1. De minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar. 2. Não há ninguém na praia, que resplende ao sol. O vento 3. é nordeste, e vai tangendo, aqui e ali, no belo azul das 4. águas, pequenas espumas que marcham alguns 5. segundos e morrem, como bichos alegres e humildes; 6. perto da terra a onda é verde. Mas percebo um 7. movimento em um ponto do mar; é um homem nadando. 8. Ele nada a uma certa distância da praia, em braçadas 9. pausadas e fortes; nada a favor das águas e do vento, 10. e as pequenas espumas que nascem e somem 11. parecem ir mais depressa do que ele. Justo: espumas 12. são leves, não são feitas de nada, toda sua substância 13. é água e vento e luz, e o homem tem sua carne, seus 14. ossos, seu coração, todo seu corpo a transportar na 15. água. Ele usa os músculos com uma calma energia; 16. avança. Certamente não suspeita de que um 17. desconhecido o vê e o admira porque ele está nadando 18. na praia deserta. [...] Fonte: BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2007. O tempo verbal predominante no texto é o: A) futuro do pretérito do indicativo B) presente do subjuntivo C) presente do indicativo D) pretérito imperfeito do indicativo E) pretérito imperfeito do subjuntivo