Intervenção do estado na propriedade é um conjunto de medidas que recaem sobre a propriedade privada limitando-a em prol do bem comum. É uma decorrência do poder de polícia e que encontra fundamento no princípio da supremacia do interesse público.
São modalidades de Intervenção do estado na propriedade:
Para que exista restrição do Estado para a propriedade privada, há de se observar a existência dos princípios do Direito Administrativo, quais sejam, a necessidade pública, a utilidade pública, o interesse social, a indenização justa e a indenização prévia. Há doutrinadores que entendam como princípio a indenização em dinheiro, muito embora seja este o único modo juridicamente cabível de se restituir a intervenção. A ausência de princípios deslegitima quaisquer restrições por meio do Estado.
As modalidade de restrição que podem ser impostas pelo Estado são: limitação administrativa, ocupação temporária, requisição administrativa, tombamento, servidão administrativa e desapropriação, melhor descritas e caracterizadas abaixo.
a) Limitação administrativa: é ato unilateral, genérico e não indenizável, em que o poder Público condiciona o exercício do direito de propriedade ao bem estar social e coletivo. A limitação administrativa é um ato genérico por se dirigir a todos indistintamente.
b) Ocupação temporária: implica na utilização da propriedade privada, de forma transitória, gratuita ou onerosa, de modo a assegurar a realização de obras, serviços e atividades públicas. O fundamento da ocupação temporária é, normalmente a necessidade de local para depósito de equipamentos e materiais destinados à realização de obras e serviços públicos.
c) Requisição administrativa: é ato compulsório e auto-executório do Poder público, com vistas a se utilizar da propriedade privada (móvel ou imóvel) ou serviços particulares em razão de necessidades urgentes e coletivas, com posterior indenização, se houver dano. Tem previsão no artigo 5º, XXV da CF/88.
d) Tombamento: é o ato administrativo que tem por objetivo proteger o patrimônio em que pese um valor histórico, artístico, paisagístico e cultural, dependendo para tanto, da inscrição do bem no Livro de Tombo. O tombamento não é indenizável e sujeita o bem a restrições parciais.
e) Servidão administrativa: é ônus real imposto à propriedade privada de sorte a assegurar a realização da obra, serviço ou atividade pública, mediante indenização quando for o caso. São exemplos de servidão administrativa os aquedutos, as passagens aéreas de fios elétricos, fixação de torres para condução de energia elétrica.
f) Desapropriação: é o ato administrativo unilateral e compulsório do Poder Público, que tem por objetivo transferir a propriedade privada para o patrimônio público, seja por interesse social, seja por utilidade pública, sempre perseguindo o interesse público mediante justa e prévia indenização por dinheiro, salvo nas exceções previstas pela CF/88.
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Direito Administrativo I
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