Exemplos de lajes protendidas e seu processo de execução

Prévia do material em texto

Introdução
A protensão é uma tecnologia que pode ser adotada sempre que for necessário ter vãos maiores com menos vigas e laje com maior capacidade de carga. Executada com cordoalhas engraxadas e plastificadas, a laje protendida é bastante utilizada em hospitais, prédios comerciais e residenciais. 
Estas lajes são capazes de vencer grandes vãos, entre 5 m e 15 m de distância entre os pilares, utilizando pequenas espessuras e apresentando fissuração e flechas reduzidas, devem ter concreto com, no mínimo, 25 MPa de resistência. Os cabos devem ser posicionados na laje a ser concretada, conforme o projeto. Após dois ou três dias do lançamento do concreto, a protensão dos cabos é feita com um macaco hidráulico.
Tipos de Lajes Protendidas
A execução de lajes protendidas pode ser feita de diversas maneiras, a mais usual é a laje lisa, Figura 1, porém neste modelo a resistência é ditada pelo cisalhamento na região de puncionamento (ligação laje-pilar). Para melhorar sua resistência podemos utilizar duas técnicas: 
Utilizar do engrossamento da laje na região de ligação, Figura 2; ou
Utilizar vigas faixa protendidas, Figura 3.
Figura 1 - Laje Lisa
Figura 2 - Laje com engrossamento na região dos pilares
Figura 3 - Laje com viga faixa
Outras alternativas que também tem sido muito utilizadas são as lajes nervuradas com vigas faixa protendida, Figura 4,onde as nervuras podem ou não ser protendidas. Além dessas existem as lajes com capitéis e nervuras protendidas, Figura 5.
Figura 4 - Laje nervurada com viga faixa protendida
Figura 5 - Laje com capitéis e nervuras protendidas
Espessura de Lajes Protendidas
Para definir a espessura de lajes protendidas, podemos utilizar o seguinte gráfico:
Figura 6 - Espessura de lajes
Porém, na prática, para lajes protendidas adotamos a seguinte tabela:
Tabela 1 - Espessura usual de laje
Distribuição dos cabos de protensão
De maneira geral, os maiores esforços aplicados nas lajes estão concentrados nas linhas dos apoios. Desta maneira, torna-se mais seguro distribuir os cabos nas linhas, e não de maneira usual.
Figura 7 - Exemplo de distribuição dos cabos
Algumas vantagens desta forma de distribuição dos cabos são:
Aumento da resistência a punção;
Aumento da resistência próximo ao pilar para a transferência de momentos de ligação laje-pilar
Melhor aproximação com a distribuição dos momentos na laje.
Outro ponto importante na distribuição dos cabos diz respeito ao espaçamento entre eles. A NBR 7197 exige os seguintes espaçamentos mínimos:
Figura 8 - Espaçamento entre bainhas
O espaçamento máximo entre os cabos tem a função de garantir que os esforços sejam bem distribuídos por sua extensão. Usualmente adotamos o valor de 8d, sendo d o diâmetro do cabo. Contudo, recomenda-se que esse espaçamento não exceda:
S ≤ 6h – para faixas centrais;
S ≤ 4h – para faixa dos pilares;
Sendo h a altura da laje.
Traçado Vertical dos cabos
O traçado vertical dos cabos é, geralmente, parabólico, principalmente quando se tem um carregamento distribuído. Esse traçado deve respeitar as seguintes exigências estabelecidas pela NBR 7197:
Concretagem
O lançamento do concreto deverá ser acompanhado por um responsável pelo serviço de protensão e não poderá ser iniciado antes da inspeção das armaduras. Em caso de deslocamento de armadura, o serviço deve ser parado para a arrumação da mesma, e só então poderá prosseguir.
Deve-se tomar cuidado especial com a colocação e vibração do concreto na área das ancoragens, de maneira a evitar vazios que provoquem concentrações de tensões.
Deve-se evitar o contado de vibradores com as cordoalhas.
Escoramentos
De maneira geral, recomenda-se que concretagem da laje seja feito com 2 ou 3 niveis de escoramento.
As datas de aplicação das protensões devem ser definidas pelo projetista e esta vinculada a resistência do concreto, mas usualmente adota-se protensão aos 4 dias.
O projeto deve apresentar de maneira bem clara as datas de protensão, a resistência do concreto e quais cabos serão protendidos caso a protensão seja feita em etapas.
O projetista também deve participar da decisão do sistema de escoramento, as datas para retirada das escoras, assim como quantos pavimentos devem ser mantidos com reescoramento e qual sistema será usado para o mesmo.
Figura 9 - Escoramento em lajes protendidas
Exemplos de Edifícios com Lajes Protendidas
Podemos citar alguns exemplos que tiveram a utilização de lajes protendidas em sua estrutura.
1- Edifício Amélia Teles 315 
Localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, teve sua construção iniciada em 2010. Possui um terreno com área de 392m² e uma área construída de 1191m². É um edifício residencial, que teve em sua estrutura o uso de lajes nervuradas.
Figura 10 - Fachada do Edifício Amélia Teles 315
Figura 11 - Laje Nervurada na Garagem do Edifício Amélia Teles 315
2- Edifícios Comercial Módulo Bruxelas
Localizado em São Paulo, São Paulo, o edifício possui utilização comercial, como o próprio nome já diz. Com um terreno com um grande desnível, o arquiteto responsável decidiu fazer um projeto com o uso de pilotis, o que implica em grandes vãos livres.
Desta maneira, o projeto se utilizou de lajes nervuradas em sua execução.
Figura 12 - Fachada Edifício Comercial Módulo Bruxelas
Figura 13 - Laje nervurada na estrutura do edifício
Referências
EMERICK, Alexandre Anozé. PROJETO E EXECUÇÃO DE LAJES PROTENDIDAS. Brasília, 2002
GALERIA DA ARQUITETURA. Disponível em: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/>. Acesso em 29 de agosto de 2016.