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Características dos estudos incluídos O bloco reúne estudos observacionais (coortes e séries clínicas) e revisões narrativas que abordam segurança e efeitos extrapélvicos da terapia androgênica em mulheres pós-menopáusicas, com foco em perfil lipídico, risco cardiovascular, densidade mineral óssea (DMO), cognição e eventos adversos androgênio-dependentes. As fontes incluem sínteses de consenso internacionais e diretrizes (Davis et al., 2019; Parish et al., 2021; Kim et al., 2025), metanálises e revisões de segurança de testosterona sistêmica (Elraiyah et al., 2014; Johansen et al., 2020), textos de revisão clínica/terapêutica (Davis, 2015; Simon & Kapner, 2020; Nacul et al., 2022) e dados contextuais de população brasileira no climatério (Pedro et al., 2003). Em geral, as exposições englobam formulações transdérmicas em doses fisiológicas e, menos frequentemente, formas orais (metiltestosterona) ou implantes; a duração dos relatos varia de semanas a 24 meses, com escassez de seguimento longitudinal para desfechos duros. Resultados principais A maioria das revisões distingue nitidamente os efeitos conforme a via: preparações orais tendem a piorar o perfil lipídico (↓HDL, ↑LDL) por efeito de primeira passagem hepática, ao passo que regimes transdérmicos em doses que mantêm níveis fisiológicos demonstram neutralidade lipídica de curto prazo em mulheres sem alto risco cardiometabólico (Elraiyah et al., 2014; Davis, 2015; Johansen et al., 2020). Para eventos cardiovasculares maiores, a evidência observacional é limitada e de baixa certeza; não há sinal consistente de aumento com uso transdérmico de curto prazo, mas faltam séries suficientemente longas e ajustadas para risco basal (Davis et al., 2019; Parish et al., 2021; Kim et al., 2025). No âmbito de DMO, a testosterona isolada não se associa a ganhos clinicamente relevantes; quando benefícios ocorrem, parecem aditivos à terapia estrogênica e não mantidos com androgênio isolado (Davis, 2015; Johansen et al., 2020; Kim et al., 2025). Para cognição e humor, estudos pequenos e heterogêneos não sustentam benefício consistente; há sinais exploratórios em subgrupos (por exemplo, melhora de bem-estar/energia em séries clínicas), mas sem robustez para recomendação (Elraiyah et al., 2014; Davis, 2015; Parish et al., 2021). Quanto à segurança oncológica, diretrizes e consensos convergem em apontar ausência de aumento comprovado de risco de câncer de mama com uso transdérmico por até 24 meses, mas enfatizam incerteza para exposições mais longas e para mulheres com alto risco basal (Davis et al., 2019; Parish et al., 2021). Não há evidência de estímulo endometrial clinicamente relevante com doses fisiológicas; em contrapartida, preparações que ultrapassam a faixa feminina (p. ex., implantes) são desaconselhadas por exporem a níveis suprapisiológicos e por dificultarem reversão rápida (Simon & Kapner, 2020; Kim et al., 2025). Eventos adversos e segurança Eventos adversos androgênio-dependentes (acne e hirsutismo leve) são os mais frequentes e mais prováveis com qualquer via, porém usualmente manejáveis com ajuste de dose/suspensão; sinais de virilização franca (alopecia, engrossamento vocal, clitoromegalia) são raros quando os níveis séricos são mantidos na faixa pré-menopausa (Elraiyah et al., 2014; Parish et al., 2021). Alterações de enzimas hepáticas e perfil lipídico desfavorável são mais descritas com metiltestosterona oral, apoiando a preferência por via transdérmica quando se busca exposição sistêmica (Johansen et al., 2020; Kim et al., 2025). Documentos regulatórios e análises históricas ressaltam a falta de produtos registrados especificamente para mulheres em várias jurisdições e a necessidade de monitorização laboratorial para evitar supra-fisiologia, sobretudo quando se recorre a formulações off-label (Simon & Kapner, 2020; Davis et al., 2019). Síntese parcial do bloco Em síntese, a literatura observacional e as revisões narrativas sustentam que a testosterona transdérmica, em doses que preservam níveis fisiológicos, possui perfil de segurança aceitável no curto prazo, com neutralidade lipídica relativa e baixo risco de eventos graves; não há evidência consistente de benefício em DMO ou cognição quando usada isoladamente, e os maiores sinais de dano concentram-se em vias não recomendadas (orais/implantes) pelo impacto metabólico e risco de supra-fisiologia (Elraiyah et al., 2014; Davis, 2015; Simon & Kapner, 2020; Parish et al., 2021; Kim et al., 2025). Persistem lacunas importantes: (i) ausência de coortes longas com poder para desfechos cardiovasculares e mamários; (ii) heterogeneidade de formulações/doses e uso off-label; (iii) pouca padronização de monitorização hormonal e de critérios de suspensão; e (iv) sub-representação de mulheres com comorbidades cardiometabólicas e de populações latino-americanas (Pedro et al., 2003). Em conjunto, as evidências deste bloco sugerem que, fora do curto prazo e de doses fisiológicas transdérmicas, a incerteza ainda predomina, recomendando-se prudência, monitorização e preferência por estratégias com melhor relação benefício-risco comprovada.
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Keyth Fatima Costa Tavares

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