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Como funciona a Sucessão no regime de comunhão parcial de bens?

Gostaria de saber se o conjuge tem direito a meação aos bens comuns, além de ter direito a no mínimo um quarto dos bens particulares do de cujus.

💡 13 Respostas

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Bárbara Soares

A comunhão parcial de bens é o regime legal adotado de 1977 até hoje e a efetiva colaboração do cônjuge, nessa situação, será presumida.

Quanto aos bens comuns, será sim meeiro, justamente pela presunção de colaboração.

 

No artigo 1.660, CC vemos os bens incluídos na comunhão parcial de bens e no artigo 1.659, CC os que são excluídos do referido regime.

A problemática está no que diz respeito aos bens particulares que o artigo 1.660,CC, citado anteriormente, não prevê.

Em se tratando do regime da comunhão parcial de bens, a doutrina e a jurisprudência estão prevendo 3 entendimentos distintos. São eles:

* 1ª corrente: o cônjuge sobrevivente só concorrerá naqueles bens em que é meeiro, ou seja, nos bens comuns; uma vez que contribuira efetiva ou presumidamente para aquisição desses bens. Esse raciocínio deverá ser trazido para a esfera sucessória, premiando-lhe na sucessão dos bens que ajudou a conquistar.

* 2ª corrente: por equiparação ao raciocínio feito à comunhão universal de bens, o cônjuge só terá direito a concorrer no que diz respeito aos bens particulares, já que em relação a esses não está amparado pela meação.

* 3ª corrente: entende que o Legislador no art. 1.829, I, CC estabeleceu uma verdadeira regra de convocação, uma vez que a redação do artigo é clara no sentido de que a presença de um bem particular permite ao cônjuge concorrer na herança como um todo - até porque esta é um todo indivisível e unitário. O Legislador não limita a sucessão só ao bem particular, mas sim, diz que a presença de um bem dessa espécie permitirá a concorrência no todo.

 

Normalmente, a corrente a ser escolhida dependerá da presença ou não de bens particulares e, em especial, qual a parte que estás a defender (conjugê supértiste, filhos...).

Espero ter ajudado.

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Guilherme Burzynski Dienes

Mais fácil trabalhar com situações práticas:

A casa com B, e possui o filho C (logo herdeiro legítimo).

 

Como se opera a sucessão, se na separação ambos teriam direito a 50% do patrimônio obtido na constância do casamento?

B morreu e os bens estavam inscritos em conjunto.


Como parte da sucessão legítima, há a garantia do art. 1.829, inciso I, de que ela participaria do processo sucessório, mas se nota que a ordem de preferência dos herdeiros legítimos é dos descendentes, concorrendo com o cônjuge sobrevivente.

 

Logo A ficaria com 50% da herança e com guarda de C, consequentemente com a administração do seu patrimônio e C com o direito aos demais 50%. A idéia de que ela é excluída da sucessão é falaciosa pelo texto legal, que inclusive garante no artigo Art. 1.831 o direito real de habitação ao imóvel destinado à residência da família desde que seja o único ao inventariar. Não seria questão de discutir meação, haja vista que apesar de ela ter direito apenas aos bens comuns na constância do casamento, a lei concede na sucessão o direito de suceder legitimamente em concorrência com os descendentes, logo todo cálculo deve levar em conta que ela se habilita para a totalidade da sucessão, não apenas aos 50% dos bens comuns que teria direito se se separasse antes do cônjuge falecer.

 

Ao invés de criar correntes estanques sem lastro probatório, pensemos na dignidade da pessoa humana, e no interesse ao bem estar do menor: aparentemente ambos são cumpridos. A sucessão é una, a lógica dela é essa, logo a idéia de que ela concorre com o descendente na totalidade da herança é o raciocínio a ser aplicado, os demais são mero eco do passado.

 

 

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Adriano Lopes

Os bens comuns (adquerido na constância do casamento) se comunicam, sendo assim o conjugue sobrevivente tem direito a meação dos bens, já os bens particulares ela concorre com os herdeiros, lembrando que se todos os filhos forem do casal, existe aquela reserva de 1/4 para o conjugue sobrevivente, lembrando ainda que o conjugue sobrevivente também terá direito real de habitação sobre o bem que servia como residência da família independente se os filhos era dos mesmo casal. Cabe ressaltar que a reserva de 1/4 só valera a pena se houver mais 4 filhos do casal.

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