Em 2023, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) realizou vistoria em uma fazenda de 2.500 hectares situada no interior de Goiás, pertencente a uma empresa agropecuária que a registrou em cartório há 15 anos. O relatório técnico constatou que a propriedade permanecia quase totalmente improdutiva, sendo explorados apenas 6% da área para criação extensiva de gado, sem preservação ambiental adequada e com diversas denúncias de descumprimento de legislação trabalhista por parte de trabalhadores sazonais. Diante do quadro, o INCRA classificou a propriedade como improdutiva para fins de reforma agrária, e deu início a procedimento administrativo de desapropriação por interesse social, nos termos do art. 184 da Constituição Federal. A empresa ajuizou ação na Justiça Federal alegando que: a propriedade é direito absoluto, protegido pelo art. 5º, XXII, da Constituição; o fato de ser dona do imóvel já comprova o cumprimento da função social; o Estado não pode intervir porque não há invasão ou ameaça de posse por terceiros. Com base na Constituição Federal e na doutrina majoritária, assinale a opção correta. a. A desapropriação é instrumento legítimo de intervenção estatal, mas apenas poderia incidir se a propriedade estivesse em área urbana, nos termos do art. 182 da CF. b. O direito de propriedade deve prevalecer em razão de ser direito fundamental absoluto, razão pela qual o INCRA não pode iniciar procedimento expropriatório enquanto não houver ameaça possessória. c. A desapropriação promovida pelo INCRA é constitucional, mas somente poderia ocorrer se houvesse ocupação prévia por trabalhadores rurais carentes que demonstrassem necessidade social imediata. d. A propriedade rural que não cumpre sua função social pode ser objeto de desapropriação para fins de reforma agrária, pois o domínio não basta: exige-se atendimento aos requisitos constitucionais de produção adequada, respeito ao meio ambiente, uso racional e bem-estar dos trabalhadores. e. A improdutividade, por si só, não auto