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Alguém entendeu a parábola (o homem que foi colocado numa jaula)?

o que tem haver com uso e abusos da psicologia?

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Eduarda Rosa

Uma vez que fora despojado da sua liberdade e ao entender que seus sentimentos e desejos não tinham importância para o Rei, o homem renunciou ao direito de sentir e querer. A princípio houve um ódio manifesto pela atitude do soberano, sentimento que podemos entender como sendo a única arma que possuia para não se perder. Mas com o passar do tempo acontece uma acomodação nas suas atitudes e emoções e aos poucos perde a consciência de si mesmo.
Na vida real, o indivíduo não se livra assim do ódio ou ressentimentos, mas direciona-os contra os outros, ou contra si mesmo. 
Não podemos negar a existência dos "bem resolvidos", seguros de si, que diante de uma situação de ameaça, assumem uma postura de não se incomodarem além do necessário. Todavia, há em nós uma tendência a recalcar  atitudes ou emoções assumindo uma atitude oposta aos nossos sentimentos. É grande o número daqueles que tiveram de enfrentar momentos difíceis desde a tenra idade e que para não sucumbir a agressividade, culpa e ansiedade, procuram acreditar que amam a quem odeiam.

Geralmente alguém exageradamente dependente agirá em relação àquele que detém a autoridade como se o amasse. É melhor viver assim, pensa ele, a estar só e se perder no vazio.
Porque o vazio faz o indivíduo sentir-se em perigo e o leva a buscar a orientação, consolo e referência em outros indivíduos. Percebam como na parábola o psicólogo, diante da loucura e sentindo que algo se perdera, também vivencia o vazio e, para aplacar o medo do nada, utiliza-se de pensamentos tranquilizadores para orientar-se, para não perder os limites que o tornam consciente de si.
O ser humano não pode viver muito tempo no vácuo. Precisa estar constantemente evoluindo em direção a alguma coisa, para não estagnar, para não transformar suas potencialidades em desespero e desesperança ou até mesmo em atividades destrutivas.
Para concluir, podemos dizer que o vazio existencial é sentido como um esvaziamento interno, como se houvesse um grande buraco interior. Para não senti-lo buscamos mecanismos de preenchimento nas coisas externas. Dependendo do tamanho da angústia e da dificuldade em lidar com ela caimos no campo dos sentimentos mórbidos de solidão, nas sensações exageradas de desamparo, nas depressões e, muitas vezes, na dependência exacerbada do afeto do outro.
É quando apesar de ter conseguido sucesso em determinadas áreas da vida, sentimos que não está valendo a pena, porque não conseguimos estabelecer laços de amor, de solidariedade e de cumplicidade.

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