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Resumo de Direito Civil I

Respostas

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Giully Sudário

A revogação da lei é o gênero que poderá ter as seguintes espécies a depender da classificação:

a) Quanto à sua extensão:

 i. Derrogação; A derrogação é a revogação parcial de uma lei, ou seja, somente uma parte da lei é revogada e o restante continua em vigor.

ii. Ab-rogação; A ab-rogação é a revogação total de uma lei. Ou seja, toda a lei é suprimida. Logo, todos os dispositivos daquela lei não serão mais usados e nem válidos.

b) Quanto à forma de execução:

 i. Expressa; A revogação expressa ocorre quando a nova lei declara que a antiga lei será total ou parcialmente extinta (art. 2º, § 1º, primeira parte).

 ii. Tácita: A revogação tácita ocorre quando a nova lei não contém declaração no sentido de revogar a lei antiga, mas isto ocorre porque a nova legislação se mostra incompatível com a antiga ou regula por inteiro a matéria de que tratava a lei anterior (art. 2º, § 1º, última parte).

Vejamos o que diz a LINDB a respeito:

1. Critério Cronológico; Art. 2º, § 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.  Assim, quando a lei diz “a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (...)”, estamos diante de uma revogação expressa. E quando aduz: “(...) quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”, é caso de revogação tácita.

 2. Critério Hierárquico; Cumpre destacar, que nos casos de coexistirem normas contraditórias, aplicamos o critério cronológico. Logo, prevalece a norma mais recente (lex posterior derogat legi priori). Então, nos casos em que a lei nova que tenha caráter amplo e geral, passar a normatizar por completo determinada matéria regulada em lei que já exista, a lei revogadora (nova lei), irá substituir por inteiro a lei antiga. De acordo com o critério hierárquico (lex superior derogat legi inferiori), entre normas jurídicas inconciliáveis deve ser aplicada a de estatura superior.

3. Critério da Especialidade; Por fim, segundo o critério da especialidade (lex specialis derogat legi generali), a norma especial revoga a geral quando disciplinar, de forma diversa, o mesmo assunto.Atenção! Muito cuidado com o que aduz o art. 2º, § 2 da LINDB. Vejamos:Art. 2º, § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Assim, em que pese uma lei nova regrar disposições gerais ou até mesmo especiais a respeito de uma lei que já exista esta nova lei não irá revogar a lei velha. A lei antiga somente será revogada se houver incompatibilidade para com a nova.

 

 

 

 

 

 

 Vigência da lei

 Carlos Roberto GONÇALVES conclui que “A vigência, portanto, é uma qualidade temporal da norma: o prazo com que se delimita o seu período de validade. Em sentido estrito, vigência designa a existência específica da norma em determinada época, podendo ser invocada para produzir, concretamente, efeitos, ou seja, para que tenha eficácia”

Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao ordenamento jurídico, ou seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas. Essa integração deve ser formal (ou condicional) e material (ou finalística)

O período de vacância, ou vacatio legis, é o lapso de dias entre a publicação da lei, quando ela se torna válida, e o início da produção de seus efeitos. Uma lei publicada no dia 10 de agosto, torna-se imediatamente válida. Precisaremos ler seus artigos para saber quando se iniciará sua vigência. Caso seja lei de pequena repercussão, poderá estabelecer início imediato também da vigência. Porém, do contrário, precisará prever um lapso de dias entre a publicação e o início da vigência.

Suponhamos que essa lei estabeleça que “entra em vigor decorridos dez dias de sua publicação oficial”. Se ela foi publicada em 10 de agosto, o parágrafo 1º do art. 8º da LC 95/98 determina que o dia da publicação e o último dia da contagem entrem no prazo, iniciando-se a vigência no dia seguinte. Assim, o próprio dia 10 seria o primeiro dia do prazo, sendo o dia 19 o último, que entra na contagem. A lei tornar-se-ia vigente a partir de 20 de agosto. Nesse dia, as pessoas já poderiam reivindicar juridicamente seus direitos com base em suas disposições e já deveriam comportar-se do modo como ela estabelece.

(LINDB) em seu artigo 1º, que “salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. Ela dá a entender que uma lei pode não especificar o seu período de vacância, que então será de 45 dias. Dizer que uma lei é vigente significa afirmar que ela já pode começar a produzir efeitos. Durante o período de vacância, a lei é válida, mas não pode produzir efeitos. Surge uma questão: se a nova lei determina que outra lei seja revogada (perca a validade), essa revogação dar-se-á durante o período de vacância ou após o mesmo? Em outras palavras, qual lei um juiz deve aplicar para julgar um conflito, durante o período de vacância: a nova lei revogadora ou a lei que será revogada? Revogar uma lei é um efeito produzido por uma nova lei. Como dissemos, durante o período de vacância, a lei ainda não possui vigência. Se não é vigente, não pode produzir efeitos, entre os quais, revogar a lei antiga. Então, durante o período de vacância, a lei antiga ainda é válida e vigente; a lei nova, já é válida, mas não é vigente. Caso julgue um conflito nesse momento, o juiz deve aplicar a lei antiga, pois ainda pode produzir efeitos.

Ponderação e conflito de interesses: Diferentemente do que ocorre entre as regras os princípios não são incompatíveis entre si, mas concorrentes. No caso de princípios, o conflito pode existir em nível fático, e em existindo, não há necessidade de uma das normas-princípio serem eliminada do sistema. O conflito, quando manifestado, não conduz a uma antinomia jurídica.  A ponderação será entendida neste estudo como a técnica jurídica de solução de conflitos normativos que envolvem valores ou opções políticas em tensão, insuperáveis pelas formas hermenêuticas tradicionais.

 Assim, existindo conflito entre duas regras insertas no texto constitucional, uma será aplicada com exclusão da outra. Diferentemente, havendo confronto de princípios incidentes sobre uma situação concreta, a solução deve ser a conciliação entre eles, aplicando-se cada um em extensões diferentes, de acordo com a respectiva relevância no caso.

 

As disposições transitórias, ao lado dos princípios da irretroatividade e da retroatividade das normas, são critérios para solucionar conflitos de lei no tempo.

Também chamadas de direito intertemporal ou normas de transição, são aquelas elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo, para disciplinar, durante certo tempo, a transição do sistema antigo para o futuro. Em outros dizeres, são instituídas com o objetivo de evitar e solucionar conflitos que poderão surgir do confronto da nova lei com a antiga.

A regra adotada pelo ordenamento jurídico é de que a norma não poderá retroagir, ou seja, a lei nova não será aplicada às situações constituídas sobre a vigência da lei revogada ou modificada (princípio da irretroatividade). Este princípio objetiva assegurar a segurança, a certeza e a estabilidade do ordenamento jurídico.

“Pode-se resumidamente dizer que o sistema jurídico brasileiro contém as seguintes regras sobre a matéria: a) são de ordem constitucional os princípios da irretroatividade da lei nova e do respeito ao direito adquirido; b) esses dois princípios obrigam ao legislador e ao juiz; c) a regra, no silêncio da lei, é a irretroatividade; d) pode haver retroatividade expressa desde que não atinja direito adquirido; e) a lei nova tem efeito imediato, não se aplicando aos fatos anteriores. Tendo o Supremo Tribunal Federal proclamado que “não há direito adquirido contra a Constituição” e que, “sendo constitucional o princípio que a lei não pode prejudicar o ato jurídico perfeito, ele se aplica também às leis de ordem pública.”

Direito adquirido: é o direito material ou imaterial já incorporado ao patrimônio de uma pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado. Com relação ao ato jurídico perfeito: já consumado, seguindo a norma vigente ao tempo em que se efetuou. Já se tornou apto para produzir os seus efeitos. Por fim, a coisa julgada, também chamada de caso julgado, consiste na imutabilidade de uma sentença, ou seja, é a decisão prolatada da qual não caiba mais recurso.

Princípio da absorção requer análise do caso concreto. Isso se explica pela circunstância de observação de dois fatos para constatar se um envolve o outro. Em síntese, a ação delituosa se desdobra em atos que, isoladamente, se enquadram na descrição de um crime. A absorção, apesar de divergências doutrinárias, se opera quando o fato descrito em uma norma for: a) elemento constitutivo de crime previsto em outra norma; b) meio para alcançar um fim que, por sua vez, é definido como crime por outra norma. Na primeira hipótese, o destrinçar do fato mostrará, em sua estrutura, que, em parte, está previsto em outra norma. De outro lado, um fato será meio quando o delinqüente o percorrer para alcançar o fim proposto. No método indutivo, após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral. 

 

 

 

 

 

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