nossa carta magna.
Outro ponto concernente, como eu salientei acima, se refere ao final do preâmbulo.
"[...]sob a proteção de Deus[...]” Esse em específico gera alguma polêmica, pois, o estado apesar de não explicitar sua laicidade, as provém mediante força dos arts. 5º, VI e VIII, e 19. Fazendo uma clara alusão (ou apologia aos mais ferrenhos) à religiosidade cristã. Ou seja, teríamos uma incongruência constitucional logo no preâmbulo da nossa constituição.
Espero ter alcançado sua dúvida. Forte abraço.
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