Desafio O legislador brasileiro tem permanecido omisso quanto à proteção e à garantia da efetivação dos direitos de minorias, entre elas os homossexuais. O Poder Judicário, então, tem desempenhado importante papel na supressão dessas lacunas legais, por meio de suas decisões que hoje são o principal instrumento para concretização de direitos constitucionais negados a essas minorias. Contudo, alguns magistrados têm mantido duas decisões arraigadas à moralidade e ao preconceito, negando a tutela do Estado aos direitos de minorias, como as famílias homoafetivas. Estudo de caso Manoel ajuizou ação cautelar com pedido de alimentos provisionais ( art 852 do CPC ) em face de João, com quem manteve união estável por dez anos. Manoel passa por dificuldades financeiras e alega que desde o fim do relacionamento tem dificuldades para se manter, e que João ( réu ), por outro lado, além de dispor de boas condições financeiras, detém a posse dos bens que pertenceram ao casal. Na primeira instância, o juiz indeferiu o pedido. Inconformado, Manoel recorreu da decisão, mas o tribunal de justiça competente também indeferiu o pedido de alimentos provisionais de Manoel pelos seguintes fundamentos: - Ação cautelar.Alimentos provisionais. Pedido de liminar indeferido. Alimentos provisionais que o autor pretendia receber, enquanto pendesse de julgamento à apelação por ele interposta contra sentença que julgou extinta ação de reconhecimento e dissolução de união homoafetiva. Apelação provida, para permitir a prova da sociedade de fato, sem admitir a possibilidade de reconhecimento da situação jurídica de união homoafetiva. Impossibilidade jurídica, portanto, para se pleitear alimentos provisionais. Ausência de obrigação legal de um sócio alimentar o outro, na hipótese de desfazimento da sociedade. Recurso desprovido. Obs: observe que a fundamentação da decisão do tribunal de justiça tem um argumento principal.
Você, como advogado de Manoel, decide recorrer junto ao STJ. Para isso, você deve: a) indicar qual é o argumento fundamental ou principal da decisão do Tribunal de Justiça que será objeto do seu recurso; b) refutar esse argumento baseando-se na doutrina e na evolução da jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre a matéria família homoafetiva.