Caso Clínico A.P.S.C., 45 anos, residente do município de Natal, Rio Grande do Norte. Mora com o marido, atualmente desempregado, mas que faz “bicos” para complementar a renda da casa; e dois filhos, de 8 e 14 anos, estudantes. Realizou cirurgia para confecção de bolsa de colostomia há 5 meses devido à instalação de um câncer de cólon. Trabalhava como vendedora de uma loja de roupas no centro da cidade, mas parou devido ao tratamento da doença. Sente-se triste por não poder retornar à sua função. Relata que a dieta prescrita pela nutricionista era “fraca” e difícil de fazer. Por isso, prefere alimentar-se com pão com salsicha e cuscuz com ovo no café da manhã; arroz, feijão, macarronada e frango assado no almoço; e sopa de legumes com caldo de feijão ou cuscuz com leite à noite, durante o jantar. Diz também que esses alimentos são mais fáceis de fazer e deixam seus filhos e marido mais fortes. Queixa-se de gases, odores constantes e de idas ao banheiro com maior frequência para higienizar a bolsa, deixando-a bastante desconfortável e triste por não poder fazer “cocô” como fazia antes. Diz que já fez jejum por um dia para evitar o mau cheiro e as idas constantes ao banheiro, mas teve uma síncope e decidiu que não deveria fazer isso novamente. Também relata que se sentia melhor usando roupas justas, mas agora prefere roupas mais largas, mesmo não gostando, para esconder a marcação do coletor no corpo. Relata sentir-se feia e ter perdido a vontade de ter relações sexuais com o marido, pois tem medo que ele não a deseje mais e que o conteúdo da bolsa extravase e suje seu companheiro. Quanto ao trabalho, afirma gostar de lidar com o público quando era vendedora, porém, atualmente, não se sente mais à vontade de voltar a trabalhar por ter medo de as pessoas sentirem o odor, de precisar ir mais vezes ao banheiro do trabalho, pois não tem a estrutura ideal para as suas necessidades.
Diante das seguintes afirmacoes, marque a resposta correta:
a. A assistência de enfermagem deve ser objetiva, focando nas possíveis complicações da ostomia, visto que é competência apenas do enfermeiro.
b. A sexualidade não é uma questão que precisa ser enfatizada, visto que as estomias intestinais não atrapalham as relações sexuais. Além disso, abordar tal tema requer intimidade.
c. Para integrar a pessoa estomizada à nova condição de vida, é necessário considerar questões biopsicossociais, como: alimentação, vestimentas, sexualidade e trabalho.
d. A sexualidade é uma questão privativa e individualizada que não precisa ser enfatizada e requer intimidade com o paciente para abordar tal tema.
e. A confecção do estoma impede totalmente o paciente de trabalhar em qualquer serviço.