A Montanha Pulverizada
Carlos Drummond de Andrade
Chego à sacada e vejo a minha serra,
a serra de meu pai e meu avô,
de todos os Andrades que passaram
e passarão, a serra que não passa.
(...)
Esta manhã acordo e
não a encontro.
Britada em bilhões de lascas
deslizando em correia transportadora
entupindo 150 vagões no trem-¬monstro de 5 locomotivas
– o trem maior do mundo, tomem nota –
foge minha serra, vai
deixando no meu corpo e na paisagem
mísero pó de ferro, e este não passa.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Boitempo: esquecer para lembrar. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 61.
Estes versos pertencem ao poema “A Montanha Pulverizada” de Carlos Drummond de Andrade e se referem à extração de ferro das montanhas de Minas Gerais. O Brasil Colônia também teve uma fase de sua economia que se deu de forma extrativista exigindo pequenos investimentos para se expandir.
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