Segundo Miguel Reale, "a Teoria Geral do Direito tem por fim, como se vê, a determinação das estruturas lógicas da experiência jurídica em geral, de tal modo que as suas conclusões, como já o dissemos, sejam válidas tanto para o jurista como para o sociólogo ou o historiador do Direito. A Teoria Geral do Direito elabora também seus princípios, mas como generalizações conceituais, a partir da observação dos fatos, em função das exigências práticas postas pela unidade sistemática das regras." (REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 313).
Nesse sentido, a Teoria Geral do Direito preocupa-se em conceituar, estabelecer e estudar as categorias jurídicas fundamentais que servirão de base nos diversos ramos e disciplinas do Direito, como conceito de norma jurídica, modelo jurídico, relação jurídica, sujeito do direito, direito subjetivo, fonte do direito etc.
Já o Direito Positivo, em linhas gerais, seria aquele estabelecido ou posto pelo poder soberano, em determinado momento histórico, isto é, a norma jurídica que entrou em vigor e teve eficácia ou continua tendo.
Além disso, de acordo com Miguel Reale, "direito positivo é um sistema orgânico de preceitos ou disposições que se destinam aos membros de uma convivência visando à realização de suas finalidades comuns fundamentais". (REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 234).
O Direito Positivo é compreendido pela dogmática jurídica (teoria de conhecimeto positiva do Direito Positivo).
Entende se por dogmática jurídica como "o estudo do sistema de normas jurídicas vigentes em determinada época e local. Seu objetivo é conhecer as normas, interpretá-las, integrá-las no sistema, aplica-las aos casos concretos. É chamada de ‘dogmática’ porque a situação do jurista – seja ele advogado, juiz, escrivão, promotor – perante a norma jurídica é semelhante à do fiel diante de dogmas. Deve aceitar a norma vigente como ponto de partida inatacável. Muitos preferem denomina-la de Teoria do Direito Positivo ou Ciência do Direito em sentido estrito ou, ainda, jurisprudência...” (MONTORO, André Franco. Introdução à Ciência do Direito. 28 ed. São Paulo: RT, 2009, p. 142).
Diga-se que podemos considerar a existencia de um teoria geral do Direito aquela válida no âmbito da dogmática jurídica.
Logo, de certo modo, em linhas simplistas, a Teoria Geral do Direito pretende estabelecer os preceitos, princípios e conceitos no âmbito do sistema de direito positivo, da dogmática jurídica.
São conceitos bastante diferentes.
A Teoria Geral do Estado (TGE) é uma disciplina que estuda os fenômenos do Estado, de maneira geral, desde sua origem, formação, estrutura, organização, funcionamento e finalidades, compreendendo-se no seu âmbito tudo que considera existindo no Estado ou sobre ele influindo.
Funciona como disciplina introdutória ao Direito Constitucional, e ao Direito Público de uma maneira geral, vez que, para estudar as Constituições modernas, e mais precisamente a Constituição de 1988, é necessário que sejam feitas análises de como as constituições se tornaram o que elas são nos dias de hoje, bem como estudar as teorias e teóricos que influenciaram nesse caminho. Ademais, autores estudados na disciplina podem explicar com primazia os mecanismos inseridos na ordem constitucional, e sua relação com a sociedade.
Tal disciplina é extremamente importante na formação do jurista, tendo em vista que da a base necessária para o aprendizado do Direito, assegurando que o aluno tenha uma visão prévia acerca do comportamento coletivo do homem, do seu desenvolvimento, da política, e dos pensamentos que envolvem a matéria.
Já o Direito Positivo é aquele conhecido como o pensamento que dispõe a superioridade da norma escrita sobre a não escrita (direito natural).
A norma positiva é a norma posta pelo homem, portanto, possuindo eficácia limitada, e sendo válida somente nos locais nos quais a observa, bem como, é constantemente alterada.
Os positivistas defendem que o direito positivo é o único capaz de dizer o direito, conforme menciona Tércio Sampaio Ferraz Júnior em seu livro Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, denominação: “A tese de que só existe um direito, o positivo nos termos expostos, é o fundamento do chamado positivismo jurídico”.
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Introdução ao Direito I
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