Não se pode partir da premissa absoluta para respondermos esta questão, sob tal aspecto ora questionado é possível identificarmos na doutrina e jurisprudência os seguintes posicionamentos, quais sejam, o primeiro afirma que as normas de direitos humanos possuem hierarquia constitucional independemente de aprovação sob o prisma de um processo legislativo mais rígido, com fundamento de que as normas de garantidoras de direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata, desta forma, seria prescindível tal processo legislativo mais rígido, tal posicionamento apesar de minoritário é capitaneado, em destaque, pela jurista Flávia Piovesan, no entanto, não é o posicionamento consolidado da Egrégia Corte Constitucional, cuja hierarquia das normas de Direitos Humanos dependerá do processo legislativo adotado para ser possível definição de sua hierarquia constitucional ou não.
Partindo dessas premissas, o Supremo Tribunal Federal entende que para uma norma de Direitos Humanos possuir hierarquia constitucional deverá, imprescindivelmente, observar o trâmite legislativo mais rígido previsto na Carta Política de 1988, qual seja, o processo equiparado das emendas constitucionais, quórum para aprovação de três quintos dos membros e em dois turnos em cada casa do Congresso Nacional, obtendo êxito em tal trâmite legislativo, as referidas normas possuiram hierarquia constitucional. Com efeito, se a aprovação das normas definidoras de Direitos Humanos não observar o trâmite mais rígido, ora comentado, possuirá natureza jurídica supralegal, estando abaixo da Constituição Federal e acima da legislação infraconstitucional.
Muito bem, Patrick. É isso mesmo. Em síntese, pode-se dizer que, para o caso específico do Brasil e em que pesem posições doutrinárias francamente minoritárias, como as de Piovesan, as normas de DHs tem hierarquia constitucional se e somente o acordo internacional tiver sido aprovado nas duas casas legislativas, em dois turnos de votação, com o quórum exigido para as emendas constitucionais, isto é, 3/5 dos votos. Obrigado por participar. Abraço!
teoria designada, a Dualista, que sustentava que os Tratados Internacionais de Direitos Humanos tinham hierarquia de Lei Ordinária, visto ser da competência do Supremo Tribunal Federal, no jaez de guardião da Constituição, em julgamento de Recurso Extraordinário, “declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal”, seu fundamento repousa no artigo 102, inciso III, alínea “b”, da Lei Maior. Defensor: Supremo Tribunal Federal.
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