Para analisar a questão sobre as relações entre o modo de vida dos povos indígenas e o modo de vida da população brasileira não indígena, é importante considerar as diferentes concepções de trabalho e rendimento. Vamos analisar as alternativas: a) O povo brasileiro não indígena trabalha, produz, e tem seu rendimento; o povo indígena não trabalha, portanto não produz nem tem rendimento algum, daí o conflito entre os dois segmentos. - Esta afirmação é simplista e não reflete a realidade do trabalho indígena. b) Enquanto para o povo não indígena, o trabalho é mercadoria (com valor de troca) cuja alienação constitui base do rendimento auferido, o trabalho indígena só tem valor de uso: sua contribuição para a comunidade; o conflito está na coexistência dos modelos de relação econômica: capitalista e não capitalista. - Esta alternativa aborda a diferença fundamental entre os dois modos de vida e como isso gera conflitos, sendo a mais adequada. c) O povo brasileiro não indígena trabalha, produz e consome a partir da renda auferida; o povo indígena só produz artesanato ou serve como guia para turistas, o conflito se instala para o consumo. - Esta opção é limitada e não abrange a complexidade das relações. d) A questão crítica reside no consumo: o povo não indígena tem rendimento para consumir, o povo indígena não tem, portanto precisa contar com a caridade pública. - Esta afirmação é reducionista e não considera as dinâmicas de trabalho e produção. e) Se o povo indígena não consumisse produtos industrializados, haveria coexistência pacífica, sem conflitos. - Esta opção ignora as raízes mais profundas dos conflitos. Diante dessa análise, a alternativa correta é: b) Enquanto para o povo não indígena, o trabalho é mercadoria (com valor de troca) cuja alienação constitui base do rendimento auferido, o trabalho indígena só tem valor de uso: sua contribuição para a comunidade; o conflito está na coexistência dos modelos de relação econômica: capitalista e não capitalista.