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O que dizer sobre as relações Igreja/Estado no Direito Constitucional Brasileiro?

A separação Igreja-Estado é uma doutrina política e legal que estabelece que o governo e as instituições religiosasdevem ser mantidos separados e independentes uns dos outros. A expressão se refere mais frequentemente a combinação de dois princípios: secularismo do governo e liberdade religiosa.

 

A vigente Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso VI, dispõe que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias(1).

Outrossim, a Constituição Federal, em seu art. 19, inciso I, preconiza que é vedado ao Poder Público estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

Em seu artigo 1º, referido Decreto determinava que “é proibido a autoridade federal, assim como a dos Estados federados, expedir leis, regulamentos ou atos administrativos, estabelecendo alguma religião, ou vedando-a, e criar diferenças entre os habitantes do país, ou nos serviços sustentados à custa do orçamento, por motivos de crenças, ou opiniões filosóficas, ou religiosas”(14).

💡 2 Respostas

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Lucas Rafael Martins

Geiziel, permita-me responder sua pergunta me valendo de uma abordagem críticia no tocante ao papel do Estado, acho que essa seria, indubitavelmente, a melhor contribuição que poderia lhe prestar. Segundo as lições de Noberto Bobbio, expressado em 1985, na atual conjuntura o Estado está muito mais propenso a exercer um função de mediador ou de garante do que de detentor do Poder de Império. Com efeito, a função de garantia do Estado contemporâneo emerge de sua consolidada obrigação constitucional de protagonizar a efetivação de um extenso catálogo de direitos fundamentais. Logo, muito embora a República Federativa do Brasil se constitui na forma de um Estado Democrático de Direito, e laico, deve se armar ao ponto de garantir a liberdade religiosa cristalizada face da Constituição Republicana. 

Geiziel, tome cuidado ao considerar entidades religiosas como instituições, uma vez que faltam a estas o caracter essencial da distribuição social, as entidades religiosas são incapazes de inserir cidadãos no amago economico social ou de defender patrimonio, fatos estes que descaracterizam sua possível institucionalização.

Espero ter ajudado, abraços.

 

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Geiziel Nunes

Lucas, quero agradecer por sua resposta e dizer que concordo com tudo que disse. Pode achar minha pergunta um tanto risória, mais reforçando a mesma, se a República federativa do Brasil é um Estado laico, por que razão, existem crucifixos em recintos públicos estatais (em plenários, salas de sessões e audiências e corredores, e até mesmo o termo “Deus seja louvado” nas cédulas de Real Olhando por um ponto de vista, isso não seria uma “ofensa à laicidade da República Federativa do Brasil”?

 

Entenda bem, não estou falando que isso seria disfunção, apenas estou querendo dizer, que o Brasil com tantas religiões não estaria "ligado" com a mais tradicional? Vale-se levar em consideração que sou cristão, quero que fique eminente que não estou sendo preconceituoso.

 

Pode-se levar em conta que a exemplo da moeda, até a Constituição foi promulgada “sob a proteção de Deus”. Sei que a República Federativa do Brasil não é anti-religiosa ou anti-clerical, sendo-lhe vedada apenas a associação a uma específica doutrina religiosa ou a um certo e determinado credo.   

 

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